Em meio a Fumaça
Sem querer acabo sendo fogo. Que queima, que consome, que muda e remolda. E minha fumaça atrai, é vistosa e enganosa, ela é azul.
Todos os dias me dá vontade de ligar, mandar um SMS, fazer sinal de fumaça, gritar teu nome e termino o dia me contendo...
Sua fumaça que inala, faz meu corpo viajar, essa música soberana que me balança e faz meu corpo vibrar, mente que encontra outro mundo, outro álibi, nessas horas eu sei que não estamos sozinhos, temos outro mundo dentro de nós, é necessário uma ajuda para encontra-lo. Relaxar e voar.
- Dói.
- Eu sei, mas passa.
- Choro, paro, choro, morro.
- Vai passar.
- Como a fumaça de um cigarro?
- Sim, bem mais rápido.
- E o cheiro?
- Será melhor quando distante.
Trago novamente o charuto. Mas dessa vez não inalo a fumaça. Apenas aprecio. Diferente do cigarro que é um hábito, um vício; rum e charuto são reflexivos. Harmoniosos. Acalmam a alma e nos fazem transcender a outras dimensões. Problemas se vão e a letargia fica nos fazendo companhia. Rum e charuto são analgésicos para alma.
Procuro tanto me esconder,
que nem mesmo me acho
entre picos, cheiros e fumaça.
O vermelho misturado ao meu castanho esverdeado,
me mostra.
O cinza é sem graça. Não é preto, mas também não é branco. Não é fumaça que some, nem fogo que queima.
Há sempre um sinal de fumaça no meu pedido de socorro...Há sempre um sorriso triste tentando disfarçar minha já tão amarrotada tristeza.
Há sempre uma parte de mim querendo ir embora enquanto a outra insiste em ficar.
E a gente fica, não por falta de opção, mas por puro medo de fracassar, de nossos alicerces não suportarem o peso...
E o medo vence...sempre, enquanto a gente fica colecionando derrotas!
" Ouvia-se um ruido, antes da luz chegar,
era a fumaça do candelabro já desgastado pelo tempo
erguendo-se feito nuvem disparando o olhar
tantos apocalipses prenunciaram essa estrada
amanheceu e não consigo partir
preso a uma imagem que a mente não decifra
no que pensar se não em saudade
o que viver caso não necessidade
te olhar mais uma vez
quando ainda és melodia
antes da luz acabar
passo sorrindo
é só o que me resta fazer...
HÁ UM TEMPO ATRÁS
Olha como tudo mudou
O pó do chão se apossou
O cheiro da fumaça
Na parede grudou.
O pássaro que por aqui
Cantava, nunca mais cantou
Acho que ele perdeu seu amor.
E pra muito longe voou.
E agora o que sobrou então?
Nossos rastros no chão
E as cadeiras que eram
Nossas companheiras nas
Horas de brincadeiras.
Oh! Tempo bendito,
Traga o mais rápido a chuva
Quero vê-la lavando tudo
Quero ter de volta a alegria
Quero ela sem fantasia
Quero de volta tudo que valeu
Não quero mais sentir
Saudades de sorrisos
Dê outra chance a este
Coração sofrido.
Que reconhece cada
Tempo perdido
Tempo, este é meu
Último pedido
Seja meu amigo?!
Martha Moreira
Já não sou mais eu, ja nem sei quem eu quero ser.
O tempo que passou, esvaeceu, como fumaça pelo ar. Quem sou eu, como me amar? Quem se achou? Para onde suceder? O jeito é lutar, seguir e vencer.
Qualquer desculpa que vier a sua mente no ato do pecado virará fumaça quando confrontada com a consciência pós pecado consumado.
a fumaça do charuto do Jobim
é a música de Elis
a voz de Adoniran
as águas de março
chuviscadas pelos querubins.
a fé de Pe. Cícero
os conselhos de Frei Damião
os benditos do horto
de um pobre poeta esquecido
é lição de amor, à um pobre coração.
Entre a luz dos olhos do Jobim amante
rezei com Adoniran na capela São João
naveguei com Elis no falso brilhante
aprendi a amar e amar sem razão
Se dizem: Na cabana do índio tem fumaça e você vive na mesma aldeia,corra e prepare água pra sua antes que o fogo lhe atinja.
Tragédia
Que barulho assustador
Que grande explosão
Que fumaça que tragédia,
Grande destruição,
Quantas mortes, quanta dor
Cidade fantasma
Terra arrasada
Casas derrubadas
E até edifícios
Um terremoto, tremor de terra,
Fogos de artifício;
Vidas que lá se encerram
Coisa de demonio;
Nitrato de amônio,
Tragédia anunciada,
Estava ali armazenada.