Efêmera
UMA PONTE PARA O HORIZONTE
O azul absurdo do céu de maio
Sem uma nuvem sequer
Numa efêmera abóbada ilusória
Feito um abstrato sentimento
Beleza sutil e admirável
Que a gente não se cansa de olhar
Em busca de uma (também ilusória) ponte
Que nos leve ao (inalcançável) horizonte
A claridade refletida no azul
Límpida, sem sombra nenhuma
Empresta ao dia uma plenitude
Digna dos contos de fadas
Corre o riacho mansamente
Sem pressa de chegar
Por saber que o mar
Está a lhe esperar
Gestam seus frutos que virão
Na certa estação, as árvores
Também sem pressa nenhuma
Por saberem que o tempo virá
Toda a efemeridade concreta
Faz da vida, poesia
Pronta a ser vivida
E lida assim, num simples dia
O azul absurdo do céu de maio
Se despede majestoso
Encantado e encantando
Feito um abstrato e tão concreto sentimento
(Nane - 29/05/2015)
EFÊMERA EXISTÊNCIA
E essa estranha sensação
De que você é só uma lembrança
Uma miragem, imaginação
E na realidade, nunca existiu
É tão grande a saudade
Que parece mais o oásis
Em meio ao deserto escaldante
Intocável, impossível
O som da tua voz
Ainda tão intacta em meus ouvidos
Talvez nada mais seja
Do que o vento sibilando
E toda a nossa história
Gravada no passado
Já parece o conto de um livro
Fechado e terminado
O toque das tuas mãos
Já não sentidas pelas minhas
Restando só um calor perdido
E tão pouco aproveitado
A vida é tão sem sentido
Que só o que conta é o próprio sentido
Que a gente quase nunca percebe
O tempo certo de sentir
Então chega o grand finale
E o concreto se desfaz
Subjetivamente fazendo desabrochar
O efêmero (in)existente
(Nane-03/06/2015)
A vida só é bonita porque é efêmera, só é valiosa porque é delicada e todo medo vem da necessidade instintiva de proteger algo que nos foi dado e que sabemos ser grandioso!
Hoje deixo que o destino se ajeite, recebo tudo de braços abertos, abraço o mundo, abraço a vida!
O desapego é a lucidez de que tudo que vive morre um dia e não há nada o que possa ser feito. Esse é o segredo para voltar a caminhar como quem anda nas nuvens.
Não temos o controle da morte, mas somos nós que estamos no controle da vida!
Vida efêmera
Vivida longe de tudo
e sem acesso a um escudo
Que pudesse me afastar
Das passagens frívolas
Que gostaria de não ter vivido
Vida hilária
Na qual não passei de pária
Observando à distância
e descobrindo
Que sendo este mundo uma esfera
O menor caminho
Quase nunca é reto
Porém a trajetória
É muitas vezes temerária
Poucas vezes concreta
e quase sempre
Na direção contrária
Em uma estrada muito fria
Em companhia
De mim mesmo
Ensimesmado
E muita coisa ainda falta
Pouca coisa resta
Na parte que ainda
Não foi vivida
A estrada que percorri
Foi simplesmente
Sinuosa e descabida
Eu vejo gente arvorada
Em impérios imaginários
Apoiando os pés no nada
Quando este rio houver
Finalmente desaguado
No inexorável Oceano de verdades
Infinitamente capaz
De apagar a pira
do todas as vaidades
Pouca coisa emergirá
Além da ira
Incapaz de qualquer vingança
À luz da alva verdade
Que há de tornar toda gente muda
de forma aguda e incisiva
A finalmente perceber
Que a vida era passageira
Efêmera
Sou quem planta a planta dos pés
no fundo do rio das ariranhas
na poeira cósmica
no vértice do kilim
Nada me enaltece
nada me tortura
para cada sensação
revolvo as quimeras da infância
É volátil o voo da emoção
é como seguir os rastros que deixei
nas infinitas dunas em que caminhei
Todo elemento com o seu movimento
cada momento, enriquecimento
os meus fascínios, passatempos.
Embora a paixão seja efêmera, ela pode sim produzir feridas permanentes àquele que desconhece o amor.
O que não encontramos em casa, encontramos na rua. Porém, as coisas da rua pode ser efêmera tanto como perpetuamente infinito.
Cuidado com as sua decisões, elas serão cruciais no seu dia-a-dia.
"H.A.A".
A razão da existência do pensamento é evoluir na arte do pensar, transcender a efêmera razão de um saber ego-irracional...
Esta vida é imensamente efêmera diante da eternidade, mas cada segundo dela deve ser vivido como se toda eternidade estivesse contida nele.
Enquanto o disfarce da inteligência alimenta a imortalidade efêmera, mais e mais o SER torna-se solitário e incompreendido.
Fama: massageadora do ego, efêmera e nociva. É a maior inimiga do desenvolvimento de um caráter autêntico, íntegro e impregnado de paz.
Só o amor que legamos ao Senhor, e ao nosso próximo, faz eternizar a nossa breve e efêmera estadia na terra.
Faz-se bela mesmo só...
Abre-se para a vida com a força e a beleza de uma vida efêmera mas intensa...
Rosas encantam e emanam carinho e amor.
Sou meia luz na penumbra de uma existência calma e atribulada.
Sou meia verdade em uma efêmera vida de mentira e falsa vivência.
Sou triste alegria em uma alma atormentada por não saber quem sou.
Feliz se dá de...
Sensível e delicada, absolutamente efêmera. Alegria só se mostra depois que vai embora.
- Relacionados
- Vida Efêmera