Ela
— Você vai procurar por ela?
— Ela está no passado. Eu não me importo com o que está no passado. E o que está no futuro também não me importa mais.
— Então com o que você se importa?
— Um minuto. Um minuto do soldado, na batalha, é tudo o que você tem. Tudo o que veio antes, não é nada. Tudo o que vem depois, não é nada. Nada se compara com aquele minuto.
Amar platonicamente é como amar uma rosa. Você pode cuidar, admirar, apreciar, mas ela nunca, jamais te amará de volta. Não há exagero na comparação, pois se há mais chance de reciprocidade do que no amor a um objeto inanimado, não deverá ser chamado de Platônico.
Tenho tantas cicatrizes em minha alma que ela mais parece um quadro pintado por Pablo Picasso em um dia de chuva e muita tristeza. Você não imagina a bagunça. É bonita, mas assusta.
Não há como evitar a guerra, ela só pode ser adiada para a vantagem de seu inimigo.
A solidão é uma doença, eis o que ela é; tornamo-nos sozinhos da mesma maneira que ficamos impotentes.
Muitas vezes a fortuna saúda-nos sem obter resposta; muitas vezes, porém, saudamos a fortuna sem ela nos responder.
Se nos dermos de coração a uma quimera, se ela, nas formas vagas e aéreas que reveste, nos sorrir e namorar, em vão julgamos tê-la pelo que verdadeiramente é; há sempre um ou outro momento em que a acreditamos realizável e até realizada.
E eu disse-lhe: o melhor da vida é o seu impossível. E ela disse-me: isso não tem sentido nenhum. E eu dei-lhe razão, mas não sabia porquê. Ou seja, pela melhor razão que podia ter.
Não poderás vencer a morte. Mas impõe-lhe a vida como um bandarilheiro e verás que muitas vezes ela marra no vazio.
Só a insignificância nos permite viver. Sem ela já o doido em que nós prega, tinha tomado conta do mundo. A insignificância comprime uma força desabalada.