Dúvida
O tempo não espera por detalhes, nem é paciente pelas escolhas que se devem tomar... Entre as dúvidas e as certezas devemos escolher ser feliz... Ser criança e o olhar inocente esperando com um sorriso as surpresas que estariam por vir;
O meu futuro está afogado nos mares da dúvida. Espero que a última esperança não morra ou, caso o contrário, os meus sonhos serão declarados definitivamente destruídos pelo Tsunami do fracasso.
Paralelos
Na dúvida fez-se o não
Na certeza fez-se o chão
Pra acabar com a distância cruzou a ponte
Pra matar a saudade falou verdades
Pensou duas vezes antes de procurar
Não aguentou e foi falar
Achou que seria melhor esquecer
E tentou isso fazer
Não conseguiu
E no choro emergiu
Mas sem pestanejar
Fez o choro se estancar
pra dessa labuta se arranjar
E quando o sol for se arribar
uma tal de Fênix surgirá das cinzas
e do pó desse mundão sem porteira,
batizado de amar.
Nordestina por opção
o Sertão se faz de guia
Na certeza de um novo dia
pra emergir na alegria
de estar viva mais um dia...
E foi no meu silêncio que encontrei
A dúvida, só ela, nada mais,
Pois hoje ao saber tanto, nada sei…
FIM DE ANO – A MÁQUINA DO TEMPO
O passado é – fora de dúvida – um hábito considerado consistente. Tudo, no presente ou no futuro, tende a nos levar de volta ao passado. É preciso reagir, é necessário impedir que ele se torne perigosamente viscoso ou coagulado dentro de nosso ser. Do contrário, acabaremos carregando dentro de nós lápides compactas ou blocos de granito, cujo peso nos afastará de Deus e nos chumbará ao solo, impedindo-nos de avançar um milímetro sequer nos novos objetivos da vida, na luta incessante e inquietante por novas perspectivas.
É curiosa a problemática do tempo. O passado tendo sido, já não é mais, porém necessitamos do aprendizado que ele nos trouxe para servir-nos como ponto de referência para o futuro – evitando, assim, os erros, os atropelos, as mesmas armadilhas, os mesmos percalços, os mesmo atalhos – quando pensávamos que estávamos no caminho certo.
O passado, é óbvio, sempre nos servirá como fonte de informação, arquivo de nossa memória, fator de experiência. Ignorar essa evidência é sermos conduzidos a andar para trás ao invés de caminharmos para a frente.
O ser humano vive no tempo e do tempo, movendo-se, porque tem tempo e sendo movido pela noção do tempo do qual é feito. O tempo é um coágulo de eternidade lançado fora, folha arrancada da imensa árvore da vida, cujo verdor não cessa nunca. Essa folha carrega a marca de Deus, inscrição da providência divina.
Toda matéria tem saudade de Deus.
O Universo chora por Deus.
O Tempo clama por Deus.
Deus nos dá audiência e ao mundo através do Seu Filho, das profecias e do tempo. Estes são o Seu maior meio de comunicação e Ele se reporta à nós não só por meio destes, mas através destes... As ervas do caminho e os lírios do campo O compreenderam. Nós humanos, temos ouvidos mais rígidos. O Próximo, também nos dá notícias da presença de Deus. E o Próximo é aquele com quem divido a tarefa da construção de um mundo ou uma vida melhor! Só através dEle é que chego a ganhar-me em minha autonomia, identidade e diferenças... Ao postular a necessidade do “amor ao próximo”, nem por isso me exponho ao mundo de artérias abertas... Apenas edifico uma troca de aceitação das minhas oferendas, de permutas existenciais, de sensibilidades, afetos e gratidões.
Precisamos meditar nesse tempo que vai – Natal e Ano Novo – e se esvai através de nossos dedos como a areia fina do deserto. Um ser sem Deus é um ser sem futuro. Um ser sem futuro é a raiz da aflição humana. É viver literalmente à beira do abismo – o próximo passo pode não encontrar terra firme. Deus é nosso maior aliado neste “final dos tempos”. Ele é paciente, amigo, o viajante, o peregrino, o paladino de nossas causas, Senhor do Verbo. É a juventude do mundo, nossa tenaz, terna e eterna esperança.
Quão persuasiva e infinita paciência tem Deus para conosco recriando dia após dia, ano após ano, minuto após minuto – o surgimento de Seu Unigênito – nascendo e renascendo a cada Natal e Ano Novo, testemunhando com isso a teimosia da raça humana, através do egoísmo dos ricos – classes e nações -, guerras que espocam nos quatro cantos do mundo, a fome que se expande, a miséria que pulula, o sacrifício dos inocentes, crianças que nascem crucificadamente.
