Dura
Adultério e traição é quando você canta louvores fazendo juras de amor a Jesus chorando durante os cultos, mas quando sai da igreja na primeira oportunidade entrega a sua vida aos prazeres do mundo.
Cuidado!
O amor, dura quando a confiança se apresenta como o prato de cada dia e a amizade, a sobremesa em cada refeição.
As amizades verdadeiras transcendem o tempo, iluminando nossa caminhada nessa dura jornada chamada vida.
Só queria viver sem ter que atuar, me conhecer sem tem que me aturar; a vida é dura com quem é mole, quem é escolhido não escolhe; fronteiras atravessei pra observar do outro lado o que tive deixado de lado; me vendi por alguns trocados; tive sonhos corrompidos, enfraquecidos por fatos do passado; de que vale a glória da história se hoje não há vitória?
Praticamos todos os tipos de discriminação na cara dura, depois basta o discurso retórico contornando a situação, a guerra vive da ganância e vingança desta forma o ser humano destrói a esperança.
SAMURAI
Demétrio Sena, Magé - RJ.
(Para Gerson)
Tua luta está dura, samurai;
vencedor ou vencido, já venceste;
tanto ai se calou na tua força,
teu silêncio entupido de coragem...
A fraqueza me alcança enquanto isto;
neste nunca saber o que se faça;
em um modo esperar, uma torcida,
uma praça que nem sugere prece..
É a vida que apanha do teu ser;
dos teus golpes de sonhos, prosas, versos,
esses teus universos que te armam...
Mas o tempo nos trai; eu compraria
tua briga, teu campo de sofrer;
não consigo entender, meu samurai...
REFLEXÃO NATALINA
Demétrio Sena - Magé
Vocês não fazem ideia de como a fome é dura. Dói no estômago, no corpo, na auto estima e na alma. Não a fome de quem vai comer mais tarde. Quem tem a comida e aguarda seu preparo, que hoje demora mais um pouco. Falo da fome de quem a passa; quem tem a comida regular como algo distante; garimpo inalcançável.
Para mim, Natal é de remorsos. Hoje como bem e sou grato à vida por não ter me abortado antes de conhecer um conforto relativo e criar filhas com esse conforto. Mas os excessos do fim de ano doem na consciência, como dói a fome, pelo remorso de saber que sou, nestes dias, o extremo oposto abusivo dos que a sentem permanentemente... de comida, brinquedos, brincadeiras, a segurança de um lar, pessoas queridas e, fome de serem queridas por alguém.
Não tenho remorso diário de comer, beber, morar... conquistei a vida sem privações, com educação e trabalho. Faço jus e creio que muitos conseguirão o mesmo, tantos outros muito mais do que eu, que sou um acomodado incurável, pelo que deixei passarem tantas "oportunidades" na vida.
Fim de ano é melancólico. Lembro que fui plateia de farturas alheias... até de natais vizinhos não tão fartos, mas de portas cerradas, porque os nove meninos de Maria poderiam adentrar, desejando migalhas. Hoje me sinto com portas cerradas, para que meninas e meninos como nós "não estraguem a ceia".
Não punirei meus afetos com recolhimento, ausência e tristeza em razão das lembranças do passado. Minha esposa e filhas não têm culpa e, meus irmãos, que viveram comigo tais experiências, têm um poder maior de superação... merecemos o ajuntamento feliz. Sabemos o quanto choramos juntos. É tempo de sorrimos.
O que sinto é inevitável, porém sou feliz. Como não, depois de sobrevivermos a tanto, sem recorrermos às piores formas de sobrevivência? Felizes festas... mas não façamos aquela oração "em agradecimento pelo que temos, enquanto muitos não têm nada". Isso é requinte de crueldade.
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#respeiteautorias É lei
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Somos únicos a cada novo instante e o melhor backup é mesmo nos outros, dura mais que a memória RAM e é lembrada sem pedidos. Penso que a morte eterna sem dúvidas é mesmo o esquecimento, então, lembre-se de eu, pois, lembrarei de você enquanto houver tempo.
Soneto de Uma Tarde
Esse sol já não é mais claro
Nasce o Sol
E não dura mais que um dia
Por que é que o sol nasce de dia?
Quando não devias ser
Pois se de dia é tudo tão claro
O que sol vem aqui fazer?
Já que de noite anda tão escuro
Toda viela
É um mar sem fim
Depois da Luz vem
A noite escura
É que me deito e me penso à noite
É que ele deveria nascer
Me machuque com a pior, amarga e mais dura VERDADE, mas não tente me iludir com suas doces MENTIRAS reconfortantes.
O AMOR É ASSIM
O amor às vezes é uma pedra dura, que a água tanto bate até que fura.
Às vezes é leve como a pluma, outrora pesado como cunha.
O amor é assim mesmo, difícil de ser explicado e fácil de ser sentido.
Valente quem o declara, medroso quem não o sente.
O amor dói, machuca e às vezes sangra a gente.
Más ele também é coberta para o coração carente.
Por isso minha gente, para o amor não sou cético, más sou guerreiro valente.
Se o amor é fogo que arde sem se ver, prefiro arde nas chamas, que ser medroso e não dizer.
DIA CHUVOSO
Trovejante soneto troou na dura aflição
Dia chuvoso na tarde com melancolia
Alma num vazio, e vazio na sensação
Em uma mescla de angústia e poesia
Trovejante sentimento troou pensativo
Na emoção, realidade vera ou fantasia
Quanto inteiro cerrado, tremeu ilativo
Obedecendo a dor, que versar queria
E ao perpassar por margem sofrente
O verso soluça num soneto chorando
E o bardo, também, chora soluçando
Trovejante poema troou descontente
Surge a saudade no infortúnio atado
Ferindo o emotivo coração da gente!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Janeiro, 2023, 17'51” – Araguari, MG
Registro
Toda está saudade comovida
Meu relógio toca, hora a hora
É dura dor, badalada e doída
Toando solidão, ao ir embora
Como é vazia toda despedida
Incontida aflição, então, chora
Aperta a alma, se faz sentida
Soando numa privação sonora
O ponteiro marca cada sensação
E, seus minutos, tão singulares
Pulsam na cadência do coração
Ah! toada em toada, os olhares
De segundo a segundo, ilusão
Não mais há tempo de voltares!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 agosto, 2023, 13’18” – Araguari, MG
NA SAUDADE SE ARRASTA
Os versos que no versejar te beijo
É dura solidão que ali se esconde
Um aperto que a dor corresponde
Do carecer meu, de arfante desejo
Como importa saber como e onde
Caminha o teu coração, relampejo
Minh’alma, e o nosso suspirar vejo
A ilusão, a tortura, o sonho, donde
Vem a sensação do vinho já vertido
Que corre na agonia, tão traiçoeira
Embebedando o sentimento sofrido
Vem da nostalgia, de uma sede casta
Da afeição, e de uma emoção inteira
Ardente, que na saudade se arrasta.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18 junho 2024, 17’31” – Araguari, MG