Eco
Será que o homem sabe ler ou apenas emite o eco, o som das palavras em seus lábios?! A leitura é um preparatório para tirar o ser humano de onde está e transportá-lo para um plano que faça parte do que é saber ler, interpretar, compreender o significado das palavras. Ler por ler é como ir a uma festa por ir, é como beijar para apenas tocar os lábios e não para sentir a espessura da carne, é como olhar por olhar para uma pessoa sem reparar se as suas pupilas estão foscas ou brilhosas. Ler é uma interpretação do coração, pelo o que ele sente ao sentir o efeito do alfabeto, das letras, das palavras em sua alma. Ler é belo, mas entender a fala de um livro é uma purificação, é sentir o toque da educação em sua vida. Para ler exige alguém escrever para lermos, sem escritores, autores, leremos aquilo que apenas conseguimos escriturar. A leitura é uma temperatura, um solo que aquece o coração, a mente e o corpo. É um submarino que nos conduz no oceano do escritor que nos permite acesso para conhecer o seu trabalho entre páginas de papéis e rascunhos transformados em em exemplares. Ler não é somente valorar quem escriturou com esforço, mas saber que ler é uma terra de ideias, é uma rosa que floresce, é uma bailarina que depois que aprendeu a desvincular os seus giros e torná-los dessemelhantes nunca mais parou de falar com os seus pés. Ler é resenhar, rasurar a ideia do literato e interpretá-la ao seu entender e saber.
"Apreendemos da vida o que encontra eco em nós....Para uma escritora, mister doloroso e solitário. Intransmissível, intransferível, irreparável.
Toda a existência, com suas conquistas, perdas, espantos, desilusões, anseios, esperança, é sentida e vivida no superlativo...não há meio-termo, não há fôlego, nem oxigênio. Alma exposta, inspiração à flor da pele, é o império do sentimento. Dói viver.
E esta dor pode levar ao absoluto torpor do que mais genuíno temos em nós; os vastos porões de cismas e desistências nos quais buscamos algum verdor de esperança....o mortal silêncio que, qual definitiva mordaça, pode calar nossas maiores verdades, o que de mais lindo temos a oferecer.
Em algum momento, somos tentados a desistir do amor. Não podemos nos permitir desistir deste universal e absoluto sentimento que a tudo imprime sentido.
Então, que o conjuguemos em todos os seus tempos verbais. Mais que isto, que o pratiquemos como uma religião...precisamos deste amor, para que sigamos a estrada, a despeito de qualquer inadequação.
Precisamos deste amor, para que não desistamos; para que não nos percamos, de vez, de nós. "
Rasguei minhas
vestes no transpor
o diálogo do tempo.
Cessei as buscas,
bebi a espera
e no eco do que me rodeava
encontrei em mim o que
procurava.
"ESPELHO ENCANTADO"
Deste lado do espelho
Apenas eco de palavras.
Entre o silêncio que chama
Das minhas, das tuas incertezas
Assisto ao bailado dos dias que não entendo
Bebo este vinho entardecido numa garrafa
Que como eu não respirou.
Fogo em que me queimo, no silêncio espero
Vem-me à memória os dias em que o céu rasgou-se
Para trazer-me a embriaguez das palavras.
É como beber a incerteza
E decantá-la no odor das palavras
Capto-lhes o sabor, bebo-as de esperança
Engano-me, como me engano aqui deste lado do espelho
O perfume do teu olhar, do teu corpo oferecido
Feito de lenha, para arder, queimar.
Soam as badaladas de um relógio maluco
Que resolveu cantar as avé-marias ao meu ouvido.
Olhar suspenso de lágrimas cansadas
De um espelho numa casa vazia, abandonada
Por alguém que vos olha do outro lado do tempo sem sorrir!
"A verdade é que sou um cantor, um poeta, que canto e grito para que no eco de minhas palavras alguém possa querê-las, e guárdalas afim de que reproduzam nelas todas as verdades do meu coração".
(Júnior Sá)
As questões que me fustigam na Filosofia, encontram eco na Bíblia e me acalmam por algum tempo. Logo depois, sinto-me um nada e tudo recomeça.
Te vejo, revejo o desespero
O primeiro lampejo
Do ego
Que faz o eco
Nessa imensidão de dor
Ensurdecedor, tudo o que me fala
Cala, começa e não para, mas faz falta
E eu nessa vala desse mundo imundo
Sujo, infeliz e sem futuro
To no escuro, em cima do muro
Um passo do absurdo
Sendo cego não enxergo
Mistérios de amor
Te vejo, revejo o desespero
O primeiro lampejo
Do ego
Que faz o eco
Nessa imensidão de dor
Ensurdecedor, tudo o que me fala
Cala, começa e não para, mas faz falta
E eu nessa vala desse mundo imundo
Sujo, infeliz e sem futuro
To no escuro, em cima do muro
Um passo do absurdo
Sendo cego não enxergo
Mistérios de amor
'HIPERTEXTO'
Absorvo cliques secretos,
cursor entre páginas,
colunas.
Anônimo sem eco.
Virtual,
visceral,
subscrito...
Ausento realces,
linhas,
endereços.
Incógnito 'fontes',
cobertores,
diálogos.
Plagio códigos,
bibliotecas...
Ratifico o abandono,
trilho embaraçado.
Invento faces,
ego gelado.
Sou impressão nos dias de chuva,
'Web matéria',
punhados de agravos...
No fim, é verdade, ninguém morre de amor.
A dor do abandono é incomparável, o eco da solidão é assustador, o buraco que se abre na alma deixa sem ar, as lágrimas são como rios, a voz fica embargada, choramos tanto que chegamos a tremer, parece que o apocalipse se faz dentro de nós, e que não existe nada que possa nos ajudar.
Porém, com o tempo a gente começa a aceitar. Começa a acreditar que tudo faz parte de um plano maior. Que aquela noite sangrenta, dolorosa, amarga e inesquecível, vai ficar pra sempre na nossa vida, mas irá nos engrandecer.
E aí, a gente vê... Que a vida segue. É só permitir.
— Sabino, Eduardo Sabino.
Há horas que queremos apenas coisas simples, dentro de um silêncio, sem eco, mas não um silencio mudo, um silencio que respira, que aquece.
Dona dor
Então ela retorna
Novamente aflora
Tão grande foi
que ainda há eco sobre eco.
Ela regressa
como que quem é bem vinda,
chega se instala
e reflete a minha sina.
Dar-me a conhecer
o sonho de minha face
pois nela não posso reter
o sorriso que me apraze.
Densa e cretina
fornica com minha vida.
Expande as feridas
demonstrando-se infinda.
Então ela retorna
como a dona do poder.
Não se lembra do obvio
O amor tem mais poder.
Enide Santos 03/07/14
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