Efêmera
EFÊMERA DISTRAÇÃO
As pegadas seguem
Pra nenhuma direção;
Ao longo dessa viagem
Encontramos a emoção.
O frio é uma miragem
Que na nossa pele colou;
Dispensamos a bagagem
E carregamos o que sobrou.
Foi uma leve distração
Que o tempo esqueceu;
O que ficou então...
Foi porque não se perdeu.
Um abraço forte agora
Neste entardecer distraído;
Você não quer que eu vá embora
E que nem esteja divido.
Guimarães Júnior
Vida efêmera
Vivida longe de tudo
e sem acesso a um escudo
Que pudesse me afastar
Das passagens frívolas
Que gostaria de não ter vivido
Vida hilária
Na qual não passei de pária
Observando à distância
e descobrindo
Que sendo este mundo uma esfera
O menor caminho
Quase nunca é reto
Porém a trajetória
É muitas vezes temerária
Poucas vezes concreta
e quase sempre
Na direção contrária
Em uma estrada muito fria
Em companhia
De mim mesmo
Ensimesmado
E muita coisa ainda falta
Pouca coisa resta
Na parte que ainda
Não foi vivida
A estrada que percorri
Foi simplesmente
Sinuosa e descabida
Eu vejo gente arvorada
Em impérios imaginários
Apoiando os pés no nada
Quando este rio houver
Finalmente desaguado
No inexorável Oceano de verdades
Infinitamente capaz
De apagar a pira
do todas as vaidades
Pouca coisa emergirá
Além da ira
Incapaz de qualquer vingança
À luz da alva verdade
Que há de tornar toda gente muda
de forma aguda e incisiva
A finalmente perceber
Que a vida era passageira
A cesta onde acumulamos o que de bom ou mau praticamos nesta efêmera existência, é o legado que deixamos para os que nos seguem.
Como escreveu Rubem Alves
" Insuportavelmente efêmera, infinitamente bela..."
A vida não deve ser desperdiçada
com o que nos impede de crescer como pessoas;
com a insensatez e a deslealdade
que nos atingem inesperadamente...
Fazê-lo seria perder a plenitude da vida,
presenteada por Deus.
Cika Parolin
A vida só é bonita porque é efêmera, só é valiosa porque é delicada e todo medo vem da necessidade instintiva de proteger algo que nos foi dado e que sabemos ser grandioso!
Hoje deixo que o destino se ajeite, recebo tudo de braços abertos, abraço o mundo, abraço a vida!
O desapego é a lucidez de que tudo que vive morre um dia e não há nada o que possa ser feito. Esse é o segredo para voltar a caminhar como quem anda nas nuvens.
Não temos o controle da morte, mas somos nós que estamos no controle da vida!
Esta vida é imensamente efêmera diante da eternidade, mas cada segundo dela deve ser vivido como se toda eternidade estivesse contida nele.
Sei também,
Que uma flor mostra a beleza
Na incerteza
De sua efêmera vida.
No entanto,
Todo encanto,
Por alguns não é percebido.
Pois sensibilidade,
Na verdade,
É algo que nem todos têm.
Nosso corpo material está preso e condicionado a uma vida efêmera, nosso emocional preso àqueles que ama e se apega, e nossa mente racional está presa aquilo que aprendeu, e às regras da sociedade. São inúmeros tipos de armadilhas que podem manter nossa alma iludida e nossa consciência num nível inferior ao do que deveria estar.
Quanto mais despimos o Eu de roupagens ilusórias e condicionamentos externos mas livres estaremos, pois dentro de nós está uma parte do EU SOU e é aquilo que não nasceu, que não envelhece e não morre.
Ser um ser de luz, ou estar iluminado não significa ser melhor que alguém, é estar o mais próximo possível identificada e consciente dessa essência imortal e usá-la não para ofuscar ou controlar o próximo mas para ajudá-lo a se lembrar e acender a sua própria centelha interior.
Efêmera
Sou quem planta a planta dos pés
no fundo do rio das ariranhas
na poeira cósmica
no vértice do kilim
Nada me enaltece
nada me tortura
para cada sensação
revolvo as quimeras da infância
É volátil o voo da emoção
é como seguir os rastros que deixei
nas infinitas dunas em que caminhei
Todo elemento com o seu movimento
cada momento, enriquecimento
os meus fascínios, passatempos.
