Em meio a Fumaça
Traga suas decepções e eu trago as minhas
Traguemo-las todas para que virem cinza e fumaça
Que nos tragam à mente o difícil aprendizado
E que do intragável façamos uma bela canção
QUEIXÃO
Repare no meu hábito de me queixar:
Eu me queixo da fumaça de cigarro que entra pela janela,
Do cheiro do produto de limpeza no hall,
Do vizinho de garagem,
Dos donos de cachorros na rua,
Dos folgados no trânsito,
Do atendimento por aí,
Do cara que estaciona na vaga do idoso,
Dos buracos da rua,
Do prefeito, do vereador e do deputado,
Do senador, da presidenta e do desgenerado.
De tudo que, de uma forma ou de outra, me causa incômodo.
Meu rosto é um espelho do meu interior ?
Sou Pobre de espírito ou me falta o “Senhor” !
Anjos pendurados nos arranha céus cobrindo de fumaça toda dor que aqui se encontra.Imunda são suas faces sobre os espelhos de fogo...
Tudo o que sei
é que nada sei.
Tudo o que planejei
sonhei, busquei
foi como fumaça no ar.
Agora vou parar,
sem planos,
sem enganos...
sem sonhos,
sem pesadelos,
sem buscas,
sem desencontros....
quem sabe assim (des)encontro...
ou sou (des)encontrada?
Sei, sei... comigo é tudo ou nada!
Tudo faz sentido, quando a motivação é o amor ...
Um dia após o outro e a fumaça que nos assustou, já não nos diz mais nada.
Vou pegar o último trem
mas aqui não tem mais maria fumaça
só na língua, mesmo assim...
é uma língua que querem matar
&
enterrar entre o que restou dos mourões carcomidos
ferros retorcidos
eis ai...
toda nossa dor lusitana.
Democracia
Quando ouvi os gritos,
Tampei meus ouvidos.
Quando senti a fumaça,
Cobri meus olhos e nariz.
Quando o sangue respingou em mim,
Apenas lavei minhas mãos.
Quando a minoria estava nas ruas,
Tranquei-me na sala e liguei a tv.
Enquanto o governo coagia,
E a policia batia, minha omissão falava.
Com a coleira de ajuda e salários mínimos,
A sociedade me oprimia.
Só percebi que o caminho não tinha mais volta,
Quando amanhecia o dia.
Manchetes de jornal em sua maioria,
São sempre as mesmas e vazias.
Eu morria sem envelhecer,
Escravo de um sistema brutal,
Disfarçado de democracia.
A ilusão vendida à conta gotas,
Esmola para mentes vazias,
E isto sem perceber, havia me custado uma vida.
Estou sozinho...
A noite e linda...e a lua por testemunha..
Acendo o cachimbo...o bailar da fumaça ...
Estou sozinho...
Quero recomeçar ..observo a fumaça que sobe a chaminé do restaurante do outro lado da rua...onde sao preparadora hambúrgueres e fritas...pessoas comem e sorriem..famílias ...maridos ..esposas e crianças ...
As crianças que sentem a segurança e a satisfação num prato de hambúrguer com fritas..
Estou sozinho..
Olhando pra mim mesmo..e nao me lembro porque ...
Nao consigo me encontrar..talvez tenha me perdido no caminho..
A noite avança ..o cachimbo apaga..vou acende-lo ..
E continuar buscando..quem sabe a vontade de mudar..
De novo e de novo..para depois por fim adormecer...
Acordar e quem sabe tentar ser feliz...encontrar a felicidade..
Que tanto procuro nao sob as imperfeições da mina alma...
Mais na vontade de prosseguir!!!
Nem sempre onde ha fumaça, há fogo. Pode ser só sua visão embaçada por consequência da sua mente suja.
A DANÇARINA
Dançarina na luz da lamparina,
Na graça do gesto parece fumaça.
Há suspiro em passo, cada giro,
Dança com leveza desperta lembrança.
No samba, ela além de bela é bamba,
Mas seu coração muda com a estação;
Machuca muitos por isso parece maluca,
Coitada da dançarina não passa de menina.
A idade cobra dançarina pela atividade,
É vaidosa, mas aparenta ser mais idosa.
A fantasia não dura para sempre, que ironia;
A dançarina se apagará com a luz da lamparina.
André Zanarella 30-08-2012
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4421534
Acendo o cigarro, deixo a fumaça escapar por entre os lábios e o olhar vaga distante pensando no vazio que você deixou, fazendo substituir-se por outros vícios, outros amores que nunca amei.
Veja agora, garoto, no que me tornei.
E não, a culpa não é sua, a culpa é minha, que não sou ninguém.
Bem vindo julho
Mes de neblina que parece branca fumaça
De orvalho nos prados e na grama da praça
De criança em casa de férias escolares
De comer pipoca e se aquecer no aconchego dos lares...
mel - ((*_*))
ASAS DE FUMAÇA
Invadindo a mente
Trago um suspiro em forma de fumaça,
Que volta e meia acompanha minha reflexão
Deixa vestígios cinzentos
Levados em forma espiral pelo vento
Por um momento
Quero com as cinzas planar
Seja para onde esse remoinho vá me levar
Com o vento,
Não sei onde vou findar
Mas a pé,
Também não quero ficar
Se asas o destino não me deu
Talvez me reste virar cinza
Para um dia poder com a brisa voar
Só por precaução, eu vou ficar por aqui, beirando as suas esquinas, soltando alguns sinais de fumaça, deixando escapar alguns sorrisos bobos... Tudo só pra garantir que você me perceba,ou melhor ainda, que eu te ganhe de vez!
Eu não vou continuar assistindo você
Dançar em torno de sua fumaça
E extinguir-se
Você não é a luz que eu conhecia
Eu não acredito em redes de segurança
Chaves fora do alcance,
Fazer isso certo para não se deixar ir
Com que chaves você tem que se prender?
Ou estará deslizando, indo embora de si mesma
Escorregando, deslizando , deslizando a si mesma através de suas mãos
Qual é o problema ?
Você não tem chuva suficiente
Para fazer a sua tempestade
Porque você parece tão triste
Onde está a luz que eu conhecia?
Onde está a luz que eu usei para nos comunicarmos ?
Deslizando, deslizando, escorregando pelas suas mãos!