A dor de perder um filho: textos sobre luto

Equipe editorial do Pensador
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Criado e revisado pelos nossos editores

A dor de perder um filho é difícil de descrever. É um luto que os pais vão carregar para sempre, jamais esquecendo do seu anjinho que está no céu. Confira alguns textos sobre a dor de perder um filho a fim de encontrar consolo e força para lidar com esse momento tão triste.

Perder um filho

O dia amanheceu nublado e a chuva ainda não parou. O sol veio com a minha dor e tristeza. A dor de perder um filho é inexplicável. É muito difícil superar a perda.

A maternidade muitas vezes traz-nos um medo absurdo da perda. Mas eu amei estar grávida, viver a maternidade é amor! Esteve alojado na minha barriga durante alguns meses e carreguei no meu ventre um filho que amava e que ainda não conhecia!

É sofrer sozinha e sentir solidão apesar do apoio da família. É ter de sorrir com o coração que está em pedaços e caminhar com a saudade infinita no peito. Não há dor maior do que a de perder um filho. É dor e dor com muita saudade!

Como é triste perder um bebê, eu sei que nunca vou esquecer o meu anjinho! Quero acordar e ver que tudo não passou de um sonho. Mãe é capaz de dar a própria vida para salvar.

Perder um filho é sentir-se no meio do deserto e afogar-se no mar de dor! Senhor que a minha dor e a minha tristeza se torne em felicidade!

A Perda de um Filho(a)

É da semente do amor que floresce a saudade...
É da colheita do fruto que surge algo que chamamos de laços.
E é quando a vida os desata que chamamos de perdas.
Perdas irreparáveis.
Perdas que não têm nome.
Dor que dói só de pensar.
Dor que um dia ouvi ser equiparada a um parto inverso.
Devolver o filho(a). Sem ao menos nos perguntar se damos essa permissão.
Lágrima que não sai. Choro que nos falta o ar.
Medo de viver.
Medo que o medo nunca saia de nosso coração.
Medo do medo.
Vontade louca de voltar segundos, ou talvez milésimos dele, para gritarmos para nosso filho(a): saia daí! , ou desvie o carro, ou não ande por essa rua.
Mas nada é possível.
O chão é roubado, o coração parece parar, e borboletas voam angustiadas pela nossa alma.
O sonho de que tudo seja mentira. Que a notícia recebida foi engano. Que o nome dito era homônimo.
A mentira se faz verdade.
O nome querido pensado com tanto carinho antes mesmo do nascimento, é trocado por alguém que já o chama de “corpo”.
Seu leito se torna forrado de flores, flores estas que sonhávamos para sua formatura ou casamento. E agora o acompanha para emoldurar seu semblante que parece estar em um sono profundo.
Olhos que não abrem mais. Mãos que não nos afagarão mais. Voz que não nos dirá que está com fome ou que quer aquele doce que só você sabia fazer.
O momento de dor intensifica. A cena nos tortura, ao invés de nos acalmar. Ele(a) ainda está aqui, mesmo que já não mais em vida.
Mas é hora do último adeus.
Devolver o filho(a) tão amado e esperado(a).
Devolver o que não quer ser devolvido. E uma multidão de abraços e consolos nos afaga, tentando nos distrair desse momento que não tem como reverter.
E uma procissão de familiares, amigos e curiosos, acompanham sua partida.
A cabeça meio que atormentada nos impulsiona a dar o último beijo, o último afago, e vem a frase: Vá com Deus, filho(a) amado!
O quarto do filho(a) se esvazia de tudo.
As coisas ficam; as roupas fora do armário, o computador ainda aberto, anotações e sonhos ainda por realizarem.
O armário insiste em deixar o cheiro do ser amado, tentando nos convencer de que ele saiu e logo volta.
As gavetas nos revelam tantos pertences, tantos bilhetes e tantas lembranças...
E a foto do porta retrato, que antes enfeitava o quarto, se transforma em altar sagrado da triste lembrança de que tudo realmente aconteceu.
Mas alguma coisa surge em nosso interior. Um vazio que nos invade. E a sensação de estarmos anestesiados começa a tomar ciência de nossa realidade.
E esse estado de torpor, tenha certeza, são lenitivos de Jesus, tentando acalmar os corações dilacerados, mas amparados.
Ele nunca desampara um filho, ainda mais nessa hora; hora essa que Jesus também fez passar sua Mãe, quando O retiraram da cruz e O colocaram em seus braços.
Ele sabe de tudo. Ele sabe o que aconteceu e o que irá acontecer.
Ah, se pudéssemos ver o trabalho de Deus nesse momento...
Se pudéssemos ver Deus tomando em Seu colo nosso filho(a), antes mesmo dele(a) sentir qualquer dor na hora de sua partida.
Se enxergássemos a legião de anjos guardiões o recebendo,
compreenderíamos que o momento da perda, já havia acontecido perante os olhos de Deus.
Por isso tenhamos fé.
Saibamos que o propósito de Deus por mais injusto que nos pareça, tem um motivo. E sempre embasado na lei do amor.
Ser forte não é não chorar; e chorar não é uma demonstração de pouca fé.
Somos humanos.
Quando Jesus dizia “Vinde a mim os aflitos que Eu vos aliviarei”, Ele já sabia que as dores da alma tem seu tempo de manifestar. E Deus nos respeita, dando-nos o momento do luto.
Há tempo para tudo na vida, até para chorar. Viva esse tempo. Mas com a certeza de que ele passará, e outro tempo chegará cheio de respeito, para acalmar o coração.
Fará com que a saudade não seja mais dolorida.
Fará que os momentos felizes continuem compartilhados nos almoços de domingo e nas festas de aniversário.
Deus trará novamente a vontade de viver. Vontade de viver em homenagem à seu filho(a).
Viaje por ele(a), faça graça por ele(a), retome a vida por ele(a)!
E essa alegria contagiará os seus corações, tornando-os eternamente em uma comunhão de amor e ternura.
Deus não machuca ninguém. Não desampara 99 ovelhas para socorrer uma. Ele com sua onipresença também estará com as outras ovelhas. Mas quero que hoje, você se sinta como Sua ovelha predileta. Sinta-se em Seu colo, recebendo Dele toda ternura e consolo de Pai.
Seu filho(a) já está de volta à Sua casa.
E a certeza de que ele foi apenas à frente, nos faz crer que ainda fazemos parte deste jogo da vida, até Deus achar que atingimos nosso objetivo.
Que Deus ampare todas as mães e pais que hoje choram ou irão chorar a ausência de um filho(a), dando a eles a certeza da vida eterna e do tão esperado reencontro.
Deus os abençoe.

