Embora
Saudade agora é uma sensação estranha de que todos foram embora e só eu voltei para reconstruir a história.
É ela... Que invade o coração como se fosse qualquer lugar, deixa pensamentos tontos, e se a alma for a mente, ela já domina a minha, não ela não faz mais parte da minha vida, ela que apareceu pra mim como quem dá a mão sem pedir nada em troca, como um ombro acolhedor, e depois? Ela tomou tudo novamente, e me deixou no mesmo estado que antes. Não eu não gosto dela, eu a amo, ela é como palavras que não sabemos o significado mas fazem parte do nosso vocabulário, ela é como uma música que faria sucesso se fosse lançada, mas jamais foi escutada. É o porto seguro para um coração aflito, se eu sou uma árvore ela é minha raiz. E quando penso que as estrelas são infinitas imagino no amor que sinto, que vai muito além das coisas que podemos descrever. Como um sorriso bobo, ou um abraço apertado. Faz sentir- se bem e jamais preocupado, é ela que vem pra trazer paz, e vai enfim deixando saudades...
No dia em que tu se foste. (A carta)
No dia em que tu se foste eu fiquei sem voz, totalmente embargado. Quis gritar por socorro, mas estava entalado com um amor que nunca quis sair de mim.
No dia em que tu se foste eu quis correr, sumir pra bem longe, mas tu levaste embora os últimos resquícios de força que havia em mim. Pensei em sair da galáxia, até entrei escondido num foguete, mas prestes a decolar desisti, pois tive medo de, em meio àquele escuro, confundir a luz das estrelas com o brilho dos teus olhos e então morrer de amor por nunca poder alcançá-los.
Tentei em todas as direções, em todos os comprimentos de onda e graus possíveis, enxergar algum abrigo, mas tudo que eu conseguia ver era tua imagem sorrindo com aquele sorriso que me fez, desde à primeira vista, sentir o mais puro sentimento; a mais benevolente de todas as sensações; a inexplicável perfeição que só você conseguiu causar em mim. Acho até que o próprio amor sentiria inveja se um dia ele sentisse o que você me proporcionou a sentir.
Fiz de meus braços asas e então voei o mais alto que pude, para quem sabe, achar-te nas nuvens, mas ao chegar lá não te encontrei em lugar algum, tudo era branco e límpido e ao tocá-las não hesitei em lembrar-me da quão macia era tua pele... Ah, tua pele... Quando as tocava me sentia o mais feliz colhedor de flores do jardim celeste, na verdade, nunca toquei as flores de lá, mas com certeza devem ser tão perfeitas e macias quanto.
Quando se foste, me senti sozinho em meio ao mais profundo oceano, nas profundezas onde nem mesmo os peixes habitavam. Nadei por dias tentando achar a superfície na esperança de te encontrar, mas quanto mais nadei mais me afoguei e quando meu fôlego se foi por inteiro, lembrei-me do teu beijo que me tirava todo ar possível, e então nem do fôlego eu necessitava mais naquele mar, somente de um beijo teu.
Ao ires embora não levaste apenas meu amor, mas também minh’alma, minha razão, minha paz interior. Perdi-me em meus próprios pensamentos, me afoguei em minhas próprias lágrimas, caí no abismo do desamor, a insanidade de tudo em mim tomou conta. Só o que me restou foi a esperança de te ver voltar, a esperança de uma vez mais rever aquele sorriso, de novamente poder tocar tua pele...
Mas, cadê você que não volta? E quanto as promessas feitas? Não sabia que o amor poderia ser tão cruel, tão efêmero em sua benignidade. Se amar é ir embora e deixar para trás todas as boas memórias e momentos vividos, sem ao menos ter direito a um adeus, eu não quero mais amar. Na verdade, espero realmente não ter amado, prefiro acreditar que não foi amor, talvez um feitiço, algo totalmente fora da realidade.
Neste discurso de quem não sabe o que está realmente falando, queria te odiar, mas a saudade não me dá espaço. Queria, mais ainda, poder te esquecer, mas como posso esquecer algo que nem mesmo eu sei se foi real? Quem sabe a melhor saída é fazer daquelas boas memórias motivo de sorrisos. Contudo, se um dia me perguntarem qual o motivo das consecutivas lágrimas, sem saber como agir, farei o que aprendi com você, darei as costas e irei embora, pois palavras para descrever tais lágrimas, creio que nunca as encontrarei.
Por fim, tentarei não permitir que a decepção e o que penso ser ódio tomem conta de mim. Vou seguir acreditando que o amor é mais que o que você foi capaz de me doar e que um dia ainda irei encontrá-lo. E lá estarei eu, de braços bem abertos e sorriso novamente escancarado para dar boas vindas a uma nova e incessante tentativa de amar e ser amado. Então, de hoje em diante, prometerei a mim mesmo que vou me curar de você, pois no dia em que tu te foste percebi que realmente me apaixonei, mas não pelo que tu realmente eras, todavia pelo o que eu inventei de você.
Fala a ilusão
Disse a ilusão ao coração:
vou-me embora, não te faço
mais sofrer.
E o coração mesmo fraco e deprimido
disse:
Não vaz, sem tí como irei fazer
para sobreviver a esta saudade,e ao
sofrimento que comigo vive?
