Embriaguez
A Embriaguez
Basta uma dose,
Basta um simples gole
Nessa pequena garrafa,
Para que possa embriagar-me;
O que ela contém provoca delírio
Alucinação,solidão,
Pois nos faz querer somente
A companhia de nossa penumbra,
Criada pela luz de vela da lareira
Que nos impele movidos pelo frio
Frio da alma que embaça a janela
E a ressaca ? Ah, a ressaca do amor...
O cansaço, a sede ,
A enxaqueca que corta afiadamente nossa fronte
A exaustão que não decreta liberdade
Tudo por causa do cativo pensamento
Que possui um único dono.
Me embriago, me perco na embriaguez, me Tomo e bebo, na gana dessa minha pequenez; vivo marimbondo no fim desse mundo, largado e jogado embriagado quase todas às vezes, sendo tarde ou noitinha, embriago-me quase todas às vezes.
O pior tipo de bêbado é aquele que repudia sua própria embriaguez, mas não combate o desejo de beber e ainda culpa o fabricante de sua bebida por lhe apresentar a sua maior fraqueza.
Há muito tempo terminei minha refeição e me retirei da mesa onde estavam Platão e um grupo de homens embriagados. Eles idealizavam e discutiam um sentimento do qual não me recordo muito bem, mas que em vagas ocasiões acredito tê-lo vivido.
Não atrase o pagamento de quem trabalha para você. Pague sem demora, e se você estiver sendo justo, Deus o recompensará. /
Meu filho, seja reservado em tudo o que fizer, e bem-educado em todo o seu comportamento. /
Não faça para ninguém aquilo que você não gosta que façam para você. / Não beba vinho até se embriagar, e não deixe que a embriaguez seja sua companheira de caminho. / Reparta seu pão com quem tem fome e suas roupas com quem está nu./ Dê como esmola tudo o que você tem de supérfluo, e não seja mesquinho. / Ofereça seu pão e vinho sobre o túmulo dos justos, ao invés de dá-los aos infiéis. / Procure aconselhar-se com pessoas sensatas, e nunca despreze um conselho útil. (Tobias 4, 14-18)
Toda arte, toda filosofia pode ser vista como remédio e socorro da vida em crescimento ou em declínio: elas pressupõem sempre sofrimento e sofredores. Mas existem dois tipos de sofredores, os que sofrem de superabundância de vida, que querem uma arte dionisíaca, e desse modo uma perspectiva trágica da vida – e depois os que sofrem de empobrecimento de vida, que requerem da arte e da filosofia silêncio, quietude, mar liso, ou embriaguez entorpecimento, convulsão. Vingança sobre a vida mesma – a mais voluptuosa espécie de embriaguez para aqueles assim empobrecidos!
Para que haja arte, para que haja uma ação ou uma contemplação estética qualquer, uma condição fisiológica preliminar é indispensável: a embriaguez.
Quem sabe eu encontre o que eu preciso
No fundo de uma taça de vinho (...)
Todavia, se eu não encontrar,
Espero pelo menos me embriagar!
Embriagado, pode até ser que dessa forma eu consiga esquecer
Aquilo que tanto me fere e faz sofrer.
Não quer dizer que me olhando, pessoas poderão notar,
Aquilo que frequentemente, insiste em me atormentar.
Porém diante de toda essa angustia e desconforto,
Esqueço o meu “eu” que quase se encontra morto...
Ainda tenho a esperança que isso é só uma fase
Que me consome tão quase
Fazendo eu desejar
Que a morte a mim, venha chegar...
E no meio desse eterno pensar, sentir, amar
Continuo o vinho beber e dele me embriagar...
Maior que eu
Talvez eu esteja sonhando alto,
ou até mesmo esquecendo meus asfaltos.
Por que eu me embriaguei?
Uma dúvida bate a minha porta,
me sinto nublado nessa noite ensolarada.
Não precisa nem ter sentido.
Eu sei que eu serei grande e o que me falta é apenas tamanho.
Me jogue fora e eu me reconstruirei.
Me diga que essa voz dentro da minha cabeça não é apenas uma carta aberta ao fracasso.
Eu sei que isso é maior que eu.
Me diga que eu não sou mais um nesse mar de sonhadores que apenas se perde na maré.