A Inexorável Dor da Perda de um Filho

Ela, mãe, está sofrendo. Ele, pai, está sofrendo. Acabam de perder um filho para a mais forte de todas as guerras: a inexorável passagem para o outro plano. Seu filho amado está indo embora! – uma viagem às pressas, inesperada, sem tempo para dizer adeus. Um jovem com todas as alegrias e sonhos da sua idade e do seu tempo.

Seríamos realmente capazes de imaginarmos a dor desses pais? Sentirmos o tamanho desse luto? Demais para ser suportado. Imensamente. Uma dor que não tem nome e dói só de pensar. Falta o ar. Consome o equilíbrio. Falta chão. Sucumbe-se às lágrimas. Uma dor que não seca, mas faz murcharem as forças, rouba os sonhos, dilacera a alma. Interrompe a esperança, invade nossas entranhas e leva uma parte de nós – a vida perde um pouco a suas cores....

Não é fácil aceitarmos a inversão da ordem natural no ciclo da vida. Não estamos nunca prontos, não queremos enterrar um filho. Quando a natureza não cumpre o ciclo como deveria é dolorosamente terrível e assombra.

– uma separação consumada fisicamente, mas que jamais conseguirá romper com os laços... não há substituições, filho é filho e ponto.

Impossível medir a dimensão da dor da perda de um filho. Não conseguimos mensurá-la, é uma dor única, intensa, egoísta e gigante. A perda de um filho é ferida que não cicatriza, é pra toda a vida – essa dor terá momentos que se converterá em saudade, mas nunca será menor. Os pais ficam perdidos na sua dor, um vazio inconsolável, um lamento interminável. Que ninguém se atreva estancar essa sangria no coração de uma mãe e de um pai... O choro é demasiadamente solitário e triste – não se decifra um amor que transborda em lágrimas.

Não encontro consolo. Não há nada que possa arrancar esse tormento que estraçalha o peito dessa família. E nesse momento, não posso e não devo - hoje as lágrimas têm e devem cair. Tem que ser assim.

Hoje a dor é dessa mãe e desse pai. Amanhã ou depois, quem sabe a serenidade venha bater às suas portas.

Hoje, quero manifestar meu sentimento solidário e companheiro, fazer uma prece e desejar que esse jovem encontre muita luz em sua passagem. Que a mãe, o pai, os irmãos e todos os familiares, no devido tempo, encontrem motivos para a difícil superação dessa dor, hoje latente.

