Entrega
Entrega
Leve-me à lugares onde não estive
Ofereça-me prazeres que ainda não senti
Prove do amor que tenho
Que ninguém experimentou
E permita-se dar-me o gozo
Daquele seu eu que jamais se entregou
Caminhos de quem ama
Quanto de amor carrega,
quem ao amor se entrega?
Um ser qualquer, que sem
que avisado seja, perdidamente
se apaixona por uma mulher.
Para ele tudo é diferente,
trata-se de um amor intenso,
que durante o dia e pela noite
afora, invade seu peito,
tomando conta de tudo,
até dos pensamentos.
Amar assim é bom, mas com ressalvas.
Será ele aceito com o mesmo amor que
tem, por esta mulher?
E se caso em seu caminho haja um mal
entendido, ou uma má sorte que ao seu
encontro venha?
E essa mulher com quem tanto sonha,
o engane, fazendo-o crer que a ele ama também?
Ai, o bilhete pode não sair premiado.
E por caminhos que nós não conhecemos,
vai essa criatura que tanto ama,
amargando dor e sofrimento.
Aquela que assim agiu, diz que o fez de
brincadeira, sem maldade.
A sua inocente diversão, levou quem a queria,
para um caminho em que volta não há:
da alegria de sentir por alguém um amor sem fim,
viu-se perdido, sem ideias, sem direção.
Ainda por longo tempo, terá esse amor no pensamento,
e pelo passar dos dias terá saudades, isolado viverá.
Sentirá apenas o baixo e enfraquecido som,
do bater de seu próprio coração.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. Aclac
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Nada devo ao amor, pois sou inteira, entrega. Nada devo ao amor, pois sempre presente, fui leal, sincera. Nada devo nada a ti amor, pois saio ilesa dos teus testes e provas. Realmente sei o seu valor, amor, sou tua mensageira, embaixadora e devota. Apenas queixo-me da falta de ti, que causas em mim.
[....]Continuamos andando, é hora do ultimo adeus.
Ele pára e me entrega um presente: um ursinho de pelúcia. E me faz prometer que dormirei com ele todas as noites. Eu concordo. Agora vou dormir com um pedaço dele todas as noites. É perfeito.
Nos despedimos. Eu o beijo e vou embora. Poucos segundos depois que nos despedimos o telefone toca. É ele. Eu atendo e ele diz:
- Que saudade de você!
Sinto vontade de voltar e enchê-lo de beijos, mordidas e dizer mais um vez que o amo. Mas não o faço. Está tarde e continuamos falando ao telefone até eu chegar em casa.
Despudoradamente a alma se entrega
as sensações de mundo novo, vence
o desconforto do desconhecido e
desbrava par sublimando ímpar.
Não são papéis de um casamento que definem nossos votos.
É amor, é carinho, é entrega que não trará nosso divórcio.
Mas não existe sacrifício mas doação
Não existe renúncia, mas entrega
Não existe amor sem dor
Não existe sentimento sem renúncia
Não existe paixão sem carinho
Não existe rosas sem espinhos
Não há entrega sem sentimento
Há flores na alma apaixonada
Para florir no coração
As vezes não é poeta,
é só um colecionador
de pensamentos felizes para entregá-los aqueles que não os têm.
É um querer doído, sem espera, sem entrega
É um querer de alma que dilacera
É um vagar sem nada a procurar
É se achar num vazio
É se perder pra se achar
É achar amor
É amor amar
Amar a alma
É sufocar o medo
Abster de ter, e, ser.
No amor verdadeiro não existe proibição e nem exigência de nenhuma ordem, pois a entrega, dedicação, fidelidade, respeito e querer estar ao lado um doutro, ocorre espontaneamente, sendo movido pelo prazer de assim ser.
Admiro quem se entrega como se nunca tivesse quebrado a cara, como se o peito não tivesse uma marca sequer.
Para ter sucesso, entregue-se o mais rápido possível às oportunidades assim como você se entrega às conclusões.
Reflita...
Tirem-me este peso do peito e entregá-lo-ei a quem o merecer. Provavelmente, esse alguém sou eu, mas não o eu de agora… o eu mais velho, submisso às amarguras da vida que deixou que se apoderassem de si mesmo. Tenho medo desse eu. Tenho medo de ceder. Medo de ser azeda.
Quem me vê, quem me viu, quem me sentiu, quem me seguiu, sabe que caminho sem rumo neste traçado estranhamente bem desenhado. Oh, infame condenação que carrega! Só eu vejo as silvas à sua volta? De que serve uma estrada se tudo nela se estranha, e a viagem é feia? Prefiro abrir caminho por entre campos de flores. Sentir o cheiro, a liberdade, a dança do vento e o peso da chuva. Não tenho medo de dias cinzentos. Servem para nos lembrar porque gostamos tanto do sol: ele significa liberdade, alguma calamidade, bastante serenidade, não fosse a antítese o que nos move, como se de combustível tratasse. É uma estranha corrente de convecção: sobe, desce, roda e rola, alavanca submersa na água que nos percorre, e assim dou por mim em paz enquanto me ocorre, na mente, esta linda paisagem que me cinjo a idealizar somente. Pois as silvas cá continuam, e digo-vos como elas são feias… Os picos magoam quando nelas calcas.
Às vezes tento esquecer-me de que elas cá estão. Esqueço-me das peripécias desoladoras, das pedras aguçadas e da frieza com que o som ecoa. Um passo de balanço para a esquerda, outro para a direita, ora para a esquerda, ora para a direita. E assim danço, excluída da realidade. Ressoa na minha mente uma melodia em fá maior que faz mover este corpo dormente, quente, doente. E ressoa, e ressoa, e ressoa… cada vez mais baixo, cada vez mais longe. Se bem que, de repente, se aproxima… e zás! M*rda, calquei um espinho. Afinal a melodia mais nada passava de um pretexto: a caminhada que nos leva, ambiguamente, ao que desejamos (paz!) só para depois nos abandonar sorrateiramente. Trata-se de uma história triste, mas não fiquemos por aqui: juro e prometo continuar a ser boa gente. Pelo menos gosto de pensar que o sou, embora até nisso tenha as minhas dúvidas.
Se às flores não lhes ponho a vista, de onde vem esse quadro hipnotizante? Provavelmente de cá dentro, desta cabeça pensante…exausta mente pensante… descansa por momentos que esta utopia não te faz bem. Vá, não te enganes mais e entrega-te àquilo para que Ele te criou, como sua semelhante: sofre por dor e por amor, traz ódio e honra, menosprezo e aguardente à situação que vives perpetuamente. Respeita essa condição de que não podes dizer “adeus”, nem por momentos, e muito menos de rompante. Vê: tudo muda, tudo cresce…. Desvanece-se. Aproveita a caminha porque o cinzento vai te preparar para um sol raiante.
Os melhores dias são os que nunca reservamos. Para ninguém, nem sequer para nós mesmos. Preciso de Ajuda urgentemente.
" O amor [...] não promete grandes coisas. Mas, cuidado, mesmo a piedade entrega. Cuidar de quem se ama é, na régua das obrigações, o zero do zero"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
O cansaço pode ser o catalisador para a tua mudança,
para encontrares uma situação melhor. Entrega-te, confia e acima de tudo descobre a tua melhor versão.