Elegia de um Tucano Morto
Ela gosta de ver os raios de sol iluminando a poeira, o pássaro preto morto na rua.... Portas coloridas e janelas sem fim.... Gosta de sentir as cores, cheirar a música, gritar bem alto para chamar a lua........Ela gosta do toque nas estrelas e das criaturinhas voando em direção à luz.... As idéias invadem sua mente como um furacão sem começo nem fim, misturando, distorcendo e despedaçando cada pensamento
Hoje em dia, há três formas de viver : Se falares, estás vivo . Se criticares estás morto . Se contrariares, morto estás .
Morto não se meche
Não deve poder
Então como pra não morrer
Respiro pra viver
Vivo pra escrever
Escrevo pra não enlouquecer
Quadras
Morto hei de estar ao teu lado
sem o sentir nem saber
mesmo assim isso me basta
para ver um bem em morrer
Quando passo o dia inteiro
sem ver o meu amorzinho
corre um frio de janeiro
no junho do meu carinho
Teus olhos tristes parados
coisa nenhuma a fitar
ah meu amor,meu amor
se eu fora nenhum lugar
Adivinhei o que pensas
só por saber que não era
qualquer das coisas imensas
que a minha alma de ti espera
Pra mim vc morreu
esta morto e enterrado
seus ossos ja estao deteriorados
virarao zinzas
poeira e estao no vento
vc nao existe mais
Não é tristeza, é saudade. É a constante lembrança do que não tem retorno, do quase-morto, do fim, do que não deveria mais ser falado. Mas eu insisto. Eu relembro, eu me mato.
MAR MORTO
Na procela os ventos se quietam
E passam horários de ponteiros livres,
Rodopiam as horas porque o tempo embala
O mar bravio que se separa.
Deixando à tona superfície velhos lunáticos
Com talheres de ouro, candelabros de prata.
No mar das tormentas
Temperou-se o vento
E não quebram ondas
Por sobre os rochedos,.
E virão peixes à superfície,
Entregar-se aos pesqueiros
Como no milagre.
E serão partidos ao meio
E o resto será jogado
Pra que outros peixes comam,
Na confortável areia.
Rompeu-se o mar,
E o farol faz um rastro fino
Que agora é um caminho
Não marés, não mares, não águas.
As praias serão habitadas
Por pássaros silvestres amazônicos,
Ou babilônicos que aportarão aqui.
Calma demais caminhará a onda
Porque sabe, vem e não volta mais.
Aqui há sede, a sede dela,
Onde se perpetua um deserto calmo,
De cá agora se vê Portugal.
E me entrego ao mundo em busca de algo, sabe aquela coisa de que sempre o mar devolve: vivo ou morto, o mundo também é assim, um dia espero voltar a ser o que eu era e que a vida me devolva: vivo ou morto. "