Elegia de um Tucano Morto
O Lago Morto
O lago morto, o céu cinzento ao luar;
Pálida, lutando, coberta pelas nuvens,
A lua;
O murmúrio obstinado que cochicha e passa
(Dir-se-ia que tem medo de falar em alta voz).
Tão tristes agora,
Recaem sobre meu coração,
Onde a alegria morre como um rio deserto.
Minhas pobres alegrias...
Não as toqueis,
Floridas e sorridentes.
Lentamente, a raiz acaba de morrer.
Lembrar que estarei morto em alguns anos é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões.
CAVALO MORTO
UMA JOVEM, UM VELHO E UM MORTO,
CADA UM COM SEUS PROBLEMAS,
TINHAM 3 GRANDES DESAFIOS,
USARAM SEUS ESTRATAGEMAS.
A JOVEM, BELA E PREGUIÇOSA,
TEVE QUE MATAR UM BOI,
O VELHO, TODO ARCADO,
TINHA QUE COMÊ-LO, E NÃO FOI.
O QUE FAZER COM A CARCAÇA?
PERGUNTOU O “MORTO” OLHANDO TORTO.
VAMOS QUEIMAR, FAZER FUMAÇA
E AS CINZAS PÔR NUM SACO,
DEPOIS JOGAR NUMA QUIÇAÇA,
LÁ NO MORRO DO MACACO.
DEPOIS DE MUITA DISCUSSÃO
POR FIM SE DECIDIRAM:
- VAMOS ENTERRAR O BICHO,
É MUITO MAIS DIVERTIDO
QUE PÔR NO SACO DE LIXO.
DECIDIDO, ENTÃO AMIGOS,
DEPOIS UM POUCO DE CONFORTO.
MAS ESPEREM, E O BURACO?...
...TEVE QUE CAVÁ-LO O MORTO.
BA – JESUS
Sol mar coqueiros,
Queria agora o senhor Jesus,
Isso mesmo aquele morto na Cruz,
Deitar minha cabeça em seu colo,
Ter sua mão em meu cabelo
E não precisar nada falar.
Quero o Jesus do perdão
E para tudo dará um explicação.
Quero saber aonde eu errei.
Por que tanto amei?
Quero olhar nos olhos de Jesus,
Aquele que por mim foi morto na Cruz.
Pedir sossego,
Talvez descanso,
Talvez perdão,
Talvez apenas nada pedir.
Cansei de lutar contra meu mundo,
Cansei de querer de no perdão ir fundo.
Jesus...
Morto na Cruz...
Ajuda-me a caminhar...
Mesmo no paraíso não há ar...
Faça aqui no paraíso entender a sua vontade.
André Zanarella 04-09-2012
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4433488
Então eu perdi tudo, morto e partido
Minhas costas contra a parede
Corte-me
Eu estou apenas tentando respirar
Apenas tentando desvendar
Porque eu construí esses muros
Para vê-los desmoronando
Eu disse
Então eu perdi tudo
E quem pode me salvar agora?
A ruiva é má
Tem olhos azuis da cor do mar morto
e um mau humor encantador...
Costuma reclamar dos palavrões, das coisas que digo
mas reclama mais das que eu não digo.
Tem a pele incrivelmente branca, porém
suja de sardas alaranjadas e veias aparentes.
Raramente sorri,quando acontece fica com as bochechas vermelhas. Tem vergonha de sorrir.
Seu sutiã preferido é de renda preta
com fundo cor vermelho magenta
Passo horas reparando todos os detalhes e contrastes.
Nunca foi sentimental, não assiste comédias românticas,
Gosta de ler Nietzsche e Dostoiévski.
Sabe que nunca pertencerei a ela e jura não se importar.
A ruiva é do blues,tem gosto de Vinho branco.
A morena é a louca,
tem olhos de cigana oblíqua e dissimulada como os de Capitu.
Está sempre rindo, consegue de fazer piada de tudo
seu sorriso parece muito grande para uma pessoa só
é impossível ficar triste perto dela.
Quando falo demais, me puxa pela cintura,
põe seus lábios tão próximos aos meus
que me sujo de batom sem tocá-la.
Enlaça suas pernas negras sobre as minhas pálidas
ri e diz que parecemos "Casadinho", seu doce preferido.
A morena é do samba, tem sabor de café.
Não posso pensar em escolher entre as duas,
temo que esse dia chegue.
Uma é extremo da outra, preciso viver no equilíbrio.
Aprecio o cobertor quente quando está frio demais,
aprecio a brisa fria quando está quente.
Gosto do blues e do vinho branco gelado de noite,
mas também preciso do café quente de manhã ouvindo samba.
sou um vazio completo de sonhos e dores de um mundo morto
toscamente sob um sol de chuva de fuligem e poeira radio-terápica
por ruas inundadas de rostos uniformes, passos que se afastam da vida
o corpo é tedioso, fatiado cirurgicamente para se esconder das luzes públicas
mentes, por fim...
acolho meus verbos instintivamente num copo raso de rum e um cigarro vagabundo.
a vida somente nos permite pequenos momentos de lucidez.
Quando tiver q fazer algo por alguém, faça-o enquanto está vivo, depois de morto só servirá pro bicho comer debaixo da sepultura.