Elegia de um Tucano Morto
Como vai você?
Madrugada lenta,
Onde escondeste o dia que não chega?
Morto neste colchão,
Abraço o silêncio e a solidão.
Atrasado chega o dia, bocejante,
E pede que me levante.
O hotel se torna borbulhante.
Já sei que a rotina será maçante.
Sem escolhas vou adiante.
Bom dia. Como vai?
Olá. Tudo bem?
As pessoas bem dormidas,
Não sabem da minha vida.
Das esquinas descabidas.
Das péssimas investidas.
À tarde os importunos se multiplicam,
Ficam ainda mais pedantes.
Sem escolhas vou adiante.
Tentando não parecer arrogante.
Boa tarde. Como vai?
Olá. Tudo bem?
A noite outra vez me escolta,
Sábia e cheia de contra indicações.
Sigo cabisbaixo conduzindo minha revolta.
Ainda encontro uma multidão
Chata e sem emoção.
Boa noite. Como vai?
Olá. Tudo bem?
Em fim fico só comigo,
Empalideço a fisionomia.
Deito em meu jazido.
Meu corpo parece
Embalsamado pra aula de anatomia.
Entre paredes melancólicas deste mausoléu.
Refaço minhas angústias.
Minha consciência atrevida,
Pra infernizar ainda mais minha vida,
Pergunta destemida:
Olá. Tudo bem?
Como vai tua vida?
O coração
Eu seguirei o meu, onde ele me manda, pois quando deixei de o seguir, morri, vivi morto, fui um zombie no percurso da vida.
Renasci dos mortos, despertei de novo para a vida, agora sigo o coração.
Obrigado, a quem me ressuscitou, espero em breve receber o abraço da vida.
Sigo o meu coração, segui-lo-ei até á morte.
Foi morto como covarde, um desertor.
Negou-se ao dever quando convocado a fazer parte da corrente de união e força na luta pela liberdade.
Ao covarde restou o direito às ultimas palavras:
- Em nome das correntes de união não serei um elo de luta pela liberdade pois elos não libertam ou aprisionam tão pouco lutam ou fazem guerra.
- A união faz a força das correntes que unem e a Paz é a cópia das chaves que libertam. Não mato por liberdade, morro em Paz.
- Morto em Combate.
Tudo e Nada
Se eu tentasse
Se eu quisesse
Mas não posso
Prefiro morrer calado
Do que ser morto pela língua
Exterminar um sonho
Queimar minhas vontades
Nada vale a pena
Nada, mas você não é nada você é tudo
Um tudo que nunca terei
Meu jardim morto
Voltarei naquele lugar
Frio mais tão belo
Sangue vermelho
Manchando a rosa
Meu jardim de inverno
Coberto pela neve
O anjo na neve ao chão
Companhia dos corvos negros
Meu coração, adoecendo
Lentamente ...
Voltei neste lugar porquê?
Sinto saudades, apenas
Gosto de imaginar, este lugar
Nos dias de primavera,
Agora ele está totalmente morrendo
Voz do esquecido amigo
Que morava ali, e o cuidava
Saudade a palavra ardente
Escapando de dentro de mim
Meu lugar, meu amigo, minhas flores
Arceu Junior
" Quando o homem está morto, vive sempre; findando os dias de minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente". JÓ 15,10-14
Jó, 14, onde se lê: "Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo"
Se zumbi é um morto vivo.
Então ele é a prova morta que alguém morto pode ser a prova viva que há vida após a morte!