Elegia de um Tucano Morto
A estátua de um poeta morto
Sozinho, caminho até a praça...
Dois ou três passos e paro.
Colho flores brancas entremeadas ao mato.
Mato grande, que cresce ali!
Um cercado de fios de arame enferrujado protege o jardim.
Desconsidero o aviso que diz:
-Não colha flores e, ou, plantas desse jardim!
(...)
Num segundo de descuido
um agudo espinho de esquerda
espeta-me o dedo polegar da mão direita.
Desço à terra!
Subo novamente à minha própria altura.
Recosto-me em uma estátua de cobre.
(...)
Um pássaro cinza voa no céu sobre mim.
Voa meio assim...
Meio torto, meio de lado.
Voa um tanto apressado.
Muito estranho!
O voo desse pássaro.
(...)
As pedras no chão...
-Vermelhas como estão-
parecem dançarinas de flamenco
tango, tchá...tchá, tchá!
Parecem dançar,
mexem-se sem parar!
Mexem-se. Sem parar.
(...)
De repente...
Ficam escuras!
Ficam duras!
Param de dançar.
Dói!
Dói-me a cabeça.
(...)
Os olhos ficam inquietos.
Nuveiam...
Nuveiam!
Somem as nuvens dos olhos
e até o sol para de brilhar.
(...)
Dá um sono!
Resolvo deitar ali mesmo.
Deito-me naquele lugar.
Penso-me morto.
Morto não hei de estar!
Não hei de estar.
Morto, eu? Será?
(...)
Num último e derradeiro esforço
tento me levantar.
Tudo parece estar tão distante...
O corpo está tão pesado...
Resolvo me aquietar!
Durmo por horas ao pé da estátua de cobre.
(...)
Estátua de poeta!
Homenagem 'post-mortem'.
O coitado morreu ali mesmo...
Naquele lugar!
Envenenado por um pico de espinho de rosas brancas
no polegar da mão direita.
(...)
Morto e transformado em estátua!
Pra sempre ali...
Parado!
Transformado em poesia dramática.
Eternizado em seu próprio universo,
e preso, em seu mais triste verso.
Morto!
(...)
Enquanto lamentava a sorte do pobre homem
o pássaro cinza que se remexia no céu sobre mim
mira e despeja toda a sua maldade em minha cabeça.
Numa casualidade quase transcendental,
salva-me da morte!
Livra-me da sorte de virar estátua.
Revivo e vou-me embora.
Muitas magoas são um inferno de sofrimento neste pesadelo,
Ouça meus amigos meu amor está morto,
Enterro meus pensamentos com truque de magica,
Tento estripar minhas falhas, Mas, tornou se tarde.
Está morta no pesadelo da minha vida,
Velo meus sonhos na sua cripta,
Renovo meu amor em tuas mortalhas,
Quando abando está vida espero te encontrar na outra vida.
Morto-vivo: mente num corpo que desconhece o Amor.
Cuidado! É possível que seja imprevisívelmente contagioso!
Morto é quem nada ensina e nada aprende com a vida, pois todo aquele que absorve a essência ao longo de sua existência, e que compartilha o que sabe, permanece "vivo" mesmo depois que morre.
Pode existir lógica, necessidade e razão para se abandonar um rato que já nasceu morto; mas não há qualquer beleza ou glória nisto.
Amar. Sim, amar. Essa palavra que quase ninguém sente a essência. Palavra essa que dá vida aos mortos. Palavra que matou um em favor de muitos. Palavra que deve ser vivida por cada ser terreno.
Amar ? Há muito que não sabemos nem mesmo onde o amor e a ética estão correlacionados. O que vemos são sistemas "éticos" formados para preestabelecer seu comportamento moral, sua forma de amar, e o que deve amar (você não é o que é, apenas o que os outros pensão que deve ser). Amor demasiado por coisas e ações, transtornado, completamente deformado, criando um buraco negro, vocês o chamam de egocentrismo, não é mesmo ?, Amor que não ama pessoas, no plural "p-e-s-s-o-a-s". Verbo amar... Não adianta saber conjugar, não adianta ter pensamentos sobre ele, teorias, ideologias se você não ama.
Para os meus objetivos
não serem concretizados,so ser eu estive morto, caso ao contrario nunca irei desisti das minhas metas pessoas.
DEUS ESTÁ MORTO?
