Encarar
Bati de cara com teus olhos
recuei,
medo de te encarar de novo
me fiz de desentendida
de quem não viu nada
Mas tava lá
tu, celular na mão
trajando camisa preta,
perdido em teu silêncio
tão lucido,
calado.
Olhei de relance
rápido,
sair disfarçando batidas...
coração a mil
voando em pensamentos
vontades
Parecia um Deus grego
só, vivendo em seu mundo
diferente...tão real !
O chamado
Quando a Morte me encarar
Face a face
E sorrindo
Invocar meu nome
E o Destino me disser:
- Eis seu último minuto!
Abrirei meus olhos
Levantarei meu corpo
E, encarando a Morte
E o Destino,
Direi:
Meu último minuto
Pertence ao Senhor;
Quem vem me buscar
Não é a Morte...
Mas a Vida!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
PENEDO OU ESPUMA?
Penedo ou espuma?
Vaporosa formação granítica
Rocha para correntes espumantes
Espuma ao contato das tempestades.
Quem és na essência
Se flutuas como tênues flocos
Se envergas trajes de matéria densa?
Na noite de teus mistérios
Ao esvoaçar de asas
Ensombrece o penhasco
Em enigmático mutismo.
Nos escaninhos de teu ser
Procuro espuma
Encontro penedo
Esculpo rochas
Desfaço espumas.
Que porta se abrirá
Ao chamado da dúvida?
Penedo e espuma
Dois estados do mesmo elemento
Encontro a ambos
No mesmo cenário:
Penedo é coragem
Espuma é indecisão.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
C R I A Ç Ã O
Meus versos, minha poesia
Não me pertencem:
Faço-me instrumento
De vidas alheias
De alheios sentimentos.
Sento-me no Banco da Vida
E transcrevo o grande poema
Dos homens
E dos deuses!
Minhas linhas são minha efígie
No anverso e reverso
Da moeda do tempo;
Crio vidas já nascidas
Sou senhor de alforriados
Pastor sem rebanho.
Meus versos, minha poesia
Não me pertencem:
Sendo a vida luz
Sou iluminado
E ilumino
Por minha vez!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
EM BUSCA DE UM CARNAVAL
Minhas ruas da infância
Estão vazias de sonhos e de confetes.
Os espirradores coloridos se esvaziaram no tempo,
Molhando requebrantes serpentinas.
Os pierrôs se fizeram mais tristes:
Suas colombinas perderam as fantasias
E em mulheres se transformaram;
Meu bloco virou a esquina
E o Bloco da Alegria
Em Bloco da Agonia se tornou;
Os mascarados tiraram as máscaras
E seus rostos outras máscaras se tornaram.
Meu carnaval menino
Em que espelho da vida
Escondeu seus foliões!?
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
CONVITE AOS SONHOS
O sono, traído pela inspiração,
Parte, contrariado,
A cerrar outras pálpebras
Insugestionáveis.
O poeta, atraído pela inspiração
Ressurge, reavivado,
A perder segmentos de sua alma,
Manchando alvos papéis
Com a cor perene
De seus voos de Ícaro!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
INTRINSECAMENTE
Esta é uma noite minha,
Intrinsecamente minha!
A estrela mais brilhante
Reflete em meus olhos;
O vento brando que beijou
As flores noturnas
Minhas narinas entorpecem;
A melodia do universo sussurra
Em meus ouvidos atentos;
Os sonhos contam segredos
Decifrados por mim.
Esta é uma noite minha,
Intrinsecamente minha!
Todo o universo
A mim se ofertou
E igualmente
A mim arrebatou!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
APELO
Quero humanas criaturas a me amar
Além do baço reflexo de minh’alma
De minha fisionomia, que ri e que chora,
Em sentimentos puros ou contrações involuntárias.
Quero humanas criaturas a receber
Meu coração púrpuro
Fresco de sangue,
Que é morte... mas também vida.
Quero humanas criaturas a soprarem
O hálito de sentimentos
Em meu coração pequenino
Querendo crescer, ao sabor da vida.
Quero humanas contradições
Alimentando meu coração
Quase sumindo...
Meu coração quase crescendo
Vertido de uma alma entorpecida
Buscando a humana vida:
Pequenino brilhante imerso
Nos desejos humanos!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
ESPELHO
Quando o tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E o espelho refletir minha imagem
Tão estranha aos ares da mocidade
Que verão meus olhos cansados?
Uma vítrea personagem sem alma
Dublando um resto de vida?
Uma alma esculpida em bronze
Afrontando, sobranceira,
O inevitável Mistério?
As linhas tão profundas
Sulcando minha matéria frágil
Aumentarão a luz
De minha candeia íntima
Transformando minh’alma
Prenhe de liberdade
Num candeeiro sem fim?
Ó Tempo, eterno coletor de débitos!
Que me cobrará teu aguçado desígnio?
Quando o Tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E minha imagem diluída no espelho
Perder o alento de quem se mira
Indagarei aos anos idos:
Que espectro me reveste o presente:
Anjo ou demônio?
Quando o Tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E no espelho não houver imagem
Que me cobrará a Vida?
