Ela

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Se você achou que a monarquia acabou, percebe que ela apenas mudou de CEP.

Ela podia ser aliviada de seus sintomas se fosse induzida a expressar em palavras a fantasia emotiva pela qual se achava no momento dominada.

Não é tão simples viver a vida. Às vezes, ela contém capítulos imprevisíveis e inevitáveis. (...)

Todo ser humano passa por turbulências em sua vida. A alguns falta o pão na mesa; a outros, a alegria na alma. Uns lutam para sobreviver. Outros são ricos e abastados, mas mendigam o pão da tranquilidade e da felicidade. (...)

Por isso há miseráveis que moram em palácios e ricos que moram em casebres. (...)

A vida é belíssima, mas não é tão simples vivê-la. Às vezes, ela se parece com um imenso jardim. De repente, a paisagem muda e ela se apresenta árida como um deserto ou íngreme como as montanhas. Independentemente dos penhascos que temos de escalar, cada ser humano possui uma força incrível. E muitos desconhecem que a possuem.

Augusto Cury
Você é insubstituível. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.

Um dos benefícios de ter filhos é saber que a juventude não morre ou desaparece, ela só é passada para uma nova geração.
Dizem que quando um pai morre, o filho sente sua própria mortalidade, mas quando um filho morre é a imortalidade que os pais perdem.

Quanto mais as pessoas acreditam em alguma coisa,quanto mais se dedicam à ela, mais podem influenciar o seu acontecimento.

Minha vela queima dos dois lados, ela não vai durar a noite inteira, mas oh, meus amigos, ah, meus inimigos, que bela luz ela dá!

Edna St. Vincent Millay
Poetry: A Magazine of Verse, 1918

Você sabe por que as pessoas gostam da violência? Porque ela dá prazer. Os seres humanos acham a violência profundamente satisfatória. Mas remova a satisfação, e o ato fica… oco.

(Alan Turing)

Uma coisa te vou dizer: se quiseres conhecer bem uma pessoa, tens de te zangar uma vez com ela. Só então é
que podes julgá-la.

Se você deseja conhecer uma pessoa, não escute que os outros dizem dela; escute o que ela diz dos outros.

Nenhuma instituição pode sobreviver se precisar de gênios ou super-homens para a administrar. Ela deve estar organizada de forma a ser capaz de seguir em frente sob uma liderança composta de seres humanos medianos.

Peter Drucker
DRUCKER, P. Concept of the Corporation. New Jersey: Transaction Publishers, 2009.

Ela devia morrer um dia.
Haveria um tempo para essa palavra.
Amanhã... e amanhã... e amanhã...
Deslizam nesse pobre desenrolar
de dia a dia
até a última sílaba do registro dos tempos
e todos os nossos ontens iluminaram para os tolos
o caminho até o pó da morte.
Apaga-te... apaga-te breve vela!
A vida nada mais é que uma sombra que anda...
um pobre ator que se pavoneia e se agita durante sua hora no palco e depois não é mais ouvido.
É uma estória contada por um idiota
cheia de som e fúria que nada significa.
Nada!

Do que adianta ser princesa se eu gosto mesmo é de fugir com os vilões? - Ela pensou.

No momento que ela decidiu a musica final do relacionamento, nada a fez voltar atrás afinal, a vida dela sempre por trilhada por músicas agora não seria diferente.

Ela gostava tanto das flores que de tanto olhar, cheirar,
Escolher, colher e acolher acabou ficando com os seus
Odores e cores e assim atraindo amores de beija-flores,
Cheinhos de mil biquinhos de beijos e sabores de desejo!
Guria da Poesia Gaúcha

O pior tipo de solidão que existe é a solidão de ser incompreendido. Ela pode fazer as pessoas perderem a noção da realidade.

O fato de a gente não entender alguma coisa não significa que ela precise ser explicada de uma forma sobrenatural. A ciência vive da dúvida. E a gente não precisa entender tudo para se ter uma vida feliz e completa. Eu prefiro viver com a dúvida do que ser enganado por uma ilusão.

Não é nada fácil tirar a vida de um homem, não importa quão pouco valor ela tenha. Mas quando você faz isso, você tem que esquecer. Acho que eu ainda não consegui me acostumar com essa última parte.