Que a resiliência seja. Que encontrem a habilidade de persistirem nos momentos difíceis quando a saudade doer - e ela dói, vai e volta, e continuará a doer... Mas, será preciso continuar, lamentavelmente, essa é uma das mais tristes regras que nos são impostas: - sobrevivermos com a ausência física daqueles que muito significaram à nossa continuidade, à nossa existência. Que o tempo faça o que é dele fazer - leve um dia a dor embora e deixe apenas a saudade terna e mansa.

Mas pelo menos foi no comecinho.
Mas pelo menos não sofreu.
Mas pelo menos não deu tempo de amar.
Mas pelo menos não viveu pra sofrer.
Mas pelo menos não veio com problema.
Mas pelo menos não foi mais pra frente,
Mas pelo menos você é nova.
Mas pelo menos já faz tempo.
Mas pelo menos você está bem, eu não suportaria.
Mas pelo menos você tem outros filhos.
Mas pelo menos você pode ter outro um dia.

Não há nenhum "mas pelo menos" que faça sentido.
Perder um filho dói, seja um aborto inicial ou tardio, seja na barriga ou já nos braços. São planos frustrados, uma vida que não será vivida, os primeiros passos que não serão dados, as roupinhas que não serão usadas, um ventre vazio, um berço vazio, dois braços vazios, um amor que fica no peito sufocado, sem ter para onde ir, uma dor que dói no peito, dói na alma, dilacera! (...)

Nosso luto é para sempre, não tem prazo de validade, assim como nossa dor, que não tem cura. Isso não é fraqueza, é fato! Nós, mães de anjos, somos os seres mais fortes que vocês poderiam conhecer. Nos esforçamos desde o amanhecer para sair da cama e encarar mais um dia, nos esforçamos para continuar vivendo, para ver pessoas, para trabalhar, para encarar as lembranças que vêm à mente a todo momento, ao ver outro bebê e não ter o seu em seus braços. Somos transformadas pela dor, guiadas pelo amor.
Perder um filho dói. Vai doer para sempre!

Desconhecido

Hoje eu entendo que tenho uma cicatriz profunda no coração, mas ela não dói mais. Ela está ali para mostrar o que Deus fez na minha vida. Hoje, eu vivo muito feliz, 100% realizada e alegre. Se precisasse, eu passaria por tudo novamente, mil vezes. (...) Eu tenho essa filha, que um dia vou reencontrar, e lembro dela com alegria.

Andreia Friques

Foi um golpe atrás do outro. Todas as coisas raras que poderiam acontecer estavam acontecendo conosco e não tínhamos ideia do porquê. A dor [de perder o filho] é debilitante e permanece com você para sempre. Dizem que o tempo cura, mas não cura, apenas faz você seguir. 

Kirby

Veja também: 

Quando perdi você, me vi sem chão, beirei a loucura, nada do que ouvia aliviava a dor da alma. Uma dor tão profunda que eu podia sentir fisicamente. Pensei que nunca iria voltar a sorrir sem me culpar.
Hoje sei que jamais voltarei a ser completo novamente. Não há como completar um coração de quem perde a quem se ama tanto. Ainda vou olhar seu retrato e chorar, ainda vou embargar a voz ao falar de você, ainda vou amanhecer com saudade, ainda em datas comemorativas vou deixar transparecer minha tristeza e indiferença, ainda vou continuar a amar você. Muitos podem te esquecer, mas em meu coração jamais vai morrer.

SE O AMANHÃ NÃO VIER...

Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu veria você dormir eu aconchegaria você mais apertado e rogaria ao Senhor que protegesse você.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que veria você sair pela porta, eu abraçaria, beijaria você e chamaria de volta, pra abraçar e beijar uma vez mais.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que ouviria sua voz, eu filmaria cada gesto, cada palavra sua, para que pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia.

Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu gastaria um minuto extra ou dois, para parar e dizer "Eu te amo", ao invés de assumir que você já sabe disso.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia, eu não pensaria: "Bem, tenho certeza que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar esse dia".

A gente sempre acredita que haverá um amanhã para se fazer uma revisão, correção de rumos ou dizer um para o outro: "Eu te amo".

O dia de amanhã não está prometido para ninguém, jovem ou velho...
Hoje pode ser sua última chance de segurar bem apertado a mão da pessoa que você ama.

Se você está esperando pelo amanhã, porque não fazer hoje?

Porque se o amanhã não vier, você com certeza se arrependerá pelo resto de sua vida de não ter gasto aquele tempo extra num sorriso, num abraço, num beijo, porque você estava "muito ocupado" para dar para aquela pessoa, aquilo que acabou sendo o último desejo dela.

Então, abrace seu amado, a sua amada hoje. Bem apertado. Sussurre nos seus ouvidos, dizendo o quanto o ama e o quanto o quer junto de você.

