Emoção

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Carta a um amor impossível

Recebi tua carta, - e ainda sob o peso
da emoção que me trouxe, eu te escrevo, surpreso,
reavivando na minha lembrança esquecida
certos traços sem cor de uma história perdida:
- falo dos poucos dias que passamos juntos.

Tão longe agora estas, quantos belos assuntos
a que eu não quis, nem soube mesmo dar valor,
relembras com um estranho e desvelado amor.
Tua carta é tão doce, e tão cheia de cores
que, dir-se-ia a escrever com o mel que há nas flores,
sobre o azul de um papel tão azul, que o papel
faz a gente pensar num pedaço de céu!
Impregnado nas folhas chegou até mim,
um perfume sutil e agreste de jasmim
e um pouco do ar sadio e puro de montanha!

Estranha a tua carta, inesperada e estranha!

Deixas nas minhas mãos a tua alma confiante,
ante a revelação desse amor deslumbrante
e abres teu coração, num gesto de ansiedade,
sob a opressão cruel de uma imensa saudade.
Dizes que só por mim tu vives, - que a tristeza
é a companheira fiel que tens por toda parte,
e me falas assim com tamanha franqueza
que eu nem sei que dizer receando magoar-te!
Não compreendo esse amor que revelas por mim
nem mereço a ternura e o enlevo sem fim
de um só trecho sequer de tudo o que escreveste,
- por exemplo, - de um trecho belo e bom, como este:


"Teu olhar é o meu sol! Vivo da sua luz!
- e mesmo que esse amor seja como uma cruz
eu o levarei comigo em meu itinerário!
E o bendirei na dor ascendendo ao Calvário!
Sem ele não existo; e sem ti, meu destino
será vazio, assim como o bronze de um sino
que ficou mutilado e emudeceu seus sons
na orquestra matinal dos outros carrilhões!
Quero ser tua sombra até, - e quando tudo
te abandonar na vida, e o frio, e quedo, e mudo,
encerrarem teu corpo em paz sob um lajedo,
eu ficarei contigo ao teu lado, sem medo,
e sozinha e sem medo eu descerei contigo
oh! Meu único amor! Oh! Meu querido amigo!
- para que os nossos corpos juntos, abraçados,
fiquem na mesma terra em terra transformados!"

Escreves tudo assim, - e eu nem sei que te diga
nesta amarga resposta, oh! Minha pobre amiga!

Tarde, tarde demais... Bem me arrependo agora
do amor que te inspirei, daquele amor de outrora
que eu julgava um brinquedo a mais em minha vida
e a quem davas tua alma inteira e irrefletida...
Releio a tua carta, e confesso que sinto
o ter-te que falar sobre esse amor extinto,
um prelúdio de amor que ficou sem enredo
e que só tu tocaste em surdina, em segredo...

Dizes que o que eu mandar, farás... e que és tão minha
que mesmo que não te ame e que fiques sozinha
bastará para ti a lembrança feliz
dos dias de ilusão em que nunca te quis!
E escreves, continuando essa carta que eu leio
com uma vontade louca de parar no meio:


"Minha vontade é a tua! E meu destino enredo
no teu!... És o meu Deus! Teu desejo é o meu credo!
Creio na tua força e no teu pensamento,
e nem um só segundo e nem um só momento
deixarei de seguir-te aonde quer que tu fores,
seja a estrada coberta de espinhos ou flores,
te aureole a fronte a glória e te sirva a riqueza
ou vivas no abandono e sofras na pobreza!
Serei outra Eleonora Duse, e te amarei
com um amor infinito, sem razão nem lei.
Tu serás o meu Poeta imortal, - meu Senhor,
a quem entregarei minha alma e o meu amor!

Creio na tua força e no teu pensamento!
- faço dela um arrimo, e tenho nele o alento
da única razão que dirige meus atos;
- é a lógica fatal das cousas e dos fatos!
Orgulho-me de ser a matéria plasmável
onde o teu gênio inquieto, e nervoso, e insaciável,
há de esculpir uma obra à tua semelhança!
Junto a ti sou feliz e me sinto criança
curiosa de te ouvir, fascinada e atraída
pela tua palavra alegre e colorida!
E se falas da vida ou se o mundo desvendas
os assuntos ressoam na alma como lendas
e tudo é novo e é belo, e tudo prende e atrai,
de um simples botão que se abre a um pingo d'água que caí.

