Engano
São Narcisos
Ao contemplar seu reflexo no mundo:
Embaçado, distorcido.
Seus traços já não são imundos:
Alterados, induzidos.
O lixo que preenche o fundo:
Entulho, informativo.
O líquido que paira no cubo:
Colorido, chamativo.
E assim ele definha, pois...
As cores que tanto te chamam:
Cubos, líquidos.
Os entulhos que te informam:
Lixo, profundo.
Que induzem aquilo que alteram:
Seus traços, imundos.
Por embaçar o que distorceram:
Seu reflexo, no mundo.
Em Aquarius
Caminhante das sombras,
Traja vestes de luz.
Te deu a violência que assombras,
E agora com a paz te seduz!
Manipula suas emoções,
Brinca com seus pensamentos,
Arquiteta suas ações, induzindo reações,
Infiltrando informações,
Cavalgando traz tormentos.
Te dá toda razão,
Te apoia e te escuta,
Até aponta o caminho:
- Por aqui a estrada é mais curta!
Tão educado, não pode estar nada errado...
- Todos os caminhos vão levar ao mesmo lugar.
- Venha comigo, tenho muito a ensinar!
- Te guiei para ter a idade das trevas e com o Iluminismo te trouxe luz, agora que somos um só espírito, não preciso mais desse capuz.
Luz? Trevas, dor, morte, horror!
- Esse é o preço, sua alma é o penhor.
Eu? Prefiro morrer na guerra.
Essa paz que você assina,
É tão assassina como o primeiro sangue na terra.
Errei de ti...
Tens as chaves que acessam meu melhor
Os portões e as portas de minha candice
Recanto de um coração já descompassado
Onde vigora minha vida, tua eis morada
O que mais de mim esperavas?
Gastei meu suor, derramei meu sangue
Transbordei rios e mares de lágrimas
Inventei versos, rezas, findei terços
Me perdi no breu que em mim se deu
Caminhei sem rumo, passos trôpegos
Preso na dor atroz da ferida de uma saudade
Crucificada, maculada, mal insosso em meu eu
O que fostes minha, enfim? Namorada ausente?
Nada esperei em troca: sequer um olhar
Desses apaixonados, tomado de desejo
Trago no peito o lamento: o erro de saber amar
Não tenho medo de tudo que eu não sei, tenho muito medo do que presumo saber e é bem longe e equivocado da verdadeira realidade.
Quando a gente ama o coração não se engana; estar perto é o que se deseja, e longe jamais quer estar.
Realmente, você não é culpado pelas expectativas por mim criadas
Mas é sim, por aquelas por você instigadas
Me abstenho da culpa pelas minhas ilusões
Pois você conhecia cada uma e a nenhuma se opôs
Não esperei de você castelo e cavalo branco
Apenas transparência para que não houvesse engano
Provavelmente nem imagine que está fazendo parte desta história
Mas a cada semana que vejo aquela mochila nas costas
Conto os dias para ver sua volta.
Seca, a figueira supunha que em data alguma viriam lhe visitar.
Nem era a estação de seus frutos.
Como arbusto, orgulhava-se ao vento por suas madeixas.
Um galileu faminto moveu-se até ela;
inquiriu-lhe dos frutos.
Sorriu matreira, se esquivou e silenciosa manteve-se.
No âmago, a fome não o deteve.
Saiu-lhe em palavras lançadas ao vento.
Cobriu suas folhas, desceu pelos ramos,
percorreu até o solo, achando suas raízes.
Raízes são a boca das plantas.
Ali, pôde o misterioso homem devolver-lhe a fome.
Ele segue; e ela, seca, testemunha o mal que é fingir-se alimento diante da fome de alguém.
O pior estágio de uma dor é quando ela propia se torna a anestesia... E simplesmente deixamos de sentir.
Proditório por Vocação...
Lembro-me, com clareza e detalhes das façanhas do “Véi Severino”, em sua adolescência, jovem vivente, dado à intelectualidade naqueles tempos. Filho de Josevaldo Mulato e de Maria da “Cocada” (assim conhecida por seu ofício de doceira).
Nos dias atuais, é ele já graduado, Doutor: Doutor Severino Antônio Mulato. Trás ainda em sua raiz, resquícios de um coração sertanejo como poucos e isso é como se fosse seu encanto particular.
Se fez um homem culto, escorreito no vernáculo, pesando em seu corpo tatuadas cicatrizes: calos nos pés e nas palmas das mãos, restadas de algum momento entre a infância e os seus exatos e completos 17 anos... entre um desenfado e o cabo de uma enxada, na lida diária com a terra, que raramente recebia a visita das águas das chuvas.
Severino, era o sétimo filho de uma família na qual seus irmãos eram dele, mais jovens, tendo herdado profundas sequelas pela lembrança do flagelo que ia da fome ao desalento de um amor acontecido num inesperado acaso.
Motivo que o levou a deixar o sertão para ganhar o mundo e se dedicar ao que mais lhe apetecia: ler, conhecer, pesquisar, saciar curiosidades... e estudou... estudou muito! E se entregou por inteiro ao sonho de se formar Doutor.
