Engolir
O mesmo escuro engolindo o barquinho de papel, luminosidade de sonho resistindo ao tempo e à história, erramos todos nesses iguais mares gregos, mergulhados nas águas de todos os deuses, de todas as vertigens, de todas as profundezas, de todos os azuis e luminosidades, levando dentro de nós todas as vagas, todos os mares, todas as tempestades e todas as armadilhas, todos os cantos e desencantos, mas que posso fazer se não temos nem as amarras de Ulisses, menos ainda sua astúcia, se contraio nessa maresia de milênios todas as quedas e todos os limites do susto e do riso?" (O último verão em Paris, crônicas, 2000)
Linguagem engolida
Deslizadas em palavras perdidas
Escorreram contidas
Um tanto emudecidas
Quanto esquecidas do dono da voz
Era uma linguagem-prisão
Sem conexão
...
...
...
Palavra mágica
Cadenciada
Ecoada
Sem regras e pontuação
Linguagem livre associação
Fico assim, expectadora dos meus sentimentos.
Não se engane comigo.
Já engoli o pó do chão onde mágoas
pisotearam crenças de felicidades.
Hoje sou Eu e somente o que tiver
cheiro, jeito e essência de amor verdadeiro.
Engoli o chorro e desta vez não engasguei.
Mantive-me ali, inerte, viva.
Aos pedaços, mas ainda viva!
Engoli todas as palavras que tinha para te dizer, com receio de te sufocar com minhas feridas, com medo que elas te torturassem ao ponto de você sofrer, mas sabia que seria em vão, pois o seu coração é de pedra. Quantas vezes me fiz de valente, fingi estar bem, mas você nem notou, não viu o quanto eu estava dilacerado, acabado, praticamente morto.
"O inferno é aqui, apenas usam a igreja como um esconderijo. O pecado engoliu o mundo, e eu apenas sobrevivo.."
E quer saber? Já sofri. Já engoli mentiras que eram ditas como verdade. Já convivi com pessoas egoístas e pessimistas; aprendi muito com elas. Já fui marionete. Já me confundiram com a vilã. Já não sou igual a antes, mudei sem querer mudar. Já não acredito mais em promessas e nem que o amor dura para sempre; se bem que é tão bom pensar positivamente. Já não posso mais me enganar, não posso ser mais uma na vida de alguém. Não gosto de meio termos, ou é sim ou é não, ou pode ou não pode, chega de talvez… Me aposentei faz um tempo das expectativas.
Eu tentei me libertar longe dessa monotonia
Revirei o meu passado, descobrir o que me engolia
Toda vez que me olhava no espelho percebia
Era mais um fruto burro dessa louca burguesia.
nesta noite de luar
não estávamos contando as estrelas
não me achei em seus braços
engoli envergonhado minhas lágrimas
ao saber que de mim não queres nada
e saber que você eu não posso amar...
Cuidem de seus Egos. Alguns de vocês estão sendo praticamente engolidos por ele. Alimente-o. Mas em doses homeopáticas.