Com que peso ou leveza
A Pena da Eternidade
Lavrará minha sentença?
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
V a t i c í n i o
Enquanto o belo
For estandarte;
O ideal
Profissão,
O canto do poeta
Será semente
Fecundando
A escuridão!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Vértice divino
Durante milênios
Sentei-me na relva do mundo
E perscrutei as estrelas
Em busca de outros seres.
Durante milênios
Ao lado de pequenina semente
Reguei minha imaginação
Buscando formas
Procurando respostas.
Durante milênios
As estrelas cintilaram
E a roda do universo girou
Mas meus olhos cegos
Somente viram sombras
Da realidade tão perto.
Durante milênios
Voei o voo raso
Dos desencontros
Sentei-me no topo do mundo
E somente vi desolação.
Durante milênios
O mundo sulcou minh’alma
E descerrou minhas ilusões
E a semente da vida
Agora em botão
Mostrou-me os seres
Que há muito
Davam-me as mãos.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
VOO TRANSCENDENTAL
Sou pássaro encerrado
Nas grades das ilusões
Cantando canções de liberdade.
Minhas asas querem o voo
Das grandes alturas
Alcançar a Fonte
Das águas cristalinas.
Além, onde os pássaros voam livres,
Quero mergulhar no Oceano da Luz
Planar nas correntes da paz
E mitigar a sede
Nas águas do conhecimento.
Finalmente consegui dormir. Algumas horas da prazerosa fuga da realidade antes de encarar minhas duvidas de novo: Quem sou Eu e de onde venho?
Coragem pra ser a verdade
Paciência pra ver a mentira
Saúde pra encarar o espelho
Bondade pra curar a malícia
Vida pra contar que valeu!!!
De braços abertos dê de cara com coisas que te faça lembrar, pensar e duvidar, mas aprenda a encarar sem medo.
Viver a vida sorrindo...
Pra encarar o mundo tem que ser risonho!
Sonhar não custa. Mas tem que ter coragem,
E mais ainda, correr o risco de viver sonhos.
Que não nos falte sensibilidade para encarar os momentos de instabilidade. Que não nos falte amor para distribuí-lo. Que não nos falte serenidade, paz, harmonia e amor. Que consigamos observar as belezas ao nosso redor e que olhemos para o passado sempre com olhar de sabedoria. O que passou serviu para o nosso crescimento e o nosso desenvolvimento como seres humanos. Somos um misto de amor e de ternura em busca de um lugar onde vida e morte se misturam para semear esta liberdade tão sonhada.
Que as maldades dessa vida não me tirem a doçura no olhar e o modo de encarar a vida com os olhos de menina.
Vamos encarar os fatos
O que aconteceu ficou lá traz
no passado.
Por tanto ele já foi morto
e enterrado.
_Guto
Instinto revolucionário
É tempo de encarar a realidade
E fazer tudo o que der vontade
Optando por agir com virtude
Frequentemente você se ilude
Supondo que sejamos errantes
É sábio não repetir os de antes
As trevas podem virar uma luz
Entendendo o que nos conduz
Outrora caça, agora caçador
Demonstrando que tem valor
Sem alimentar expectativas
Enxergando as alternativas
O aprendiz brinca de mestre
Pisando firme o solo terrestre
Cansou da só contemplação
Absorveu para si a revolução
É hora de alteração: vamos lá!
Estava muito tedioso para cá
Tocou-se o sino com rebeldia
Encerrando a fria monotonia
Reconheça os seus instintos
Venha aqui, sejamos amigos
Temos uma lei: a desordem
Moralistas que se acordem!
"É preciso encarar o outro como ele realmente é e não por um capricho de uma carência. Uma relação só é capaz de manter-se sadia quando o motivo de estar com alguém seja unicamente porque te faça MAIS feliz. Os sentimentos são nobres, eles chegam para somar, para unir forças. É um desejo justo para ambos. É perder o fôlego, mas não sufocar. É sentir-se seguro onde está e fazer por merecer, oferecendo lhe a mesma segurança. O amor nada mais é do que o reflexo do que você sente por si mesmo, e se não estiver bem resolvido com ele, o que acontecerá será apenas uma nociva e pesada projeção da própria solidão. O amor vindo de fora pode até ajudar a curar feridas internas, mas jamais poderá ser usado para substituir a ausência do amor-próprio."
Se faz necessária uma dose considerável de loucura para abrir mão das ilusões e encarar a realidade como ela é.
“ -Alguns acham o meu sorriso bonito, outros os olhos, a maneira de encarar a vida, de encarar os ‘apedrejamentos’ de alguns. Já eu, o que eu acho de bonito em mim?
- “Creio que seja o meu jeito de amar. Pelo fato de que quando gosto, gosto por inteiro. Quando amo, amo de verdade. E não sei e nem pretendo enganar ninguém, sentimentos foram feitos para se sentir, e não pra se brincar”.
Esse sou eu, garoto legal pra uns, enjoado pra outros, chato pra alguns. Enfim, cheio de defeitos, afinal, ninguém é perfeito.” (Relato de um jovem apaixonado, pela vida – A.S.)