Seu elo com os hábitos e desejos da passada juventude restou tatuado no profundo e escuro poço de sua memória, mas não conseguiu aprisioná-las em suas reminiscências: coisas de sua de sua cultura e da alma lapidada pelo homem que trazia em si .
Diziam muitos dos que o conheceram na mocidade, que “Véi Severino” era um outro homem, não esse que o passar dos anos, das horas idas, que nos trafega pela vida, o haviam mudado, mas não para melhor.
“Véio Severino”, fosse pelas querências que não alcançou na passada de seu destino, fosse pelas necessidades que, não raro o socorriam, em costumeira frequência que, para disfarçar sua nula sensatez e ausência de desejos de reciprocidades, se enroupava em amnésia oportuna.
Se deu numa manhã de primavera, que “Véi Severino” fiou ser merece-dor dos condões, por ser o Primogenítus superiorius, mas, esse ocorrido se lhe somou extemporaneamente, quando já lhe fugia a lucidez, no descanso dos delírios, que, benévolos, por vezes se lhe ausentavam.
Em avançada idade, na espera do incerto por vir, se refugiou naquela tutela: ledo esperança quisto, advindo de uma decidida e optada distância, daqueles menos afortunados, em temor de ser solicitado a prestar algum tipo de ajuda, a ceder um prato de comida, que apenas servisse de companhia, fazendo moucos ouvidos até mesmo à voz enfraquecida de um irmão combalido, alicerçado sobre o esteio que, de tão constante e inflexível, por uma conveniência quase insana com seus pares, que gêmeos em intenções lhe eram, lhe dominava a mente e ações, guardava no coração a alegria e prazer de dizer não, para a expectativa do alimento daqueles a quem caloteava com promessas e desonra, sentindo-se feliz em poder ser parte da angústia e não da bem viver de quem, por vezes lhe serviu de “muleta”, quando necessitado estava, negando e solapando esperanças: destruindo confiança e se mostrando quem realmente se tornou, após alcançar pequeno poder, distribuindo falsas promessas e enganosas esperanças, comum aos farsantes, comportamento digno dos alcoviteiros e covardes.
“Véi Severino”, jogava no colo de quem nele aguardava emergente auxílio, dolosos e frágeis azos, evocadas em suas falas que se davam a granjear um apoio, ornando de espúrias promessas tácitas, porém, quase palpáveis pela forma dita, fantasiadas de confiança, em tempos de inenarráveis expectativas de prestantes futuras ajuda a serem dispensadas, alimentando esperanças de fé, nos dias que ainda, viventes eram, na inocente confiança depositada em seus falsos discursos!
Ali, naquele “lugarzin”, onde era por todos admirado, em verdade, os mais simplórios respiravam ares de confianças, sem se aperceberem, que, por trás da capa de bom homem, prevalecia desde a ausência da fidedignidade de se cumprir uma promessa à mesquinhez de atos falsídios!
Se engana aquele que pensa que vivo na ilusão da felicidade plena. Eu tenho sim os meus momentos de treva, apenas não faço disso o centro da minha vida.
... na brutalidade com que a voz se atira contra
as paredes
abrindo fendas
em toda a extensão das veias e dos tendões (...) fechamos os olhos sabendo que este é o maior engano da eternidade
Ser manso além de qualidade pessoal, é uma virtude. Ser manso não significa ser covarde, pelo contrário. Os homens corajosos são, via de regra, homens mansos de verdade. Sua mansidão é natural. Já a enganosa mansidão do covarde é na verdade, medo.
Fique esperto com as ideias transmitidas por intermédio dos mais famosos, pois são os que mais têm o poder de enganar e alienar. Confie mais naqueles que te façam pensar, e que te perguntam se você discorda deles e o porquê.
2 Reis 7:1
“Escute o que o Senhor diz: “Amanhã a esta hora, você poderá comprar em Samaria três quilos e meio do melhor trigo ou sete quilos de cevada por uma barra de prata”.”
Eis a importância das coisas pequenas: pelo poder e pela ordem de Deus do pouco o muito se faz.
Isto lembra a história da hospitalidade:
Não se esqueçam de ser bondosos com os estranhos porque alguns que fizeram isso hospedaram anjos sem percebê-lo! (Hb 13:2).
Quantas vezes nos deixamos levar pelas aparências, julgando alguém erradamente pelo simples fato de parecer uma pessoa inculta, desqualificada, de aspecto inferior?
Nem sempre a primeira impressão é a que fica, como diz o ditado, pois nem sempre é a correta. É preciso observar diligentemente o que vem depois desta primeira impressão, pois o que então se percebe é que estávamos enganados.
Aquele que julgávamos inferior sob algum aspecto se revela uma pessoa de grande importância e, muitas vezes, uma pessoa com o potencial de Deus sobre a sua vida. Alguém que vai nos transmitir um grande aprendizado, uma grande oportunidade de crescer como ser humano. Uma grande lição essa pessoa pode nos dar para que aprendamos a mudar a nossa visão, os nossos conceitos que se manifestam, muitas vezes, precipitadamente.
Ele se declarou evangélico. Muito bom para nós quando nosso pensamento se modifica antes mesmo de sabermos de quem alguém se trata: este é um cristão, homem de Deus que prega o evangelho onde Deus o coloca, conforme a vontade, a direção é a permissão de Deus.
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