Shane Walsh
The Walking Dead

A morte não costuma agendar a sua chegada. Quando ela vem. Não pede licença. E, nem espera despedir dos entes queridos. Pagar as contas. Não espera ter que enviar e-mail para alguém, nem postar qualquer coisa no status do Facebook, nem mesmo telefonar para alguém e dizer “adeus”. Ela chega. Sem explicação. Então, aproveite que ainda há tempo. Lembre-se das pessoas queridas. Talvez, amanhã. Não. Nunca mais haverá oportunidade de fazê-lo. Talvez, parta você. Talvez, eu. Ou, talvez, quem devesse ser lembrado. Boa sorte!

Se alguma pessoa não tocou meu coração é porque senti que ela não era de verdade.

O anel que tu me deste
Aconteceu em 2005. Eu estava almoçando com uma amiga na cidade onde ela mora, fora do Brasil. Era a segunda vez que nos víamos. Os contatos anteriores haviam sido sempre por e-mail, nos quais tratávamos de assuntos profissionais. De repente, olhei para sua mão e fiz um elogio ao anel lindíssimo que ela usava. Ato contínuo, ela retirou o anel e me deu. "É seu." Fiquei superconstrangida, não era essa minha intenção, queria apenas elogiar, mas ela me convenceu a ficar com ele, dizendo que ela mesma fazia aqueles anéis e que poderia fazer outro igualzinho. De fato, fez. Acabaram virando nossas "alianças": desde então nossa amizade só cresceu.

Meses atrás, Marilia Gabriela entrevistou Ivete Sangalo em seu programa no GNT quando aconteceu uma cena idêntica. Ela elogiou o anel da cantora e esta, na mesma hora, tirou-o do dedo e deu de presente a Gabi, que ficou envergonhada, não estava ali para ganhar presentes e sim para trabalhar. Mas tanto Ivete insistiu, e com tanto carinho, que recusar seria deselegância, e lá se foi o anel da morena para a mão da loira.

Nesta era de acúmulo, egoísmo e posse, gestos de desapego são raros e transformam um dia banal em um dia especial. Não é comum alguém retirar do próprio corpo algo que deve gostar muito - ou não estaria usando - e dar de presente, numa reação espontânea de afeto. Pessoas assim fazem isso por nada, aparentemente, mas, na verdade, fazem por tudo. Por gostarem realmente da pessoa com quem estão. Por generosidade. Para exercitarem seu senso de oportunidade. Pelo prazer de surpreender. Por saberem que certas atitudes falam mais do que palavras. E por terem a exata noção de que um anel, ou qualquer outro bem material, pode ser substituído, mas um momento de extasiar um amigo é coisa que não vale perder.
Estou falando desse assunto não porque eu também seja uma desprendida. Bem pelo contrário. Já me desfiz de muita coisa, mas me desfaço com planejamento, pensando antes. Assim, de supetão, por impulso, raramente. Meu único mérito é reconhecer a grandeza alheia, coisa que também está em desuso, pois sei de muita gente que, ao ver gestos como o de Ivete e o da minha amiga, diria apenas: que trouxas.

Devo estar me transformando numa sentimentalóide, mas o fato é que acredito que esses pequenos instantes de delicadeza merecem um holofote, já que andamos todos muito rudes e autofocados. Desfazer-se dos seus bens para fazer o bem é uma coisa meio franciscana, mas não se pode negar que um pouco de desapego torna qualquer relação mais fácil. E não falo só de bens materiais. Desapego das mágoas, desapego da inveja, desapego das próprias verdades para ouvir atentamente a dos outros. Não seria um mundo melhor?

Bom, o anel que minha amiga me deu seguirá no meu dedo, nem adianta vir elogiá-lo pra ver se o truque funciona. Faz parte da minha história pessoal. Mas posso me desprender de outras coisas das quais gosto, basta que eu saiba que serão mais bem aproveitadas por outras pessoas. É com esse espírito de compartilhamento que encerro essa crônica desejando a todos os leitores um Natal com muitos presentes - mas no sentido de presença. Que na sua lista de chamada afetiva estejam todos ao seu lado, brindando o que lhes for mais importante: seja o nascimento de Jesus, ou a reunião familiar, ou apenas mais uma noite festiva de dezembro, ou um momento de paz entre tanto espanto, ou simplesmente a sensação de que uma inesperada gentileza pode ser o melhor pacotinho embaixo da nossa árvore.