Ente Querido
Faz tempo que ando sentindo falta de um abraço, mas um daqueles que a gente sente que é querido, que é amado. Eh! faz tempo que ando sentindo essa falta e muitos poderão dizer, por quê? e me condenam, como se eu fosse o único culpado do desamor, do desprezo, da falta que hoje vivo, Talvez seja mesmo, esperei demais das pessoas e elas mudaram, tomaram outros rumos e eu fui ficando, ficando, até entender de solidão, de significado de silêncios, mas tirei uma lição de tudo isso: me dediquei à pessoas que apenas passearam em minha vida, entraram com hora marcada para saírem e foram, até mesmo antes do fim, porque para elas, eu já não trazia nada de novo, nada de especial; O palhaço sem picadeiro, sentado a beira dos destroços, do que antes era o circo (minha vida), agora se dá conta que sua vestimenta e seu calçado, quase inutilizados pelo tempo, tão somente retratam o que as lágrimas não conseguem conter. Depressão? não, apenas a imagem distante de um horizonte, que antes dava impressão de se poder tocar com as mãos...
gérberas
ò querido
de tão puro coração
de olhos que refletem alma
com suas mãos que anseiam o toque
com sua fala me condiz as mais belas palavras
ò querido
como podes ser assim?
de tão lindo sorriso
de tão belos radiantes cabelos
de tão precioso modo
como podes ser tão único?
"VELA ACESA"
Querido amigo estou abismado
Meio assustado
Com o que está por vir
Ser otimista nunca foi pecado
E nem mau-olhado me faz desistir
Mas quero logo avisar
As vivências e aprendizados
Inda que adormecidos, pulsam
E se despertam valentes... sãos
Quando o mar da vida se me agita
Não sou homem de entregas
De aceitar as dores da servidão
Não nasci cativo nem servil
Trago no sangue uma sorte que teima
Fé forjada em liberdade sem ardil
O guerreiro vivente em mim
Luta insanas guerras sem ser vil
Sou meu capitão nesse incerto navegar
Tenho a posse de meu destino
Sigo decidido qual a quilha rompe o mar
Me agiganto, fiel a meu querer
Não fio em sorte malfadada
Revezes, desencantos ou desatinos
Estou seguro em comunhão
Onde a vida fez do céu meu quinhão
Com a coragem dos audazes
Aprendi nos confins do bento rincão
Velar, como mãe, cada hora de meu dia
Forjar o presente desnudando o futuro
Com cuidado e valia á luz dessa alquimia
Um abraço apertado
E um beijo em seu bafo
É o cheiro do trabalho
Mas o amor é alado
Meu querido amado
Sempre estarei ao seu lado!
- Carta mútua para mim
Querido Marcos
O que você quer, você sente
Mas, realmente precisa? de modo realista, tá em condições favoráveis? e tem que ser agora?
Você se reconhece nas coisas e pessoas ao seu redor?
O que você já fez?
O que você está fazendo?
O que você vai fazer?
O que te descreve?
Ora, meu eu, obrigado pelo contato, acho que sou um espelho, pode ser a resposta? Não...
Pois bem, como meu irmão universo estou em movimento e sou mudança constante, e não a ilusão do que se deixa definir ou rotular
A limitação não é o campo que a liberdade joga, mas sim no campo do amor próprio, da fé, esperança e confiança convicta ou não, independentemente o bem-estar estará bem, porque vem de dentro e não de fora
Posso ser e fazer isso e aquilo, aquilo e isso, cabe a mim fazer sentido, é o meu tempo, é a minha vida, sou eu que tenho que gostar e aprovar, pois sou eu quem vou viver as minhas escolhas, minhas, sim, minhas
Mas já fui muita culpa que não era toda minha, fui tristeza por não ter tido conselhos, fui agressão por não saber o que era compaixão
Fui erros indesejados e também fui acertos redentores
Fui fugas perseverantes, fui vícios anestésicos, fui exageros narcisistas
Fui um mar de auto-críticas desleais e exigências impotentes
Sim eu fui, fui com o meu ser sem instrução e com o outro sem obrigação
Também fui insegurança desaprovadora e segurança egocêntrica
Fui medo de não ter o básico para sobreviver, fui receio de frustrar tudo o que não aceitaria desapontar
Fui terror de perder o que ainda não tinha por me julgar na insuficiência
Fui necessidade de controlar o que não é possível administrar
Fui invasão irracional, fui abuso aprovador, fui interferência desnecessária, fui prepotência em frente os outros
Fui ignorância apressada por evolução, fui impaciência de esperar o que não vinha, fui ansiedade de me tornar o que ainda não podia ser
Fui criança negligenciada, abandonada e ferida
Fui falta desapercebida, fui fome de amor e carinho
Fui rejeição necessitada de calor humano, fui uma solitária moeda trocada e perdida
Fui tentativas vagas, fui conselheiro em meio a desastres
Fui choro solo, fui risadas depressivas
Fui menino bobo, fui colega louco
Estive a ser nessas diversas condições impermanentes porque assim é a vida, composta por histórias que resultam em mais histórias, boas ou ruins? se ainda não acabou logo não importa
Fui sim, tudo isso, e daí? Na verdade, passei por isso, mas sou - sobretudo - movimento esperançoso, de um futuro extraordinário que é útil e faz a diferença
Ontem fui, hoje estou, amanhã estive e estarei talvez em outro plano, um melhor? quem sabe, mas preciso aprender com isso
A vida é assim mesmo, imprevisível e passageira, devemos agradecer por estar onde ou como está, por estar com quem está e fazer o melhor que puder no momento presente
Fortalecer a alma, curar as feridas, sorrir pra vida
Para sentir, viver, aprender e crescer nas escolhas que são a vida
Mas tudo passa, e quer saber? Tudo bem, tudo bem até não estar bem se eu sou do bem, eu quero o bem, eu faço o bem e vejo o bem
Então tudo bem, vou me experimentar a cada momento; gratidão!