Há em tudo uma alma nova! Há em tudo um novo encanto!
Tantas vezes te ouvi! E sempre o mesmo espanto
quando tu me dizias, que era tarde, era a hora
em que eu ia dormir em que te ias embora...
Muitas vezes, deitada, - eu rezava baixinho
uma prece que fiz só para o meu carinho:
com meus beijos de amor matarei tua sede,
com os meus cabelos tecerei a rede
onde adormecerás feliz, imaginado
que é a noite que te envolve e te embala cantando;
formarei com os meus braços o ninho amoroso
onde terás na volta o almejado repouso;

minhas mãos te darão o mais terno carinho
e julgarás que é o vento a soprar de mansinho
sussurrando canções e desfeito em desvelos
a desmanchar de leve os teus claros cabelos!
No meu seio, - que a uma onda talvez se pareça,
recostarei feliz, enfim, tua cabeça,
e nada, nenhum ruído há de te perturbar!
- meu próprio coração mais baixo há de pulsar...
Quando o sol castigar as frondes e as raízes
com o meu corpo farei a sombra que precises,
e se o inverno chegar, ou se sentir frio,
em mim hás de achar todo o calor do estio!

Não te rias, - bem sei que te digo tolices,
mas ah! Se compreendesses tudo, ou se sentisses
a alegria que sinto ao te falar assim,
talvez que não te risses, meu amor, de mim...
Isto tudo, - é obra apenas da fatalidade,
- quando o amor é uma doença e é uma febre a saudade."

Tua carta é uma frase inteira de ternura,
como uma renda fina, cuja tessitura
trai a mão delicada e a alma de quem a fez
Ela é bem a expressão da mulher, que uma vez...
(mas não, não recordemos estas cousas mais,
- para o teu bem, deixemos o passado em paz
se o não posso trazer num augúrio feliz
para a prolongação de um sonho que desfiz...)

Tua carta é o reflexo da tua beleza,
e há no seu ofertório a singela pureza
desse amor que te empolga e te invade e domina!
(Uma alma de mulher num corpo de menina!)
Reli-a muito, a sós... - Mais adiante tu dizes,
com esse místico dom das criaturas felizes:

"Amo, para a alegria suprema e indizível
de humilhar-me aos teus pés tanto quanto possível,
e viverei feliz, como a poeira da estrada
se erguer-me ao teu passar, numa nuvem dourada
cheia de sol e luz, - nessa glória fugaz
de acompanhar-te os passos aonde quer que vás!
Não importa que eu role depois no caminho,
não importa que eu fique abandonada e só,
- quem nasceu para espinho há de ser sempre espinho!...
- quem nasceu para pó, há de sempre ser pó!"

Faz-me mal tua carta, muito mal... Receio
pelo amor infeliz que abrigaste em teu seio,
e uma angústia mortal me oprime e me castiga,
deixa que te confesse, oh! Minha pobre amiga!


Não pensei... Não pensei que te afeiçoasses tanto,
nem desejava ver a tristeza do pranto
ensombrecer teus olhos... Quando tu partiste,
não compreendia bem por que ficaste triste
nem quis acreditar no que estavas sentindo...
Hoje, - hoje eu descubro que o teu sonho lindo
era mais do que um sonho, - era mesmo, em verdade
uma grande esperança de felicidade!

Me perdoarás, no entanto... ah! Não fosses tão boa!
E eu insisto de joelhos a teus pés: - perdoa!
Se eu soubesse, ou se ao menos eu adivinhasse
o que não pude ver além de tua face
e o que não soube ler velado em teu olhar,
não teria deixado esse amor te empolgar...

Perdoa o involuntário mal que te causei!
A carta que escreveste, e há bem pouco guardei,
um grande mal também causou-me sem querer:
- é bem rude e bem triste a gente perceber
que encontrou seu ideal, - o seu ideal mais belo,
- e o destruir, tal como eu, que agora o desmantelo!
É doloroso a gente em mil anos sonhá-lo
e inesperadamente ter que abandoná-lo!

