Embriaguez
Saímos silenciosamente,
mas nunca partimos.
O amor de ANTES
é a necessidade do AGORA
e a certeza do DEPOIS.
Fiquemos então
nessa aventura alucinante,
de dimensões infinitas,
de embriaguez da alma,
o AMOR.
Anteontem
me embriaguei de realidade
e - frágil -
acordei para mim
com uma forte ressaca
ontem
senti saudade de mim
daquela ternura do meu olhar e daquela doçura do meu sonhar
daquela minha coragem timida e daquela minha timidez corajosa
daquela minha bondade inata e daquele meu querer acreditar no mundo
daquela minha sensibilidade estupida e daquele meu chorar por tudo
hoje
depois da ressaca terrivel
acordei de novo em mim
naquele mim
que agora
acredita somente em mim.
Embriaguei-me, de forma a provar toda e qualquer aflição.
De ressaca, resisti às debilitações que açoitaram-me.
Caí, tanto. Mas agora de pé, conservo-me no desejo de renovação, recomeço e resiliência.
Embriague-se com as boas atitudes e a ressaca será sem as enxaquecas costumeiras de quem não apela para os caminhos do bem
Gosto do efeito da bebida na madrugada, que me faz andar zig zag pela calçada. As ruas do Rio ficam mais interessantes e naturalmente desvio dos buracos da calçada...mas às vezes atrapalha...
Pra suportar os rigores da vida, é necessário que estejamos sempre embriagados, seja de vinho, arte ou de amor.
Um sorriso embriagado passa rápido, mas um sorriso sereno, esse vale muito e pode se tornar inesquecível.
ASSIM FALOU UM BÊBADO NIILISTA
Um cigarro, um violão
Uma caninha sempre à mão
Contemplando o belo mar
Viajando ao luar
Eu tenho medo da morte
Eu tenho medo da vida
Eu tenho medo de tudo
Não acredito na sorte
Mas sinto que sou sortudo
A vida é bela, eu sei
Mas também é muito dura
Se fácil fosse não teria
Paixão, graça e ternura
Eu sei como Ele nasceu
Criei-o à minha imagem e semelhança
Preciso Dele pra ter fé
Sou frágil como criança
Viajo no mesmo ponto
Sobrevôo cidades e montes
Converso com Zaratustra
Vou muito além do horizonte
Ó grandioso universo
Que me torna insignificante
Humildemente lhe confesso
Me sinto como um gigante
Sou agora o super homem
Com um martelo na mão
Destruindo as fraquezas
Forjadas na ilusão
Não tenho mais medo da vida
Não tenho mais medo da morte
Não tenho mais medo de nada
Me sinto são, salvo e forte
Enfrento qualquer parada
Vivendo só por viver
Olhando para o abismo
Eu sei que quero saber
Muito mais do que preciso
Eu danço, canto e espanto
O que há de espantar
Espanto todos os santos
Pois santos sei que não há
Perdoem meus erros vãos
Vão ser por muitos condenados
Condenados também serão
Serão também perdoados
Só dEUs sabe quem eu sou
Eu sei tudo sobre dEUs
Sem o fim e o começo
O que resta Dele sou EU
Como Sísifo fui condenado
A uma vida absurda
Meu destino está traçado
Muda tudo e nada muda
A vida, o universo e tudo mais
Tudo mais maravilhoso
Maravilhoso como o nada
Nada é tudo de novo
É um eterno retorno?
O empoeirar dos anos
Corro eu
A integridade de minha juventude
Caduca,
Num domingo
Às póstumas vésperas do tempo
Brigavam
Por motivações
Embriagados
Corriam contra si
Armados
Da ideologia conectada
Massacrando antigas paixões
Gozavam alto escalão,
Míseros,
Fadados a si mesmos
Habitados e Controlados Pelo Espírito Santo
Sabemos que o Espírito Santo está conosco porque a Palavra de Deus nos diz assim (Jo 14.16-17; Ef 1.13). Todo crente verdadeiramente nascido de novo é habitado pelo Espírito Santo, mas nem todo crente é "controlado" pelo Espírito Santo; há uma diferença distinta entre os dois. Quando andamos na nossa carne, não estamos sob o controle do Espírito Santo, mesmo sendo habitado por Ele. O Apóstolo Paulo usa uma ilustração para nos ajudar a entender: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Muitas pessoas leem esse versículo e o interpretam como se o Apóstolo estivesse falando apenas contra a embriaguez com vinho. No entanto, o contexto dessa passagem fala também da caminhada e a luta do crente que está cheio do Espírito Santo. Portanto, nesse versículo, há algo que vai mais além do que uma simples advertência contra a embriaguez com vinho.
