Dúvida e Medo
Mas bem ali, no meio do nada, quando você está prestes a alcançar o território sombrio da confiança, suas pernas tremem na divisa, você olha pra trás e o medo te leva de volta à sua zona de conforto. Um lugar que não é perfeito, mas você conhece, um lugar que lhe proporciona "paz", a paz de não guerrear contra si mesmo, a paz de não desfazer seus próprios limites, a fleuma, a apatia.
Mas, ah! Se você tivesse ao menos um pingo de fé...
"Até os demônios creem e estremecem, mas a fé sem uma ação é morta"
(cap. 2 v19. Carta de Tiago. Cerca de 45 a 62 d.C.)
Sentimento é algo muito difícil de lhe dar,
Tava olhando pro tempo, refletindo e comecei a pensar:
Minhas decisões são muito controversas,
Não sei o que eu quero, fico muito na dúvida quando a coisa é séria.
Me arrependo de monte mas lembro que tudo foi na vera
Vejo ela passando na rua e meu coração acelera,
Meu olho enche de água mas eu lembro que "já era".
Queria poder superar logo isso, quem me dera.
Mas nessa história toda ela me deixou uma ferida enorme e severa.
Está na hora de mudar e superar, não sei se vou conseguir.
Quando vejo ela com outro começo a chorar e pensar : queria estar ali.
Fecho os olhos e me perco
Mergulho nos recônditos
Acesso o inacessível
A procura da raiz
Me agarro a utopia
Adentro mais fundo
Um escaninho descubro
Quase por um triz
Me solto da utopia
Nos recônditos me perco
O que faço? me pergunto
Não cai por um triz
Inerte fiquei por um tempo
Labirintos percorri
Até esbarrar com a utopia
E agarrar a motriz
Aos recônditos retornei
De medo paralisei
O que faço? perguntei
Ao encontrar a raiz
ESTADOS UNIDOS E UNIÃO SOVIÉTICA
Por vezes ouvi rumores de uma futura guerra; tão pouco acreditei, mas percebo na movimentação dos ponteiros de meu relógio, que a guerra já iniciou-se a tempos. Contudo, não me avisaram que ela ocorreria dentro de mim, e que séria fria...
Se tornou difícil distinguir o certo do errado; e talvez você não saiba ou não acredite, mas na vida é impossível seguir dois lados; a não ser que você queira viver um belo caos.
As lágrimas já se esgotaram, agora a minha dor se reproduz em sorrisos, e nessa ocasião percebo que as pessoas vivem de aparência.
As vezes nossas angústias andam de mãos dadas, nos fazendo pensar que tudo está errado, nos mostrando o quanto somos frágeis, hora eu escrevo, hora eu choro, o que importa é o desabafo comigo mesma, não sei quando vou encontrar alguém que consiga entender essas mil fases que existem em mim, tem dias que me permito ficar na ignorância, tem dias que não quero olhar a verdade e mesmo assim me sinto uma vírgula em um oceano de incertezas, tudo vai dar certo, mas será que vai ser o certo pr mim?!
Quiçá o silêncio vital que detenho de mim para contigo, se dá ao fato de que minha maior confidência não pode soar aos teus ouvidos.
Trata-se de mistério, ou, o achismo de não obter aptidão suficiente para acreditar que sou capaz?
Diga-me! quem realmente sou?
Sinto em mim o aperto de não compreender, que como consequência faz-me soltar a tua mão, neste lugar desconhecido.
Perdão! talvez eu queira de você a resposta que não encontro quando volto meus olhos para mim.
Destrua qualquer conceito velho, se você hoje pode respirar e trilhou até aqui e agora, é porque você vai brilhar, assim como já brilha. É infinito o poder que existem dentro de cada um de nós, e quando os pensamentos disserem “Você não vai conseguir”, dê mais um passo.
“Entregar o caminho ao Senhor é ter paz para ouvir o que Ele quer que você faça nos momentos difíceis”
O que é o tempo? Quem o criou?
Existe passado, presente e futuro, ou só foi e continua sendo um meio de direção, um guia petrificado.
Como assim, mesmo depois de tanto tempo eu ainda posso?
Quanto tempo ainda temos? Quanto tempo de vida nos foi garantido?
Se o meu futuro depende de mim, está tudo perdido. Se eu nasci livre como Sartre diz e sou responsável pelas minhas ações acho que não nasci ainda.
Te vi nascer, crescer, e tomar conta da própria consciência. Eu era e ainda sou o seu maior fantasma, aquele que fica ao seu lado sabendo que você não consegue viver sem alguém. Por muito tempo tentei te entender, e a verdade é que de fato não consigo... Não consigo, pois sua aparência me remete as mais belas flores, sua personalidade um vasto jardim, você tem tudo! E por qual motivo você quer tanto ser eu? Porque alguém tão especial quer ser um fantasma!? Talvez a resposta seja a razão pela qual eu ainda esteja aqui.
ÁGUA
Houve dias que fora líquida, outros, gasosa e alguns, sólida.
A água se adaptava a todos os ambientes, e trazia vida para todos a sua volta, mas a água sendo água não tinha sabor, a água sempre se adaptava.
A água precipitava seu choro em prol das plantas, a água nevava seus medos para que o homem admirasse a beleza, a água não percebia, mas sempre se adaptava.
Um dia a água matou alguém, e sua cor exalava o assassinato, a água pelos homens foi despejada, mas ela sempre se adaptava.
Do que adiantou ser doce e salgada, se para si mesma nunca fora nada; tudo que era, era assim pelos outros, a água não percebia, mas sempre se adaptava...
Serás?
Vendo o amor de pessoas ao meu redor me pergunto,
será que um dia terei isso?
Serei privilegiado em encontrar alguém que me amasse na mesma intensidade?
Mas será que nessa altura do campeonato é o que realmente quero ?
Amar parece perigoso demais, mas porque com alguns parece ser tudo mais fácil?
Será que tudo isso é uma questão de sorte, somente os escolhidos poderiam experimentar
a parte boa do amor e serem contemplados com toda aquela intensidade,
enquanto os outros teriam que se contentar com seus corações vazios ou preenchidos por dor?
Nunca saberei pois não tentarei a sorte novamente.
Dizer como se sente
não te condena
pois mostra a pessoa
por mais que doa
a verdade que poucos falam.
E mesmo assim
a decisão parece ser um erro
a ocultarmos uma única palavra
por um distante medo.
Sobre Brasília, lago Paranoá,
Cerrado e amor em plenitude,
Há uma mistura de saudade,
Angústia, medo e incerteza em atitude.
Cidade planejada, arquitetura moderna,
Lago azul turquesa em meio ao cerrado,
História presente em cada esquina,
Mas também angústia do que será do passado.
As águas do Paranoá refletem o céu,
E guardam segredos que a mente inventa,
Da cidade que nasceu no coração do Brasil,
E da saudade que invade a alma em momentos de tormenta.
O amor é presente, em cada monumento,
Nas linhas curvas de Niemeyer,
E nas mãos que se entrelaçam no pôr do sol,
Mas há medo da mudança e incerteza do que vai ser.
Brasília é a capital do país,
E no cerrado, um oásis de cultura e arte,
Mas também é a cidade da saudade,
E da angústia de quem sabe que tudo pode mudar em um instante.
E assim, no meio de tantos sentimentos,
A cidade se reinventa, se transforma,
E o lago Paranoá segue a refletir,
As inúmeras faces de Brasília, do amor, da saudade, do medo e da incerteza.
"A cela destinada a presos com Prisão Administrativa é uma grande ilusão, porque de fato ela não existe."
25 de Agosto de 2010