Dupla Personalidade
Querer
Uma hora eu quero
Depois, deixo de querer
Então, não sei porque quis
Não sei porque deixei de querer
Acabo querendo outra coisa
E tudo começa de novo
Mas agora, eu quero mesmo
Quero tanto que até dói
Quero você
Te querer, me dá medo
Com ou sem medo
Te quero todos os segundos até morrer
Vou te querer até quando não te quiser por perto
Ainda vou te querer quando disser que te odeio
Espero que ainda me queira
Torna-se quem eu não queira deixar de querer nunca mais
Não deixe de me querer
Porque não pretendo querer mais ninguém, senão você.
"Fui batizado na esperança de sonhos perdidos.
Tornei me invisível agradeço, não vou lástimar.
Dipolo pela atração de dois corpos induzido.
Dedico canção para aquele, de amor bipolar.
Viva o que sonha, e morte de alguns atrevidos.
Sonhos não levo a sério, em que vou me lembrar.
Vivo a vida de vida, de um foragido.
Morro diante de sonhos, eu não devo sonhar.
Eu sou somente a canção eu não sou conhecido.
Morro diante de sonhos, eu não devo sonhar
Não devo sonhar, não posso sonhar, eu vou levantar, não posso sonhar, mas tenho a certeza, eu tenho a certeza, é minha canção.
Todo Ato Banal
Mania, mas não a de você,
Mania de mania, maníaca,
Que explica a intensidade,
A energia e a sua falta.
Mania de querer se entender,
De abraçar as antíteses,
Ser desvairado, louco,
Perdido em suas certezas.
Talvez tudo não passe de hipérbole,
Pois está para nascer um sujeito "normal".
O mundo é abrigo de insanos,
Um lar de almas em desatino.
Teu xeque-mate volitivo/patológico se dá quando tu aceita "saber como" fazer errado.
À partir de lá; todo erro teu foi uma escolha, não há doença que justifique isso.
O caminho de uma pessoa com transtorno mental é bem solitário. A gente segue em frente sem saber como. Se arrastando como se tivesse o Monte Everest nas costas.
"A esquizofrenia não me limita, é só um desafio a mais pra alcançar os objetivos Mariah (Equilibrarte)
"Esquizofrenia, não sei bem o que é, mas me parece ser como a vida, cheia de ondas altas e baixas em um mundo particular. Há que se adaptar" Norma (Equilibrarte)
Sentada na janela, em meio a fumaça que solta de seus pulmões, algo nada saudável pra uma garota tão jovem, ela olha pro céu e vê um infinito de possibilidades, naquele momento suas feridas parecem curadas, mas é mera ilusão, lá no fundo de sua alma ainda existem dores.
Mas ela está anestesiada pela onda de emoções que percorrem o seu corpo, ela descobriu um mundo igual ao seu, ela não é a única a vivenciar experiências tão incomuns. Ela sente vontade de gritar o seu silêncio, ela sente o vento batendo em seus cabelos crespos e quentes como o sol, ela corre na busca incessante de uma felicidade que não sabe se existe, seu peito queima e ela encontra coragem em meio a covardia da dor que transcende do seu passado, ela dança com os braços pra cima, eufórica como em uma balada ensurdecedora, mas ela está ali sozinha, não há uma multidão em sua volta e mesmo assim ela se sente completa, que feitiço é esse que pairou sobre ela ? Não se sabe, o que se tem convicção mesmo é que ela está aprendendo a mudar e lidar com seus demônios. Aah menina, você fica tão mais linda com toda essa confiança. Se soubesse o poder que tem, jamais teria chorado tanto.
- Quem é você? Com um abraço quente e suave, mas palavras tão duras e afiadas. Que me acaricia delicadamente e rasga minha'lma.
- Seu criador.
Eu estou perdida entre versões de mim.
Irreais.
Um dia fria, o outro louca.
Quem garante que eu só mudo de roupa?
De pessoas.
Fragmentos perdidos no caminho.
Mudo de cara,
mudo alma,
mudo de mim,
mudo a minha calma.
Um dia você me conhece sim e o outro não.
Quem sou eu?
Essa é a questão.
Aquele pedaço escuro de mim.
Guardado na caixa da superação.
Perdida entre personalidades,
eu vivo assim.
Uma eterna batalha de eu contra mim.
Avistei a versão Sorriso Frouxo,
aquela despretensiosa.
Que, por vezes, emudece em mim.
Encarei a versão Autenticidade,
aquela espontaneidade, naturalidade.
Que, por vezes, foge de mim.
Trombei na versão Coragem,
aquela destemida, determinada.
Que, por vezes, suprime em mim.
Topei com a versão Silêncio,
aquela da reflexão.
Que, por vezes, exila em mim.
Esbarrei na versão Gratidão,
aquela do reconhecimento.
Que, por vezes, desbota em mim.
Tropiquei na versão Solidária,
aquela da empatia.
Que, por vezes, cala em mim.
Disparei na versão Criança,
Aquela ingênua, inexperiente.
Que, por vezes, esquece de mim.
Tropecei na versão Jovem,
aquela dos sonhos, descobertas.
Que, por vezes, machuca em mim.
Travei na versão Adulta,
aquela da responsabilidade e escolhas.
Que, por vezes, penaliza em mim.
Colidi com a versão Espiritualizada,
aquela da harmonia, da fé.
Que, por vezes, apaga em mim.
Encontrei a versão Amor,
Aquela que acolhe, perdoa.
Que, por vezes, mascara em mim.
Versões que se completam.
Algumas já não cabem remendos.
Outras são necessárias carregar.
E tem as que requerem leitura.
Versões lapidadas pelo tempo.
Vinculadas nas lembranças.
Equilibradas na essência.