Encanto
Ame com calma, Soletre seus gestos, prolongue a intensidade dos atos.
Aumente as pausas, para que o outro perceba seu encantamento.
A mulher que desfila pro mar
Quando ela passa
num doce balanço,
à caminho do mar,
é a coisa mais linda,
num corpo dourado,
que eu já vi passar.
Deixa um encanto no ar,
um jeito ofegante pra respirar,
um desatino no coração,
lembra que a beleza existe,
ainda que eu esteja triste.
A beleza passa sozinha,
e a vida se enche de graça,
porque tudo fica mais lindo,
quando as ondas se formam,
debaixo do seu caminhar.
(Releitura da música 'Garota de Ipanema', de Tom Jobim).
Dizem que os homens se encantam pelo que vêem, enquanto as mulheres, pelo que ouvem, mas na verdade, ambos se encantam pela forma como são tratados.
Se nos prendermos apenas na beleza efêmera do corpo, deixaremos de apreciar
os encantos perenes
da alma.
Daniela, a Sereia dos Ventos
Nos mares dourados onde o sol reluz,
Entre ondas que dançam em brilho e luz,
Aparece Daniela, encanto e magia,
Sereia dos ventos, rara harmonia.
Seus cabelos, fios de sol a brilhar,
Reflexos dourados que o céu vem beijar,
Olhos que falam ternura e fulgor,
Gêmea das brisas, sopro de amor.
Seu corpo esculpido, encanto sem fim,
Graça que embala as marés em mim,
Cada gesto, um verso, doce refrão,
Musa que inspira a mais bela canção.
Mas não é só beleza que te faz singular,
És força, és riso, brilho no ar,
Guerreira, autêntica, estrela a brilhar,
Caminha confiante, sem medo de amar.
E em tão breve instante, num simples olhar,
Senti que o laço familiar veio a se firmar;
Primos, destino que juntos a vida quis traçar,
É uma bênção ter-te neste caminhar.
Que sua presença seja um monumento de luz na vida de alguém — não para ser admirado, mas para iluminar caminhos. Pois mais valioso que agradar é ser agradável e transbordar essência, já que o verdadeiro encanto nasce da autenticidade.
O chamado ‘desamor’,
não é o amor que se foi.
Na verdade, é desencanto.
É o encantamento que se foi,
antes mesmo de tornar-se amor.
Canta o bom artista que a boa obra dispensa explicações, ainda assim, não deixarei de dizer do porquê do meu 'Para Sempre' ser você:
Pensava não merecia poder amar
Pensava não merecia ser amado
Pensava não poderia mais achar
Alguém que seguisse ao meu lado
Até que me peguei ao alto olhar
Até que às estrelas resolvi pedir
Até que os céus puderam ouvir
E desenharam o nosso encontrar
O encanto não foi a primeira vista
Nem amor acreditei poder existir
O encontro sim, obra de artista
Nem se quisesse, poderia desistir
Assim criamos o nosso universo
Verso, avesso, cheio de delícias
Assim somos e além do diverso
Versando o existir com carícias
Neste jogo só fazemos golaços
Vidrados na obra divina a enfeitar
Me deleito, envolto em teus braços
Chapados de amor por aceitar
Que no caminhar belas paisagens
Que a existência seja bem-vestida
Que nada pareça ser bagagem
Que Para Sempre seja a vida
Poderoso é o amor !
O amor nasce e por algum motivo da convivência, as vezes, simplesmente morre;
Enquanto durar, faz seu papel lindamente, deixando a vida transcorrer em uma corrente de abundante felicidade;
O amor pode ser tratado como uma obra do destino, como um ritual sagrado ou até mesmo como uma passagem nas nossas vidas que trazem na sua bagagem, atribuições, capacidades, o inesperado ou uma enorme quantidade de aventuras e loucos desejos que vêm com aquele grito preso de quando o momento é realizado.
Há o amor ! Escute e reflita o som do canto que a sinfonia da vida nos proporciona, elevando ao mais puro encanto o poder do amor!
Malícia do pecado
Em ânforas de rubro encanto entrelaçado,
O vinho sussurra segredos de pecado.
Nas taças, intenções, malícia a espreitar,
Em cada gole, desejos a despertar.
Entre uvas que fermentam em tentação,
Os pecados se entrelaçam na fermentação.
Na dança das rolhas, segredos se soltam,
E a malícia, como vinho, em nós revolta.
Taças erguidas, olhares cúmplices se cruzam,
No vinho, pecados e malícia seduzem.
Em cada borbulhar, um ato proibido,
No cálice, segredos são compartilhados.
Assim, na taça da noite, o vinho e pecado,
Num brinde à malícia, segredos revelados.
Que a indulgência se misture ao fermentar,
Em cada gole, os pecados a se desvelar.
Conheces a temível lenda da Yara?
Onde pescadores sucumbem ao encanto,
levados por uma sereia nativa,
afogados na sedução do desconhecido
tuas pernas me prendem feito serpentes nas águas escuras,
agarrado aos teus cabelos macios, o ondulante curso da cor do rio,
sou arrastado pela correnteza traiçoeira
para a profundidade dos teus olhos
amanheço extinto,
submerso em teus seios
tu és a sereia que assombra meus poemas mais profundos.