Que estes Natal e Ano Novo restituam a nossa memória, não apenas o nascimento de Cristo, mas seu significado: o Cristo da Palavra, da Pregação e do Milagre, pescador de peixe e de homens. O Cristo que morreu na cruz por nós, cuja morte nos ensinou que o sacrifício pelo amor vence o derradeiro lance e que é possível viver e morrer, para os outros e pelos outros.
Que a paz possa vir ao encontro de todos nós. Que sejamos, não apenas no Natal, representantes de Deus na defesa dos ofendidos, na inumerável legião dos pobres de matéria e de espírito, dos oprimidos, dos discriminados e vitimados por amor a Deus, à sua raça, a justiça, liberdade e a Paz.
Em meio a tudo me resta somente uma certeza que um dia irá se completar, a única dúvida e maneira de que como ira acontecer.
O amor por vezes pode nos tornar cegos, burros, e fantasiosos. Aí surge a duvida: Será que é amor mesmo? Vejo sofrimento, humilhações, loucuras, na grande maioria das vezes atitudes em vão que só demonstram a fraqueza e o vício pelo outro e isso me assusta. Não quero dizer que é sempre assim, não, não é! O amor de verdade vai além da pele e da química, prioriza o respeito. Quem foi que disse que no amor tem que ter sofrimento? Amor significa companheirismo, lealdade, amizade, cumplicidade, é tranqüilo, sensato, confortante, não feito de cobranças, desconfianças e ataques. Quem ama cede, valoriza, compreende, escuta, deixa livre. Acho realmente, que por muitas vezes por pensar assim que continuo sozinha, prefiro a solidão que um relacionamento doentio, violento, que não me traz paz de espírito. Vejo as pessoas tentando, insistindo, sangrando por “amor”. Eu prefiro sorrir, agradar, confiar e respeitar por ele. Continuar insistindo em um erro e fingir que não enxergam o mal que fazem a si mesmo é optar por sofrer.
A vida tem muitas suprezas, uma delas é o amor da vida isso nenguem duvida, ve a vida de forma unica.
Se o amor fosse vendido nas farmácias, sem dúvida que acumularia no estoque.
Gratuitamente as pessoas já não querem. E quando "querem" criam manual de instruções, manual de boa conduta, roteiro, fazem jogos sentimentais e de relacionamento... O amor é ausência dessas coisas, amor é a liberdade de ser quem você é e não a procura por saber quem tal alguém seria.
O amanhã virá, com certeza! E trará com ele a revelação, porque o tempo é, sem dúvida, o real dono da verdade.
DÚVIDA AMIGA
Incógnitas, variáveis, incertezas, hesitações…
Infinitas possibilidades e interrogações que surgem de uma vez só
Confundindo o espírito fraco pelas situações, pelo tempo
Confundindo a mente inebriada pelo caos do momento
Interrogações que assolam desde o mais pobre espírito insensato
Até aos espectros minguantes pelos víveres abstratos
Sim!
Interrogações!
Como as prefiro às frias e tediosas respostas e certezas de tudo
Que arremedo de projeto vivo seríamos com todas as respostas?
Se soubéssemos o nosso rumo,
O nosso destino?
Ah, mas que desagradável seria burlar todas as caóticas variáveis da vida
Não sentir o frio na barriga do salto incerto
Não se perder nos caminhos tortos e sombrios
Não ousar no deliciosamente e arriscado e incerto
Não fazendo aquilo que o âmago manda e que a mente desaprova
Não sonhar com o impossível
Não, não quero certezas no meu caminho
Não, não quero respostas despejadas em minha face,
que me impeçam de sentir o interessante gosto de arriscar,
De sonhar…
Não quero os pés no chão a todo momento
Visto minhas asas quando quero
Não quero traçar um rumo certo
Prefiro aquele rumo cheio de incertezas
Um caminho estranho e misterioso
Que me encanta em seus segredos
Seus mistérios
Prefiro abraçar a dúvida
Mas a abraço com cuidado
Gosto que esteja por perto
Me fazendo suspeitar do mundo
Mas que fique em outra sala, longe do medo
Que estes não se encontrem
Não se conheçam
Se o medo e a dúvida se amigarem
Nos porão grilhões
Farão perder com o medo de arriscar
Perder mais que o pulo em falso
Farão pensar na tristeza e decepção
Não temam a dúvida!
Abracem-na!
Vivam-na!
Sintam sem medo o júbilo do caos e incerteza do cosmos
Duvidar do mundo
Da existência
Do futuro
Do ser e do estar
Estar incerto
Confuso
Duvidar
O que é isso senão o mais simples e belo ato de viver…
De sonhar?