Entregar
O nascimento,
Ainda que não houvesse filosofia, haveria de entregar-me a ti, só por ousadia. Haveria de te mostrar os meus planos e o que penso. Eu faria questão de realizar o parto do primeiro pensamento sobre os sentimentos da minha alma por ti. Escuta-me, pois estou disposto a ti doar os meus olhos. É certo, porém, que o nosso crescimento ocorre à luz do calor humano. Devemos significar um para o outro, uma parte de nosso todo, sendo que as outras partes haverão de serem encontradas em outros continentes. É pisando no chão desse mundo e conhecendo os outros que descobriremos se existem razões dignas para nos amarmos.
Da mesma forma que as mulheres entregam-se aos seus desejos de evolução, os homens deveriam entregar-se a filosofia. Se isso ocorresse em maior escala, testemunharíamos dois fenômenos: mulheres mais bem acompanhadas e a extinção de machos digladiando-se pelo poder.
QUERO SER SÓ TEU
Minha amante,
Minha amada,
Minha amiga.
Quero entregar-te,
Em tuas mãos,
O meu amor,
Minha paixão,
E a minha vida.
Quero ser teu,
Somente teu,
De corpo e alma,
Ser só teu por inteiro,`
Plenamente!
Dar e receber amor
com fervor,
Alucinadamente.
E nos entregarmos,
completamente.
E sermos um só ser,
Infinitamente.
Escrito por ELCIO MORAES
Fácil é ter mil amigos e na realidade, não ter nenhum... Difícil é se entregar a uma amizade de corpo e alma, estar ali quando ele precisar e poder dizer que com você, ele sempre pode contar!
A vida é complicada, meu irmão, ninguém nunca te disse isso?
Talvez entregar-se as complicações seja mais forte e fácil do que continuar a viver... Olhe bem, eu disse: Talvez.
Imagine só, se todas as pessoas fossem desistir de seus sonhos por causa das complicações da vida...
Deseje, busque e espere.
VIVA, é a única coisa que posso dizer-lhes.
Epa. Sinto muito, infelizmente tenho que ti entregar no esquecimento porque o meu pensamento já está farto de ti.
Nasceu a lua – Matou-me
O ano começa e eu estava decidida a entregar-me aos estudos. A ansiedade por conhecer pessoas novas e encarar assuntos mais complicados me fez está pronta em minutos. Peguei a mochila que por sinal estava completamente fora da padronização da escola e me dirigi ao meu pavilhão. Revi pessoas que marcaram minha vida, abracei-as e apresentei-me a pessoas novas. Eu era típica menina melosa que ama abraços e ursos cor de rosa. Não importava muito naquele momento. Estava perfeito. Até que olhei para a sacada do meu colégio e avistei alguém. Senti calafrios e sorri ao ser chamada por minhas amigas para voltar à conversa. Não me entendi.
A escolha da sala foi logicamente feita pela secretaria do colégio, mas por mais que eu tentasse não sentia nenhuma mudança. O comportamento dos meus colegas era o mesmo, os professores passavam e me cumprimentavam, permaneciam com os mesmos cortes de cabelos e estilos de roupa dos anos anteriores. As pessoas legais continuavam legais, as inteligentes continuavam inteligentes, as mais quietas continuavam sentando nos cantos da sala e os novatos tentavam se encaixar em um deles. Eu especialmente era viciada por disciplina e tentava buscar a ordem. As crises, as brigas e a falta de educação não tinham espaço perto de mim e logo percebi que eu fazia parte da “guarda de honra”. Vinquei-me, aperfeiçoei-me e acomodei-me no militarismo que tanto levanta o meu alto estima. Deves está a pensar – Ela estuda em um Colégio Militar. –Você está certo, meu caro!
Os dias foram passando e todos já estavam com saudade das férias. Entraram de volta no ritmo e a vida voltou a ordem. Eu não era mais a menina dos ursinhos cor de rosa. Passei a ser temida e troquei os vestidos pelo meu fardamento que aos meus olhos era tão bonito quanto o resto do meu guarda-roupa. Eu me dedicava aos estudos a cima de tudo e não desprezava nada que pudesse me acrescentar.
Como todo bom colégio tinha que haver boatos, e a escolhida tinha sido eu. Azar? A palavra “Azar” tinha virado o meu sobrenome no final do mês de Julho, quando as aulas voltaram do recesso de São João. Começaram diversos boatos e então decidi me queixar no “corpo de alunos” (Local responsável pelo comportamento disciplinar dos alunos). Foi daí que conheci a lua.
Sofri muito para entender que o passado fica lá atrás. Relutei muito para realmente me entregar de vez. Pensei muito, tinha medo de sofrer. Medo que ele fosse um canalha. Medo que ele sentisse medo da vida antiga, onde tudo era festa, bebida e mulher. Medo que ele sentisse falta dos dias que tinham ficado para trás, onde tudo era prazer. Onde não existia horário, compromisso, satisfação. Onde não existia amor nem respeito nem consideração nem cumplicidade nem nada disso que a gente tem. Onde a única coisa que existia era o egoísmo…
Eu me encanto por gente assim, que não tem medo de amar, não tem medo de se entregar! Dá a cara a tapa e o coração, ah o coração... esse só entrega a quem realmente sabe cuidar.
Se me queres para a sua satisfação vou me entregar com imensa sedução que tanto mereces;
Sou um anjo com intenso desejo, asas quentes transbordando de calor prazeroso;
Se eu for a tua sina espere-me, pois chegarei quando você menos esperar para saciar seus desejos ardentes;
Se queres que eu te ame liberto de qual quer motivo aceite a chama de meu corpo;
Minhas entranhas se faz em tua alucinação como flor de uma tarde de primavera suave;
Temos medo de nos entregar para aquilo que realmente queremos e sabemos que nos trará felicidade. Deixamos o medo vencer, e com isto quem perde é o coração. O amor é maior, mas quase sempre colocamos lente de aumento sobre o medo. Vamos lá, vamos mudar nosso pensamento e deixar que o amor vença este medo.
Cansei de ser bonzinho, de tentar ser ideal, de me entregar a algo que no fundo não valia a pena para mim. O meu maior erro foi amar demais e, no final, fui duramente injustiçado. Esse é o grande risco de amar.