Enterro
Quantos assistiram ao enterro da nossa última quimera?
Estamos numa ponte da qual se pode vislumbrar a próxima paragem. Será tranquila? De construção institucional e interpessoal? De harmonia? Que surpresas nos aguardam, se é que ainda possam existir surpresas nessa terra de Deus, onde cada um tenta ser seu próprio deus ou dos poucos servilóides que o cercam.
Tentanto parafrasear Augusto, talvez até com tristezas e azedumes similares, repito para mim mesma: “acostuma-te ao caos que te espera”, porque tácitos e inertes, agarrados ao seu suposto quinhão ou de saco vazio e doidos pra enchê-los, silenciaram todos na proposição do enterro de muitas quimeras.
Acho até que não seja saudável estar-se a lamentar quando se tem a facilidade de transmutar receios em poesia e, à baila, exaltar o poeta que, embora tenha contemplado o sepultar de sua última quimera, soube, com inigualável aparelhamento poético, rimá-lo com “a necessidade de ser também ser fera”, reconhecendo que se vive, miseravelmente, no meio de feras.
Parando para mergulhar nos versos ‘dos Anjos’, que não denotam terem inspirado esse vulto sagrado da literatura, vamos refletir e, sem delongas, revestirmo-nos com o que der e vier , sem que invertamos as coisas...
Tentarei navegar mais e me confundir com o mar de Cecília Meireles, olhando para um dos seus barquinhos* cujo nome sugere alternativas e isso alivia: ou ISTO ou AQUILO. Pelo menos existe a alternativas dos poemas.
Enterro de anão, ninguém viu. Cabeça de bacalhau, ninguém viu. Alguém que fale mal de si (próprio) ninguém viu. E alguém que fale mal dos outros? Alguém viu, ouviu, sentiu?
Luto,
Faço de mim vestimentas de silêncio,
Enterro meu velho eu,
Poupo à mim e a ti,
Não queria estar aqui,
Sobrevivo,
As margens de um eu falido,
Cigarro aceso,
Queimando a brasa,
Fazendo fumaça,
Câncer.
Insistir em algo que acabou é como evitar um enterro torcendo para que, magicamente, a vida reanime o corpo.
Quando se perde alguém que se ama, uma parte de você vai embora junto. Há um enterro em vida de sentimentos e memórias.
Lamentavelmente nenhum de nós poderá acompanhar o próprio enterro.
Nós, que temos vivido com tanta pompa e preocupação com o futuro, não poderemos estar de pé neste momento onde todos nossos momentos resumem-se e finalmente e oficialmente, tornaremo-nos iguais aos demais.
Será frágil o momento derradeiro, nossa mão de aço e alma de ferro nada poderão fazer por nosso orgulho recém deixado nesta terra.
Alguns irão chorar, infelizmente talvez só possamos ler pensamentos, e eles dirão mais do que as lágrimas momentâneas.
Neste tempo, apenas teremos sido.
A ausência fará de nós uma coleção rápida de esquecimentos sucessivos.
Estarão lá os supostos amigos
todos em meio as partes interessadas.
De fato será um bom momento para não ter como intervir.
Pegarão nas alças do caixão e nela com certeza irão sentir a frieza de um último aperto de mão.
Muitos não sentirão qualquer diferença,
Embora seja... um adeus de carne e ossos dado a uma alça metálica.
Nenhum de nós irá ao próprio enterro.
Caberia, se fossemos, questionar como alguém que era tão importante pode virar pó.
Caberia, se servíssemos ainda para alguma coisa, perguntar porque o fim não permite qualquer distinção.
Tanto o caixão como a cova, sem contar os enfeites externos, são comuns a todos.
não há lugar para o orgulho, para a exploração e para o ódio.
Triste fim, para um anfitrião de corpo presente.
Talvez sinta-se até.... vontade de morrer !
Numa cova bem profunda eu enterro meus sentimentos.
Cadáver do meu coração.
Sepulto em um lugar qualquer, sem nenhuma lápide.
Essa cova não tem endereço, eu não quero que tenha.