Quando pessoas estão embriagadas, elas exibem certas características: elas cambaleiam, o seu falar é arrastado e seu discernimento é prejudicado. O Apóstolo Paulo faz uma comparação aqui. Da mesma forma que há certas características que nos permitem enxergar quando alguém esta sob o controle do álcool, também deve haver certas características que nos permitem ver quando alguém está sob o controle do Espírito Santo. Lemos em Gálatas 5.22-24 sobre o "fruto" do Espírito. Esse é o Seu fruto, e é exibido pelo crente que é nascido de novo e que anda sob o controle do Espírito.
O tempo verbal em Efésios 5.18 indica um processo contínuo de estar cheio do Espírito Santo. Já que é uma exortação para estarmos “cheios do Espírito”, isso indica que também é possível que não estejamos "cheios" ou controlados pelo Espírito. O resto do capítulo 5 de Efésios nós dá as características de um Cristão cheio do Espírito Santo: "falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5.19-21).
Portanto, o crente que é nascido de novo não deve ser controlado por nada mais além do que O Espírito Santo. Ser cheio ou controlado pelo Espírito é o resultado de andar em obediência ao SENHOR. Esse é um presente da Graça de Deus para todos que creem.
"Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" (Gl 5.16-25).
Pense nisso e ótima semana!
No Amor do Abba, Marcelo Rissma.
Há quem se droga da droga. Há quem se droga da medicação que é também droga. Há quem se droga da ira e dos maus sentimentos, que envenenam e que são sempre uma droga. Há quem se droga da melancolia que o leva à droga. E há aquele que, de súbito, se droga do irresistível amor platônico, que embriaga e que entorpece mais do que a droga do que poderia – efetivamente – ser a própria droga.
De tudo, a não observância na efemeridade da vida, torna-nos uma geração embriagada com o ópio da eternidade da juventude.
Madrugada de Junho
Chamam-me Zé, da terra do rei. Apesar disso, um humilde plebeu.
Cidadão orgulhoso, hébrio eventual e desafortunado, estudante bem sucedido e intelectual fracassado.
Há dias não durmo. Não muito. Não.
Soluções das mais diversas foram-me apresentadas. Como meu caráter, contudo, são falhas.
Como ciência, deixam a desejar. Como técnica, ineficazes. Como crença, continuam no plano imaginativo. Um fracasso.
Ontem testei um remédio. Dormi junto ao despertar do sol.
Hoje foi diferente. Álcool. A alvorada se foi há horas e ainda escrevo estes versos.
A agonia já deixou de ser amante. Casei com ela e a traí. Raiva, minha nova paixão.
Desespero será o meu futuro. Desesperança, após ele.
Quero chorar. Também desejo vomitar. Tristemente, não tenho mais controle sobre o próprio corpo.
Minhas mãos tatilografam amontoados de rabiscos estranhos, os quais a autoria negarei pela manhã.
A falta de memória será a prova.
O sono não vêm. A angustia bate frenética a porta de meu coração. Descobriu a traição e agora cobra seu preço.
Suspiraria de alívio se ela apenas pegasse as malas, preferisse meia-duzia de ofensas, desse meia-volta e só voltasse meia quinzena depois, com um oficial de justiça e uma intimação. A dor de cabeça séria menor.
Decadência.
Ao menos não estou sozinho. A tristeza é companhia fiel. Durmo com ela às vezes, mas durmo.
Mal posso esperar pela próxima visita.
Niilista? Não, não tenho tanta sorte e nem tanta esperança assim.
Ó, Tristeza, quando voltarás? Desejo-te, fiel amiga. Se quiser-tes, caso-me contigo. Aceitarei teus egoísmos, desejos e tuas traições.
Sono, eis o que quero em troca. Apenas isto. Aceitas a proposta?
Fico feliz...
Chega uma hora em que alguns lamentarão por terem cometido muita bobagem na vida, por terem tratado a vida movidos por impulsos, atropelando processos e pessoas. Outros, porém, lamentarão por não terem cometido a loucura que poderiam cometer com quem queriam cometer, por terem sido comedidos demais. Descompesamos a alma por causa dos nossos excessos, seja de embriaguez, seja de sobriedade.
Eu não tenho uma madrugada profunda. A muito não me embriago. Prefiro dormir ao som do desespero ao me anestesiar com vãos momentos. Mas hj me dei a liberdade dos loucos. De no álcool fingir loucura e esquecer os reais desafios de se viver uma vida tão dura e tão fugaz