Elegia de um Tucano Morto
Pobre jardim cheio de flores
Tornou-se um lugar morto e escuro
Não me convença que há lugar como esse
Tão lindo como procuro
Pena que não haja mais luz nesse mundo
Aqui não nasce, só morre.
Seja pobre, rico, limpo ou imundo.
Pobre jardim cheio de flores
Não há mais riqueza em ti para admirar
Queria não pertencer aqui
Mas aqui é meu lugar
Tudo em volta é maldade
Pobre criança que sou
De viver essa realidade
Onde foram parar suas flores, jardim?
Algo que já brilhou pode morrer assim?
Cruelmente, secamente, silencionsamente..
E a esperança que não tinha fim?
Não lamento de um sonho já morto, lamento do desejo da minha alma de querer voar cada vez mais alto em busca do paraíso de Deus, em busca do paraíso inexistente, e eu não puder ao menos realizar o sonho da minha alma que um dia sonhara ser a estrela de Deus, ser a estrela morta.
Ser o maior mulherengo ou pegador morto em um cemitério, não é o que mais importa para mim… Ir para a minha cama à noite pensando que eu estou fazendo alguma coisa grande para alguém que eu amo. Isso sim é o que mais importa para mim.
Não tenho mais vida. Não estou morto, de fato. Mas, como se vive sem vida? Como se morre sem morte? O que fazer agora?
Embora eu insista no erro, é difícil falar de vida quando se está morto por dentro. Insensível, indiferente. Sobreviver e viver são coisas absolutamente diferentes.
somente um ser morto é que se torna incapaz
pq enquanto houver vida, tudo é permissível
até realizar os sonhos mais impossíveis
Na verdade a impossibilidade é uma barreira.
mas com certeza,
barreiras foram feitas para serem quebradas
A linguagem é a criadora de todas as coisas. De um simples e morto grão de areia, ao mais vívido e complexo ser, nada existe sem a linguagem. Ela permite-nos a ciência de nós mesmos e de tudo mais.
Silêncio Você colore meus olhos de vermelho Seu amor não está vivo isso está morto Essa letra escrita de dentro para fora novamente Quando o rio vira para a estrada e os apaixonados se tornam tendência silêncio É aonde isso termina
Minha Alma é sonhadora como a de um poeta morto, eu escrevo coisas que só eu entendo, e não me importo que os outros leiam, eles não vão entender mesmo. Adoro o surreal e o dadaísmo, gosto mesmo é de gente Incógnita, adoro decifrar e codificar escrevo coisas só pra rimar, ou não.
MAR MORTO
Na procela os ventos se quietam
E passam horários de ponteiros livres,
Rodopiam as horas porque o tempo embala
O mar bravio que se separa.
Deixando à tona superfície velhos lunáticos
Com talheres de ouro, candelabros de prata.
No mar das tormentas
Temperou-se o vento
E não quebram ondas
Por sobre os rochedos,.
E virão peixes à superfície,
Entregar-se aos pesqueiros
Como no milagre.
E serão partidos ao meio
E o resto será jogado
Pra que outros peixes comam,
Na confortável areia.
Rompeu-se o mar,
E o farol faz um rastro fino
Que agora é um caminho
Não marés, não mares, não águas.
As praias serão habitadas
Por pássaros silvestres amazônicos,
Ou babilônicos que aportarão aqui.
Calma demais caminhará a onda
Porque sabe, vem e não volta mais.
Aqui há sede, a sede dela,
Onde se perpetua um deserto calmo,
De cá agora se vê Portugal.