PEDAÇOS
Flores laços de cetim
Queimadas em cinzas
Afogo-me nas palavras
Enterro-me no trabalho
Nas telhas dos sonhos
Já não almejo o perdão
Sou repleta de erros
Mato todas as lágrimas
Nas letras que me sugam
A vida da minha mente
No meu obscuro corpo
Já sem sons da saudade
Ao ver a tua bela nudez
A minha alma se deleita
Na nossa louca insensatez
O vazio gritou palavras
No silêncio sem sentido
Gemidos de mim, de nós
Afogo-me no teu corpo
Enterro-me nos teus braços
Sou repleta de imperfeições
Amo as flores de cetim
Já não almejo o perdão
Mato todas as lágrimas
Nas palavras feitas de amor.
É chegada a hora do enterro da ilusão, quero um velório com muitas flores, e muita canção.
Moça maldita, traiçoeira, fascinante e zombeteira, es-me aqui diante de teu pálido semblante, e não me comovo como antes, cansei das tuas enganações.
Oh, Ilusão que tão cedo morres, deixe-me ir agora forte, sem tuas garras celebrarei a morte.
Em homenagem ao grande botafoguense -Luiz Roberto Porto enterro 4/12/2014
Vai amigo???
Sei que sofrestes esse ano
Sei que não foi por engano
Mas o nosso botafogo
Que esse ano foi o engodo
Das nossas ilusões e desilusões
Mas tu amigo sempre verá .....
por aqui ou por aí !!!
Que nossa estrela solitária NUNCA se apagará
Tbm te garanto, que saudades
Saudades .... Isso sim amigo
TU DEIXARÁ !!!!!
CADÁVER 3 (B.A.S)
Não há caminhão de mudança
em enterro, nem gaveta em caixão.
Mas o que você dá com generosidade
é como uma semente bendita que multiplica
e pode alimentar muitos outros...
VARANDO A MADRUGADA
Metáfora assustadora
na minha infância:
Você vai no enterro?
De quem?
Quem morreu?
O ano velho!!!
Era um sentimento
de perda
inexplicável...
mel - ((*_*)) 31/12/2015
Não, eu não quero choro no meu enterro.Se vocês chorarem, eu vou atormentar vocês eternamente!
Mano, essas lágrimas vocês vão segurar, vão segurar como eu eu segurei todos esses anos! Voces não tem esse direito de chorar no meu enterro, sendo que em meus míseros anos de vida, eu não podia chorar,Se não iam me julgar!!!
E que seja feliz.
O enterro.
Ao que parece, todos temos esqueletos no armário. Mas claro, no sentido metafórico, a menos que você seja um taxidermista.
Esses esqueletos representam coisas que não podemos ou não queremos expor, por serem repulsivas ou apenas comprometedoras. No meu, por exemplo, guardo um livro de aproximadamente 200 paginas, onde tentei convencer-me que estar com meu ex amor é impróprio a mim. O mantenho longe, pois se não o fizesse, leria por vezes e mais vezes, afim de usar cada um daqueles argumentos em cada tentativa falha de me espelhar em um novo alguém.
Alguns cadáveres merecem ser deixados para trás, mas por mais que lutemos, tenderam em nos perseguir, como zumbis em busca de carne fresca.
Recentemente "envolvi-me" - se é que posso assim dizer - emocionante com um rapaz aparentemente interessante, mas creio que ambos são cheios de más lembranças.
O homem tem características peculiares. Tende a basear todos os futuros relacionamentos nos passados que não deram certo, e como soa meio óbvio, fracassa nestes, tal como fracassou no anterior. É um ciclo vicioso de não confiança, desamor e com toda certeza de muito medo.
O mesmo medo que nos faz manter a porta dos armários sempre trancadas para que o mundo não descubra nossos segredos, ou melhor, não ache que temos segredos. Por mais que soe ridículo - todos têm segredos - é assim que tem sido com basicamente todos que conheço, ademais, a exceção confirma a regra.