Se algum amor eu quis, esse era igual ao teu
que tudo me ofertou e nada recebeu;
ingênuo e puro amor, simples, sem artifícios,
capaz como bem dizes "de mil sacrifícios,
e de mil concessões, chorando muito embora,
só para ver feliz o ente que quer e adora!"

E pensar que isso tudo que tu me ofereces:
— teu raro e imenso amor, teus beijos, tuas preces,
a tua alma de criança ainda em primeiro anseio;
e o teu corpo, onde a forma ondulante do seio
não atingiu sequer seu máximo esplendor;
tua boca, ainda pura aos contatos do amor;
- e dizer que isso tudo, isso tudo afinal
que era o meu velho sonho e o meu maior ideal,
abandono, desprezo, renuncio e largo
com um gesto vil como este, indiferente e amargo!

Enfim, já estás vingada... Porque ainda és criança
há de este falso amor te ficar na lembrança
como uma experiência... (a primeira vencida
das muitas que talvez ainda encontres na vida... )

E um dia então... - quem sabe se não será breve?
- descobrirás na vida aquele amor que deve
transformar teu destino e realizar teu sonho...
Antevendo esse dia de festa, risonho,
comporei, como um véu de noiva, para as bodas,
a mais bela poesia, a mais bela de todas...
(... Recebendo-a, dirás, esquecida e contente:
- "quem teria enviado este estranho presente?")

Sé feliz, minha amiga... eu me despeço aqui...
Lamento o meu destino, porque te perdi
e maldigo esta carta pelo que ela diz...
Não chores, - porque eu sei que ainda serás feliz...

E que as lágrimas de hoje, - enxuguem-se ao calor
de um verdadeiro, eterno e imorredouro amor!

P. S. - Sê feliz. Amanhã tudo isto será lenda...
E pede a Deus, por mim, - que eu nunca me arrependa...

(do livro" Eterno Motivo" - 1943)

É claro que a vida é boa... E a alegria, a única indizível emoção...

Quantas vezes fechei meus olhos pra tudo que estava ao meu redor e pulei de cabeça numa emoção??? e quando cheguei ao fundo de tudo que eu busquei e vi que nada em que eu acreditava, nada que eu fui buscar, realmente existia...nada daquilo era real... e tive que me levantar e buscar forças para seguir o caminho de volta... me levantar...sair do fundo do poço sozinha... e sempre consegui... agora sinto a necessidade de parar antes de tomar qualquer atitude que envolva meus sentimentos, hoje tenho medo de arriscar... por medo de perder... de sofrer... sei lá.. e não sei como lidar com isso... E só uma coisa me faz acreditar que ainda posso ser feliz... esse é e sempre foi o grande e maior desejo de DEUS...

Os poetas muitas vezes descrevem o amor como uma emoção que não podemos controlar, uma emoção que abafa a lógica e o senso comum. Foi o que aconteceu comigo. Eu não planeei apaixonar-me por ti, e duvido que tenhas planeado apaixonares-te por mim. Mas uma vez que nos encontrámos, ficou claro que nenhum de nós podia controlar o que nos estava a acontecer. Ficámos apaixonados, apesar das nossas diferenças, e assim que o ficámos, algo de raro e maravilhoso foi criado. Para mim, um amor como aquele acontece apenas uma vez, e é por isso que cada minuto que passámos juntos ficou gravado na minha memória. Nunca esquecerei um único momento.

Noah Calhoun
SPARKS, N. O Diário da Nossa Paixão. Lisboa: Presença, 1999.

Nota: Frase do personagem do livro "Diário de Uma Paixão" de Nicholas Sparks.

...Mais

pensamento é um momento que nos leva a emoção;
pensamento positivo só faz bem ao coração ....
o mal não...

Já não dá mais pra viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo

Gal Costa
Um dia de domingo (com participação de Tim Maia).

Meu amor é uma aquarela de alegria de emoção, tem as cores da esperança tem as notas da canção.