Não me afogarei na água rasa nem que seja a...
Eu não me afogarei na parte rasa.
Não estou dizendo que me afogarei em algum momento crucial.
Só estou refazendo os meus planos que estavam juntos a mim todo o tempo.
Talvez eu esteja mesmo louco.
E eu sei que o meu lado mais obscuro vai me salvar
Diga me com quem tu andas, e eu o julgarei.
Que chuva gostosa, nem sinto as gotas me rasgarem como antes.
O que me diz de experimentar a minha pele?
Me diga que essa voz dentro da minha cabeça não é apenas uma carta aberta ao fracasso.
Eu sei que isso é maior que eu.
Me diga que eu não sou mais um nesse mar de sonhadores que apenas se perde na maré.
Não me afogarei na água rasa nem que seja a última coisa...
Eu não me afogarei na parte rasa.
Tão clichê, tão bobo, tão belo e tão feio.
Nem sei se ao menos eu sei que caminho trilhar,
e nem ao menos que caminho desviar.
Me sinto numa encruzilhada, e eu nem me direcionei até isso.
Se eu me render, você me dá alguma chance?
Por que eu continuo falando comigo mesmo?
Se alguém ouvisse essa conversa eu estaria preso.
Me diga que essa voz dentro da minha cabeça não é apenas uma carta aberta ao fracasso.
Eu sei que isso é inspiração.
Me diga que eu não sou mais um nesse mar de sonhadores que apenas se perde na maré.
Não me afogarei na água rasa nem que seja a última coisa que eu faça antes de parar de respirar.
Eu não me afogarei na parte rasa.
Não aqui...
Triste e desvairada,
Alucinada,
Embriagava-me,
Entre aflições e torpezas,
Jogava todas as cartas na mesa,
Sombria,
Parecia uma pessoa fria,
Apenas máscara,
Por dentro um coração quente,
De chama ardente,
Que sem precedentes,
Buscava o amor loucamente,
Em outros corpos,
Em muitos copos,
Substâncias tão vazias quanto o frio da minha alma,
Que se escondia muito bem,
Disfarçada em sorrisos.
Um poeta, um filósofo e um psicanalista.
O poeta diz: "Ah! Que virtude o amor.
O filósofo diz: "O amor só se exprime na virtude".
O psicanalista diz: "próxima sessão, sábado pela manhã, depois da ressaca. Quero entendê-los no processo intermédiario entre a embriaguez e a lucidez".
Embriaguei-me, de forma a provar toda e qualquer aflição.
De ressaca, resisti às debilitações que açoitaram-me.
Caí, tanto. Mas agora de pé, conservo-me no desejo de renovação, recomeço e resiliência.
Preciso beber. Preciso de algo quente e forte… Cerveja? Não. O organismo precisa equilibrar as coisas internas… Tudo aqui dentro ferve muito...Chega a queimar. Além disso, tenho precisado espairecer um pouco!
Não vem sendo fácil todo esse atropelo que a vida faz… Tudo acelerado demais…
Preciso de algo que me transporte, metaforicamente.
O álcool tem esse poder!
Ele é permissível. Alterador de sentidos.
A rotina atropelada do jeito que é, permite algumas desestabilidade... nem tudo permanece organizado...
As lágrimas desenfreadas fragilizam. Que horror! E para esquecer tudo isso, ou REorganizar... o que nos resta é um gole. Uma dose. Ou, varias dela.
"Há momentos que precisamos de duas coisas: um bom livro ou um bom vinho. O vinho lhe deixará num estado de embriaguez relativamente momentânea e o livro lhe trará uma embriaguez eterna"
Tem cerveja? Certeza que tem. Um mercado sem cerveja numa sociedade embriagada como a nossa, faliria. Tim-tim.
Beleza é o que fica depois que aquilo tudo que nossos olhos capturaram e nos embriagou é consumido e peneirado pela frieza da rotina, pela insistência do tempo e pela verdade dos atos que "falam" mais alto que palavras.
Gosto do efeito da bebida na madrugada, que me faz andar zig zag pela calçada. As ruas do Rio ficam mais interessantes e naturalmente desvio dos buracos da calçada...mas às vezes atrapalha...
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