Vejo no Facebook, grupos apologeticos da filosofia nietzschiana afirmar: "Aqui não discutimos religião!" Mas, que se propõem a ridicularizar Deus, com a nefasta frase do ateu mais famoso do mundo - Friedrich Nietzsche: "Deus está morto!" Na verdade parece-me que eles simplesmente não querem ser confrontados, mas querem provocar. Já que não querem discutir religião não deveriam provocar as mentes religiosas atacando Deus. Todos sabem que as pessoas religiosas não suportam ouvir maledicências sobre Deus, sobre a religião, sobre os religiosos, e sobre as igrejas, assim como os ateus não suportam ser julgados pelas mentes religiosas e mesquinhas que espiritualizam tudo. Os ateus precisam respeitar o direito que os crentes têm de crê em Deus, tanto quanto os crentes precisam respeitar o direito dos ateus de não crêem. É simples assim! Portanto, essa guerra idiota entre crentes e ateus (e vice versa) precisa acabar imediatamente. Quem é contra a qualquer tipo de intolerância não deve ser intolerante também, e muito menos tolerar as intolerâncias, sejam elas quais forem.
(Austri Junior - Teólogo)
É um cinza meio morto, ofuscante, mas que ainda sim, serve para embaçar minha visão. Tento ampliar o modo como tento ver, mas de nada adianta, toda aquela neblina cega-me completamente. Estou preso no mundo que cresci, e dele não posso mais sair, nem a frente consigo enxergar, tudo que queria ver foi tirado de mim, seja pelos acontecimentos inevitáveis, ou por essa fumaça desconfortante. Eu já tentei correr para a frente, para os lados, mas é como se eu andasse em círculos, como se aquilo não tivesse um fim. Eu já não mais sabia onde estava, só sabia para onde queria ir, e eu queria ir embora dali, não sabia como, apenas sentia o desconforto, sabia que não pertencia, sabia que eu queria sumir, só não sabia como sumir, apenas senti. Eu corri tanto, mas tanto, que acabei escorregando, escorreguei na lama, deslizei pela grama, e aos seus pés cheguei, cheguei desacordado. Quando voltei a mim, olhei em sua feição, não sabia o motivo, apenas senti um certo conforto, talvez seja porque consegui finalmente sair dali, daquela escuridão, e, quando volto a visão em sua face, encontro-a, com um sorriso tímido, esperando algo de mim, eu não sabia o que falar, e muito menos como me expressar, então timidamente sorri. O resto eu não conto, pois a partir daqui, se tornou um sonho, um sonho que eu quero sonhar, sonhar, sonhar, e sentir…
- A miragem refletida no céu
Por mais que eu esteja vivo, eu estou morto, por mais que eu sorria, eu estou chorando, por mais que eu esteja bem estou mal, por mais que eu respira estou sufocado.
Eu sinto o brilho de um corpo morto em meu coração;
Eu vejo meus sonhos escorrer como sangue em suas mãos;
Não consigo mais enxergar a felicidade;
Não vejo nada além de cinzas sobre corpos decapitados;
Não vejo a luz da lua e do sol;
Tudo esta tão sem vida;
Nas minhas lembranças teu sorriso escureceu;
Por de baixo de disfarces eu camuflo a minha dor;
A dor e o frio da solidão já assombram meu peito;
Nos meus olhos já é possível ver a minha alma destruída;
Sozinho não tenho com o que me preocupar;
Mas sozinho eu não quero ficar;
Você me faz tão feliz;
Mas acho que a felicidade não é pra sempre;
Com a solidão vem a dor;
E com a dor vem a morte;
O Lago Morto
O lago morto, o céu cinzento ao luar;
Pálida, lutando, coberta pelas nuvens,
A lua;
O murmúrio obstinado que cochicha e passa
(Dir-se-ia que tem medo de falar em alta voz).
Tão tristes agora,
Recaem sobre meu coração,
Onde a alegria morre como um rio deserto.
Minhas pobres alegrias...
Não as toqueis,
Floridas e sorridentes.
Lentamente, a raiz acaba de morrer.
O anel da invisibilidade do ódio
deve ser morto na sua raíz
Se ficarmos nos contorcendo
para rir melhor e rir por último
achando que a vida está boa
com ódio no sangue
Levamos uma timbalada
bem por meio do qual
outrem em sua defesa legítima
contra algo que não é seu
se legitima sendo bom
o suficiente para passar
em análise de sua vida conjunta
bem no meio do coração.
Como se fosse um símbolo
congruente mas não o suficiente
para ser mais que fonética
ser também palavra
que não quer, por si só,
dizer que é amor.
❤️