Estudam o teu sentimento e exploram tua emoção. Se eles sabem o que você sente, podem prever sua reação...'

Entre a dúvida e a certeza, a razão e a emoção. O meu mundo é assim.
Dizem que quando a cabeça não pensa o corpo padece, mas eu acho que se ela pensa demais, padece em dobro.
Talvez esse seja o meu problema, eu vivo buscando soluções para tudo, e não acho para as complicações que eu mesma criei, e as que eu deixei que criassem.
Me perco dentro de mim, e fico tentando me achar em outra pessoa, até cansar delas
Um pecado que eu não deveria cometer, mas cometo, dentre tantos outros.
Eu sei o que é certo e o que é errado, só que na hora H, eu me esqueço. Faço, digo, tudo sem pensar, e depois pago por isso

Irei te dar uma emoção escondida
Há curiosidade em seus olhos
Você já está apaixonada por mim
Não tenha medo
O amor é o caminho

Sem emoção, beleza e elegância não existem.

Estou aqui Anjo, pertinho de você!!!! Não me vê? Procure atentamente dentro da emoção, me encontrarás olhando pra você!

Não devemos nunca nos deixar agir somente pelo coração e pela emoção momentânea, pois quando a razão nos tomar veremos que não valeu a pena.
Nosso coração nem sempre está na mesma sintonia do outro, e o que para nós está sendo um momento especial pode não estar sendo para o outro.

Ser feliz não é somente a emoção que conhecemos quando o sorriso rola solto. Felicidade é aprender lições nos fracassos, encontrar luz na escuridão, reconhecer que a vida é um conjunto de momentos bons e ruins e saber lidar bem com cada um deles. É usar a Fé em Deus sem moderação. É ter a sabedoria de falar de si mesmo com humildade, escutar as críticas com bondade e retribuir com carinho. É ter voz e coragem de opinar. É ter juízo sem aprisionar a criança interior. É ser saudável, mas fazendo o que gosta. Saber perdoar, saber que errou. É revelar sem medo os sentimentos. É compreender quando o caminho não é certo e voltar. É regar com amor o jardim onde crescem as amizades e estar pronto para banhar na chuva que vem de lá. Felicidade é assim: Não basta esperar por ela é preciso ralar para merecê-la!

A razão é a taça, e a emoção, o vinho. Simples assim.

O romantismo

O romantismo está na emoção de ler um poema
De ouvir uma musica e senti-la na alma
Está na sensibilidade de um olhar
Que diz tantas palavras no silêncio
Está na delicadeza de um sorriso
Na forma como toca uma flor e
Sente seu perfume.
O romantismo está em como se emociona
Ao sentir a ternura de um abraço
Ah! O romantismo está na singeleza
E na pureza dos sentimentos.

A emoção que pode quebrar seu coração às vezes é a mesma que o cura.

A emoção era doce e nova, mas a causa dela fugia-me, sem que eu a buscasse, nem suspeitasse.

Machado de Assis
ASSIS, M., Dom Casmurro

A raiva não foi inventada pra ser uma emoção de longo prazo. O corpo funciona como um carro: Se você mantiver o motor ligado tempo demais, ele funde e para de funcionar. Pesquisas médicas demonstram que acumular raiva e ressentimento por longos períodos causa estresse físico e psicológico, o que enfraquece seu sistema imunológico e debilita órgãos vitais.

Primavera...
... flores... cores... alegria...
Verão...
... calor... praia... emoção...
Outono...
... renovação...
Inverno...
... frio... cobertor... lareira...
Você...
... primavera... verão... outono... inverno...
Porque...
Como a primavera...
... transmite alegria, com seu sorriso
... irradia beleza, tal qual as flores
... chama a atenção, igual as cores
Como o verão...
... queima, mas com seu amor
... encanta, tal a praia, seu encanto
... emociona, aquele, que lhe encanta
Como o outono...
... renova esperanças, daqueles que a amam
Como o inverno...
... chama o frio, para que seja aquecida
... pelo cobertor, ou, caso, queira, pelo seu amor
... e a chama da lareira, traduz a força de sua paixão