Querido ateu que pede evidências verídicas que provam Deus...
O que lhe falta é “fé”, entre outras ferramentas vitais como: conhecimento das Sagradas Escrituras, gratidão a vida e amor a Deus para compreender o que aconteceu, o que acontece e o que acontecerá.
Mas, as “evidências verídicas” são visíveis e nítidas; é questão de lógica que ser de Deus é melhor do que ser do diabo; não crer em ambos?
O bem e o mal existem?
Qual é o melhor?
Compare os caminhos de Deus e do diabo, e veja qual é o bem, e qual é o mal.
Faça um esforço mental e desvenda seus olhos e veja: o grande conflito entre os mesmos, e perceba que é real!
Querido coração, porque é tão difícil entender que tem coisas que não são pra você?
Porque você continua amando quem não quer você?
Porque você continua perdoando quem não é digno de perdão?
E me fazendo criar memórias que nunca existiram?
Querido coração não é suficiente o tanto que tem apanhado?
Não é tão difícil entender que este amor não quer estar ao seu lado.
ALEGRIA DE PROFESSOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Meu querido ex-aluno; é com satisfação e grande orgulho que o reencontro e constato que você se formou um homem digno. De bem. Admiro grandemente sua desenvoltura e a simpatia no atendimento a tantas pessoas diferentes. De culturas, condições econômicas diversas e temperamentos opostos. Venho sempre aqui, por se tratar de um espaço gastronômico democrático, ao alcance até mesmo de um simples professor como eu. Você deve ser novo nesta casa, pois é a primeira vez que me atende.
A propósito, sabe quem vi um mês atrás? Marcele; a menina endiabrada e linda que adorava beijar os meninos da classe para provocar ciúmes em todos eles; lembra? Ela também está ótima; bem sucedida como você. Trabalha honestamente. Creio que se tornou comissária de bordo. Quem não encontro faz muitos anos é o Tião Azulão, aquele menino tímido que a turma toda zoava por causa do cacoete com os olhos, mas tive notícias suas que me deixaram feliz como estou agora: ele comprou um terreno de bom tamanho, na roça, depois de receber uma ótima indenização por processo movido contra uma empresa em que trabalhou. Nesse terreno, Tião arregaçou as mangas e fez uma bela plantação de coqueiros. Fornece cocos para vários quiosques em uma praia do Rio.
Bem; agora preciso ir. Foi realmente um prazer encontrá-lo. É sempre ótimo ter boas notícias de meus ex-alunos. Saber que seguiram suas vidas com dignidade, não importa em que profissões. Com muito ou pouco estudo, muita gente se perde pela vida e julga ter sucesso, tão somente por ganhar muito dinheiro com o que faz, mesmo levando a sociedade ao caos. É o caso dos traficantes, agiotas, milicianos, sequestradores, políticos e similares. Ainda bem que vocês, ao invés disso, têm coragem para trabalhar.
SINTO DE SEGURANÇA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
É um quero não lá muito querido.
Ferido por um não poder buscar.
É um amo que odeio ter que omitir.
Mentir pra quem sabe da verdade.
É um sinto pelo qual sinto muito,
por não proporcionar esperança...
... ...
Um quero com amo encarcerado;
um amo com quero reprimido;
um sinto que é sinto de segurança.
ESCALÃO ....
Julguei da paixão haver cruzado com o amor
Esse sentimento querido e de agrado contido
Que nos acomoda à estância do bem, ao dispor
De uma grande sorte, e oloroso querer contigo!
Hoje sinto, porém, que nada ou pouco rumor
Consegui, afinal, na ilusão me vi conhecido
Numa jornada dum causar e agridoce sabor
Em que eu, derreado, me prostei vencido
Pelos desvãos da vida, o murmurar vazio
Calado. Pois como se manter na estima?
Se frio nas noites, e sem qualquer feitio
Por isso, o soneto no duo o encaixo:
- Vejo as rimas rimando para cima
- Vejo as rimas rimando para baixo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/01/2021, 05’04” – Araguari, MG
paráfrase Benjamim Silva
Ó TANGO QUERIDO!
Ritmo poético! O bailado em prosa
Versos de um amor não esquecido
Que no teu âmago foi adormecido
A ilusão cheia de perfume de rosa
Bandonéon sofrente, sussurrante
Que desperta o peito e nele brade
Num compasso pesado e vibrante
O instante de evocação a saudade
Ritmo d’alma, de sensação errante
Que leva o sentimento tão distante
E traz comichão ao coração sofrido
Ah! balada de insânia dum passado
Sonhos, devaneios, desejo sagrado
Inesquecível paixão, ó tango querido!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 março, 2022, 17’00” – Araguari, MG
SONETO DA PERDA
Nuca eu quisera desejado tal saber
Dizer com a dor um adeus querido
Erigindo com o dano choro balido
Fugindo com a harmonia do viver
Dó é arrancada do pesar instituído
Saudade deplorada de não mais ter
Que somente lembranças há de ver
E lágrimas no suspiro do vil contido
Some, e põe o amor tão triste... Ser
Sorriso suspenso, prazer em gemido
E a noite tão distante do amanhecer
Nunca ninguém pela perda ter podido
Dói tanto, tão dolorido, a permanecer
Que no sentido, o desalento é definido
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
A nossa sorte, querido, é que eu não tenho apenas você, nem você tem apenas a mim. De outro modo, estaríamos perdidos.
Bom dia, minha querida irmã. Bom dia, meu querido irmão. O sol por aqui chegou reluzente, que a luz de Deus esteja presente em cada mente e em cada coração!