Mas voltando a meu caso em particular, creio que me mantive em minha zona de conforto, e sabemos o quanto isso é prejudicial a um relacionamento. Sou mais sal que açúcar, e ainda assim, insolúvel à cerca de qualquer outro componente. Então de fato, lidar comigo é uma barra! Não me surpreenderia se as pessoas escolhessem me trancar no dito armário de - más - lembranças. Me surpreendo porém, com o fato de ainda conseguir despertar em qualquer pessoa que seja, qualquer tipo de sentimento - principalmente sendo este algo bom.
No design inteligente da evolução, não nos deram armas biológicas para lidar com relacionamentos, e se deram, infelizmente não fui contemplada. Talvez toda esta apatia seja sim uma arma de defesa, mas quem disse que ficar na defensiva é bom? Bom é partir pro ataque, sentir - a torcida - vibrar, sentir que tu podes ainda ser útil. Sentir e fazer sentir, emocionar.
Voltando agora a meu - ex quase - relacionamento, sinto que estraguei tudo, e de certo a culpa não foi toda minha. Me faltam armas químicas pra lidar com essa bomba em meu peito que - infelizmente - é vital. Sinto medo de envolver-me novamente, de estragar tudo, e por isso continuo aqui, fria e tênue, à margem de qualquer substância que não seja o frio do meu inverno interior.
Enterrei minhas emoções a tempos, tranquei meus esqueletos no armário e os esqueci. Mantive-me alheia a tudo e todos, tornei-me inatingível. Gostava disso, gostei por muito tempo, até ele aparecer e sumir, levando consigo todas as minhas certezas, e por fim, enterrando-me num mar de vocábulos frios, onde permaneço desde então.
Se o vir, diz-lhe que mandei lembranças, que ele é um homem bom, e que seja feliz.
Thaylla Ferreira (Relicário de vocábulos vazios.)
no final da tarde doloroso é o silêncio, mais um dia enterro, observo-me e sorrio com desdém ao espelho cruel que me agride e renega ...
Sempre que vou num enterro algo me chama a atenção, as vezes coisas pequenas, as vezes trejeitos novos que presencio, as vezes apenas um olhar e até mesmo modos diferentes de cada um se posicionar. Sempre que chego lá vejo várias famílias chorando por inúmeros casos, hoje em especial me chamou a atenção o caso de uma garota de 17 anos que escolheu morrer por ela mesma. Trágico a gente imagina né? Não sabemos o motivo mas ficamos boquiabertos, a vida toda pela frente, muita coisa pra viver, qual será o motivo??! Enfim, se foi, não podemos fazer mais nada... A morte nos coloca em um desespero que não tem cura, morreu e fim, não há volta, um dia isso vai acontecer com todos, por isso vale lembrar de velhos clichês que sempre ouvimos como, "pra morrer basta estar vivo", "tanta gente ruim pra morrer e nosso amigo é que morre", "devemos aproveitar a vida enquanto temos" entre outros. Foi com muita tristeza que hoje eu tive que ir ao cemitério pra enterrar um amigão e patrão ao mesmo tempo, justamente numa semana em que eu ouvi e conversei muito sobre esse tema, a morte. Mas o que me fez analisar e pensar muito sobre isso foi o caso do meu patrão e da garota de 17 anos, tudo é rápido demais!! O meu patrão na sexta brincou muito comigo como de costume, trocamos várias ideias, 3 dias depois nos assustamos com sua morte, a menina de 17 anos viveu tão pouco, talvez por dias planejou sua morte mas numa fração de segundo escolheu o suicídio. Dai vem o que eu aprendi, cada segundo seu é um presente pra você e pra quem te ama, cada sorriso, tristeza, alegria, cada sentimento! Não deixe esconder em ti o que você sente de verdade, se não, por um segundo, a vida te leva sem te dar a oportunidade de viver vários tipos de alegrias com pessoas que ficaram vendo você partir, hoje eu mantenho alegrias na memória quando lembro do meu patrão, faça as pessoas guardarem alegrias suas se caso, por um segundo, você partir também... Altruísmo galera, "ALTRUÍSMO"... essa palavra vai mudar o mundo em que vivemos. Fé no mundo!
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