Contigo ao menos, tenho a sensação,
de tê-la bem perto, e a ilusão de que é
só minha, e do meu viver fazer sentido,
em busca da felicidade.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Vi muita gente indo embora,
Se mudando para outro vazio,
Que em seguida seria preenchido.
Vi muita gente se despedindo,
Outros correndo,
Fugindo,
Com medo de dizer adeus.
Vi imensidões e vi cubículos.
Guardei amores estourados,
Amassados,
Jogados no lixo.
Vi olhares em desertos.
Ouvi o som de estar só.
Sofri um pouco,
Ou pior.
Vi mares em lágrimas.
Retratos de artes inacabadas,
Esquecidas,
Ou simplesmente nada.
Vi Ele, em minha frente.
Um Homem,
Com Magestade
De deus.
Um moço, que me ouviu,
Me tirou, me corrigiu
E me amou, verdadeiramente,
Eu senti.
Senti as batidas de amor,
De um humano,
Nem ciborgue, nem robô.
Quanto amor...
E o melhor de tudo: poder vê-lo,
Em um dia qualquer,
Calor ou FRIO.
Ou nunca mais.
Um frio gostoso na barriga,
Uma aventura quente,
Que não sai da mente,
Nem da boca.
Enquanto vejo pessoas,
Também vejo fins e recomeços,
Alguns traçados,
E outros cheios de desordem.
Principalmente:
Me vejo, na fila do descaso,
Esperando ao lado. Ao seu lado,
Sentada,
Na ladeira dos sonhos bons.
Quando vinhes a mim dizendo que vai embora, não pense que te pedirei pra ficar. Se decidiu ir é por que nunca tevês a intensão de ficar.
A janela aguarda o vento , a madeira que não acaba , mas enverga e faz barulho e bate, o vento vai embora e a janela fica.
Prometa-me que vai calar-me com um beijo
toda vez que eu falar tamanha bobagem,
toda vez que eu disser que vou embora.
Prometa-me esconder as chaves do carro
toda vez que um desatino tomar-me por hora,
toda vez que meus olhos trovejarem desesperanças.
E me abrace sereno e forte, constante
e me lembre do quanto gosto de lhe ter por perto
do quanto me sinto segura em teus braços.
E afague meus cabelos, meus anseios, minha alma.
Sem igual ternura, e me lembre do quanto sou tua.
Sem igual medida, e descubra o quanto és minha vida!
Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais.
Cláudia Leite S.
Deus muitas vezes se assemelha a um mendigo
que bate à tua porta pedindo abrigo.
Você pode abrir e recebê-lo calorosamente em teu lar,
ou pode simplesmente mandá-lo embora
e depois fingir que ele não existe.
Mas ele continuará existindo ainda assim...
E, não, ele não é um mendigo,
apesar de muitas vezes ser tratado como tal.
Tira essa surpresa do olhar. Não pense que só existe o que você é capaz de notar. Não é porque você tem preguiça de afastar a cortina que as pessoas não tem nada abaixo da superfície.
Eu queria ter sido alguém para você. Queria fazer parte de sua lista de convidados, ou melhor, alguém que nem precisa convidar.
Queria que você admirasse minhas qualidades e defendesse meus defeitos. Que confiasse na minha sinceridade e não duvidasse das minhas capacidades.
Não porque sou perfeita, mas porque sou sua.
Queria ser insubstituível e não descartável. Queria importância e não indiferença. Queria ser única e não avulsa.
Queria completar e não sobrar, inspirar carinho e não pena, ser um presente não um fardo, uma amiga e não uma obrigação, ‘agregável’ e não descartável.
Queria que nossos momentos não fossem só passado. Queria sentir algo mais que gratidão e saudade. Queria ligar pra perguntar o que vamos fazer hoje e não fingir que esqueci, que não dói.
Isso tudo me tornou uma pessoa dividida. Dividida entre tudo isso que eu queria ter sido para você e o que quero ser para mim mesma.
E eu opto por seguir em frente, crescer com os tombos, aprender superar.
Opto por conquistar meus próprios amigos, desenvolver outros traços da minha personalidade, estar com quem me ama. Ser tudo o que posso ser e não apenas o que você conseguiu ver.
Opto por assimilar que apesar de você fazer falta, às vezes é com as pessoas que não estão mais conosco que moram nossas maiores afinidades.
Embora você e todos me chamem de louco, tolo, nada mais sou que um sonhador, um admirador, um qualquer coisa que acredita que é possível. Que é possível um mundo mais lindo, mais verdadeiro, mais doce - um mundo com mais belezas - belezas de um sorriso, de um beijo, de um desejo, de um sonho, de um verdadeiro "amo você".
O problema com certeza são as lembranças. Elas se mantêm em mim, elas não vão embora contigo na estação da luz.
Vamos embora ao vento,
ao que sucede um novo romance
numerosos serão os momentos
embriagados nessa eterna nuance
sobretudo jamais cairá em esquecimento
sem saber se terá fim a nossa história,
assim também será eterna, e viva na nossa memória.
“Se tem uma coisa que aprendi na vida,é que as pessoas sempre vão embora,algumas demoram mais,outras menos,mas elas sempre se vão ..