Embora a paixão seja efêmera, ela pode sim produzir feridas permanentes àquele que desconhece o amor.
O que não encontramos em casa, encontramos na rua. Porém, as coisas da rua pode ser efêmera tanto como perpetuamente infinito.
Cuidado com as sua decisões, elas serão cruciais no seu dia-a-dia.
"H.A.A".
UMA PONTE PARA O HORIZONTE
O azul absurdo do céu de maio
Sem uma nuvem sequer
Numa efêmera abóbada ilusória
Feito um abstrato sentimento
Beleza sutil e admirável
Que a gente não se cansa de olhar
Em busca de uma (também ilusória) ponte
Que nos leve ao (inalcançável) horizonte
A claridade refletida no azul
Límpida, sem sombra nenhuma
Empresta ao dia uma plenitude
Digna dos contos de fadas
Corre o riacho mansamente
Sem pressa de chegar
Por saber que o mar
Está a lhe esperar
Gestam seus frutos que virão
Na certa estação, as árvores
Também sem pressa nenhuma
Por saberem que o tempo virá
Toda a efemeridade concreta
Faz da vida, poesia
Pronta a ser vivida
E lida assim, num simples dia
O azul absurdo do céu de maio
Se despede majestoso
Encantado e encantando
Feito um abstrato e tão concreto sentimento
(Nane - 29/05/2015)
EFÊMERA EXISTÊNCIA
E essa estranha sensação
De que você é só uma lembrança
Uma miragem, imaginação
E na realidade, nunca existiu
É tão grande a saudade
Que parece mais o oásis
Em meio ao deserto escaldante
Intocável, impossível
O som da tua voz
Ainda tão intacta em meus ouvidos
Talvez nada mais seja
Do que o vento sibilando
E toda a nossa história
Gravada no passado
Já parece o conto de um livro
Fechado e terminado
O toque das tuas mãos
Já não sentidas pelas minhas
Restando só um calor perdido
E tão pouco aproveitado
A vida é tão sem sentido
Que só o que conta é o próprio sentido
Que a gente quase nunca percebe
O tempo certo de sentir
Então chega o grand finale
E o concreto se desfaz
Subjetivamente fazendo desabrochar
O efêmero (in)existente
(Nane-03/06/2015)
E assim mergulhou minha cabeça no fundo da escuridão
uma fera efêmera.
a sensação ardente em meu coração me deixava na linha tênue entre o purgatório e as trevas onde foi que minha alma se afogou.
Um corpo putrefato, era isso que era. Observando o Sol etéreo sangrento. Manteve-a presa, para todo sempre, queimando suas retinas ao olhar para seu próprio alicerce. Era o fim do começo, era embuste.
"Dá-me uma flor do teu jardim?
Prometo cuidá-la com a minha vida
Pois,ainda que efêmera,enquanto existir
Será como cuidar de ti
De um pedaço teu
Que deixastes em minhas mãos."
Engraçado que, por mais efêmera que a vida seja, o tempo que perpassa por ela é cruel, e por vezes parece interminável. E por muitas vezes finda coisa que, outrora parecia sem fim.
MUSA
Corpo roliço,
Cheio de malícia e feitiço.
Fêmea efêmera,
Rútila estrela, que alto fulgura.
Teu olhar irradia luz e simpatia,
Teu sorriso meigo cativa,
Teu jeito de menina encanta.
Outrora já te amava
E não te conhecia.
De súbito, sumiste.
Alhures te procuro...
Só te encontro em minha solidão.
Viver sem razão é ilusão.
O vento sussurra o teu nome
E traz o teu inebriante perfume.
O mar canta a tua beleza,
Mas a imensidão aumenta a tristeza.
Eternizo-te em versos,
O consolo dos poetas...
Eras forma ou sonho?
Se (pretenso deus) te criei,
Em loucos pensamentos,
Por que não te esqueço?
Será castigo Divino
Este viver sem vida?
Foram-se os sinais da tua presença.
Navego solitário, sem porto, sem Norte,
Cruel destino de alma sem sorte.
Resta ainda um sopro de esperança,
De uma vez mais reencontrar-te,
Mesmo que seja apenas
Para ouvir-te dizer
Adeus...
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