Engolir
Ele: Quantas vezes você já respirou fundo e engoliu o choro?
Ela: Não sei, quantas vezes você já falou de outra perto de mim?
Visão de "um louco"
Mentes e corpos engolidos
Num cosmos fabricado
São almas programadas
Para obedecer ao Diabo
Energia cósmica e vital
De ondas cinéticas
Na física mundial
São mentes estéricas
A mente dos "programados"
Nem imagina a verdade
Estão todos inebriados
Por um só "ideal"
Restam os poucos
Aqueles que a verdade sabem,
Mas são rotulados de loucos
Porque não seguem a "máquina"...
Vender a alma ao "anjo mau"
Para muitos é a solução
De fazer chegar a sua Nau
Ao encanto da podridão
No início é a solução
Para um vingar bem
Mas no fim da ilusão
É apenas o fim do trem
Vai, vê, vive, sente
Esse mundo ilusório
De sucesso e demente
Que nem chegas ao purgatório
Raquel Ribau
Era um vazio corrosivo, uma falta permanente, um buraco negro engolindo e partindo-a em pedacinhos de cristal ao chão.
As respostas somem de dentro da minha boca,
alfinetes engolidos antes de espetar o tecido que seria vestido.
Furta a cor, cor roubada num lampejo, presa no tecido do vestido.
Verde. Fúsica. Magenta. Colbato. Sulferino.
Fósforo riscado, memória apagada.
Volto logo, espere á sombra.
Engoli o meu orgulho por você. E mesmo assim, nada adiantou. Não fez diferença alguma. Antes eu tivesse morrido engasgado.
Todas as palavras que você me disse, eu engoli.
E até hoje estou engasgada com elas, mas espero um beijo seu para essas palavras virarem vapor.
Os horrores e amores de um verso sem cor, engolido pelas sílabas que não cicatrizaram e vomitado pelas letras que nunca rimaram!
O papel da verdade
Vai se engolindo a verdade com menos temperos.
Real em essência e busca.
Com atenção.
Com pensamento.
De pé na fila.
Entre um bando de responsáveis.
Entre as modas por estação.
Com as patentes de presos políticos.
O preço do globo e números
Circenses ou teatrais, puramente instrumentais.
O cotidiano fim de semana,
Sempre no particípio.
Arte plástica.
Como ser mais de dois mil anos depois de Cristo e uns trinta a mais depois de Cleópatra.
Sem muito destaque para contribuição à memória.
É verdade agora e mais ou menos.
Já que 'sapo mora na lagoa e perereca na folhagem', o ideal é não comer qualquer perereca nem engolir sapo dos outros!