Elegia de um Tucano Morto
Confie e sera traído. Descuide-se e será morto. Mate antes que te matem.
(Makoto Shishio, para Saitou e Kenshin)
Morto por dentro
Olhos sem brilho
Muitas esperanças, cercada de pessimismo
Sorrisos falsos, autoenganação
Sozinho na multidão
Único ou diferente?
Muitas perguntas, nenhuma resposta
Medo do amanhã? Apesar de o amanhã ser o hoje
Se alguém entender isso, não estou só.
Só depois da última árvore derrubada, do último rio poluído, do último peixe morto, o homem irá perceber que dinheiro não se come.
Para vencer qualquer batalha, você deve lutar como se já estivesse morto.
Eu não sinto nenhuma emoção sobre nada.
Eu não quero rir nem chorar.
Estou dormente; morto por dentro.
Não chore pelo que você perdeu, lute pelo que você tem.
Não chore pelo que está morto, lute por aquilo que nasceu em você.
Não chore por quem o abandonou, lute por quem está a seu lado.
Não chore por quem o odeia, lute por quem o quer feliz.
Não chore pelo seu passado, lute pelo seu presente.
Não chore pelo seu sofrimento, lute pela sua felicidade.
Não é fácil ser feliz, temos que abrir mão de várias coisas, fazer escolhas e ter coragem de assumir ônus e bônus para ser feliz.
Com o tempo vamos aprendendo que nada é impossível de solucionar,
apenas siga adiante com quem quer e luta para estar com você.
Se engana quem acha que a riqueza e o status atraem a inveja...
as pessoas invejam mesmo é o sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera e a paz interior...
ANIVERSÁRIO
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...