Efêmero
“Tudo é efêmero. Nada é real. Construímos fantasias e moldamos imagens que se esvaem em nossa mente como se nunca tivessem existido. A vida não é mais que uma leve brisa entre duas estações. Por isso, é fundamental viver cada minuto com a intensidade do eterno”. (Fragmentos do Mentor Virtual)
Tudo está se tornando efêmero na ciência, escrita, arte, amor e amizade; o novo, amanhã, já é velho. Sobre a partícula de Deus? Já esperam, impacientemente, a do Diabo.
Tudo flui porque tudo é efêmero. Nada dura para sempre.
Tudo muda. Se altera. Se distancia. Os laços perdem a força e a gravidade os derruba no chão. Até as certezas mudam e as coisas que me faziam tremer já nem me arrepiam mais.
Eu não sei o que vai ser daqui para frente, não sei se o trem continuará nos trilhos, na verdade, começo a questionar se existem mesmo trilhos e se é certo comparar a vida a um trem e se não seria melhor compará-la a uma queda livre.
Tudo é mutável. Nem mesmo o universo é estático. Paradoxo. Muitas estrelas e mesmo assim tudo é escuro. A quiromancia não me atrai e o futuro é uma incógnita que não ouso decifrar. Para que estragar as surpresas? Confusão e fluxo de consciência.
Quão consciente estou das escolhas que faço?
Quantas rachaduras nos lábios serão necessárias até que eu pare de fazê-los sangrar? Minhas mãos procuram coisas inalcançáveis e meus desejos são insaciáveis. O mundo, mon petit, o mundo é uma grande estação e sou eu que escolho se vou ou se fico.
Não durmo. Não sinto. Não sonho. Não ousarei sonhar. Jogo-me todos os dias de um precipício assim que levanto da cama. Não estou triste, não pense que choro enquanto escrevo ou qualquer coisa do tipo. Estou ouvindo Clash, ou seria Doors? Sabe que sou um tanto quanto péssima em saber nomes de bandas e músicas. A falta de bebida faz a sobriedade desse momento parece durar a vida inteira.
Não estou feliz, não ousaria dizer isso. Estou viva. Pulsando. Pulsando. Meu coração é um vale de desapegos e chove tanto lá fora. Eu me entrego tão fácil e eu encontro espinhos em tudo que é flor.
Eu estive aqui. Me derramei aqui. Me espalhei aqui. Eu amei. Amei tanto em tão pouco tempo e eu não sou de amar. Da minha dor, eu é quem sei. São quase cinco da manhã. Está ventando, o vento sul que bate na janela. Estou com um monte de perguntas na cabeça.
Só que não vou me desculpar, nem comigo e nem com ninguém, não ter porquê.
O muito que se diz de si se perde no pouco que temos para dar. Somos efêmeros. completamente efêmeros. E não podemos mais contra isso...
*** Momento Efêmero ***
Todos nos criamos uma história que dá sentido a nossas vidas, que dá sentido às coisas que fazemos todos os dias.
Em tempos nos sentimos autossuficiente e donos de nossos sentimentos e na realidade é o momento que estamos mais perdidos, que na verdade precisamos de apoio, ajuda mesmo!
É nessa hora que temos a necessidade de ter alguém, de olhar nos olhos de alguém e nos sentir acolhido, engraçado que hoje vemos as pessoas propensas a viver momentos efêmeros... Não estão disponíveis a se doar, apenas a sugar o restinho de energia que nosso pacato coração ainda tem pra dar...
Não é substituindo companhias e nem vivendo de lances que com tempo nos descobrimos, é deixando aberta a porta pra que alguém entre, tome conta e não saia mais! Simplesmente vivendo um AMOR!
o beijo nosso
sela aquele mundo
que é meu
que é infinito
e é tão efêmero
que é o paradoxo
perfeito
de nossa existÊncia
o beijo nosso
me avoa
mente
me tapeia
alma
que morre calada
em
nosso beijo
nesse findo toque
nessa grande bagunça
(arrumada)
que é o beijo meu
e seu
que é um minuto de silêncio
(ensurdecedor)
o mundo parado em segundos cortantes
um sentimento desavisado
que nasce
e morre
num beijo nosso
Dói compreender o quanto tudo foi efêmero para você e ao mesmo tempo tão real para mim. Hoje já não entendo o que foi a nossa história, acho que uma mistura de desejos da minha parte e obrigações da tua.
Breve encanto efêmero, distante oculto e vazio.
De tanto te esquecer, lembrei do meu caminho.
É triste ser o desatento, é frio respirar o ar alento.
Estou Caído, deixado por alguém desconhecido.
Ferido, viciado, mas não quero ser interrompido.
Felicidade para mim nada mais é do que um estado efêmero de plenitude, a satisfação momentânea baseada via das vezes por causas supérfluas; mais do que isso, uma palavra para preencher nosso anseio.
No efêmero tempo da vida
Histórias acontecem
Por vezes parecem eternas e reais
Entretanto descobre-se que
De uma insana fantasia se passava
Nos amores ocorrem desencantos profundos e decisivos
Capazes de transformar a mais serena das águas
Em caudalosos rios,
Movidos pela recusa do amor não alcançado.
Se a Vida é um sonho efêmero, deixai-me então nunca acordar para não caminhar nessas ruínas decadentes que denominam de "Mundo e Realidade", pois há uma imensidão de jazidas preciosas e abismais de vidas dentro de meu ser que somente eu posso descobrir e desenterrar com o meu coração, aqui, imerso em meus sonhos e devaneios.
Cecília Meireles
Mortes, perdas, tristezas
Uma vida de incertezas
Com o efêmero e com o eterno.
Do silêncio e da solidão a infância
O mundo fantástico dos livros
A fuga, a busca, a imaginação.
Do encontro dos dois mundos
Cria a consciência e a sensibilidade
Da real transitoriedade de toda a compreensão da vida e da humanidade.
Aprende a maturidade e a individualidade
Com muita distinção e louvor foi professora, pedagoga, jornalista e pintora
Entre línguas, literaturas, músicas, folclores e teorias de educação.
Na literatura a sua infância, suas viagens e situações circunstanciais
Eleva-se na poesia primitiva
Que poesias! Puras, belas e verdadeiras.
Pungente de lirismo transfigurador
E terno de lirismo espontâneo
Simples sonetos de complexos simbolismos
Impregnados das pessoas, dos costumes e dos idiomas.
Uma poesia atemporal
A procura pela musicalidade
Deixa o doce encanto
Do mistério do canto das poesias
A vaga existência e a razão do ser humano.
Em nossa vida tudo é muito efêmero, aquilo que acreditávamos que nos pertencia se vai com o tempo, restando apenas a saudade daquilo que outrora fazia nossa vida mais feliz.