Gaste um tempo para dizer: me desculpe, por favor, me perdoe, obrigado, ou ainda, não foi nada, está tudo bem.

Porque se o amanhã jamais chegar, você não terá que se arrepender pelo dia de hoje, pois o passado não volta e o futuro talvez não chegue.

Brigar com Deus

Para os pais que já perderam um filho, e por isso, brigaram com Deus.
Eu não tenho respostas prontas para essa dor!
Há feridas que não se curam com pomadas, mas com o tempo.
Para eles, que continuam zangados com Deus esta canção!
Admito que eu já duvidei,
Depois daquela morte repentina num farol,
Depois que dos meus olhos Deus levou a luz do sol,
Depois daquela perda sem aviso e sem sentido,
Admito que eu já duvidei.
Admito que eu briguei com Deus porque não respondeu
Quando eu Lhe perguntei porquê;
Ele, que tudo sabe, tudo pode, tudo vê,
Parece que não viu, nem me escutou lá no hospital.
Admito que eu fiquei de mal!
Doeu demais e, quando dói do jeito que doeu,
A gente chora, grita e urra e põe pra fora aquela dor.
E desafia o Criador e quem se mete a defendê-lo.
Comigo não foi diferente do que foi com tanta gente
Que perdeu algum amor.
Briguei com Deus, briguei com Deus
E se eu briguei foi por saber que Deus ouvia.
Admito que eu me revoltei;
Onde é que estava Deus com Seu imenso amor?
Se Deus é amoroso, então por que deixou?
Por que tinha que ser do jeito que foi?
Admito que eu O desafiei,por não achar sentido no que Deus me fez;
E nem me perguntei porque será que o fez.
Briguei com quem levara alguém que eu tanto amei!
Admito que eu já blasfemei.
Doeu demais e, quando dói do jeito que doeu.
A gente chora e grita e urra, e põe prá fora aquela dor.
E desafia o Criador e quem se mete a defendê-Lo.
Comigo não foi diferente do que foi com tanta gente
Que perdeu algum amor.
Briguei com Deus, briguei com Deus
Briguei com Deus, mas acabei no colo Dele.
Admito que voltei pra Deus.
E até nem sei dizer porque foi que voltei.
Eu acho que voltei porque não me calei.
Voltei porque, talvez, não sei viver sem crer.
Admito que voltei pra Deus.
Admito que ainda creio em Deus,
Mas tenho mil perguntas a doer em mim.
Eu tenho mil perguntas para Lhe fazer.
Espero que Ele um dia queira responder!
Ele sabe o que é que eu penso dele.

Ciclo da vida

É difícil dizer alguma coisa que valha a quem perdeu alguém a quem muito se quis… muito se amou! Perder uma mãe, um pai, o marido ou a esposa… perder um filho!...

Nós sabemos, desde que nos conhecemos, que a vida não é eterna… e que, um dia, indeterminado, temos de fazer a “viagem sem regresso”. Mas uma coisa é sabermos isto e outra, bem diferente, é aceitá-la na altura em que acontece.

Saber – é concordar com a razão, fria, dos acontecimentos.
Aceitar – já não está ao alcance da vontade, porque é o sentimento que protesta. É a dor que se impõe.

E não há palavras, por mais amigas, que nos convençam. Só se dá o real valor à perda de um ente querido quando esse acontecimento se processa connosco. É uma situação muito difícil, impossível de definir e de explicar.

Forma-se um vazio terrível, incomensurável - que só o tempo vai diluindo… E quando uns partem, outros, entretanto já nasceram para não estarmos sós. É o ciclo da vida que incessantemente se repete…

Meu sentimento 2 anos após ter perdido meu filho

Amanhã faz 2 anos que minha vida se transformou. Quem já perdeu um filho sabe exatamente do que estou falando. Não é como perder um marido, irmão, tio, amigo e até mesmo os pais.
O sorriso de uma mãe que viu o filho morto nunca mais é o mesmo, ele não vai de canto a canto, como se diz, de orelha a orelha... É uma alegria contida, sem muita certeza, ela sabe que no minuto seguinte esse sorriso vai sumir e vai dar lugar a uma tristeza imensa, infinita... Sendo assim, se torna impossível acreditar que um dia vamos ser felizes outra vez.
Olhando a foto de um filho que se foi, a incredulidade vem a todo instante. Será que isso aconteceu mesmo? Não acredito que nunca mais vou te ver... No meu caso, em momentos de desespero cheguei a ficar com raiva dele, questionando: "Porque você fez isso comigo? Você acabou com a minha vida... Por que você tinha que morrer?"
Eu, quando ouvia relatos de mães que perderam os filhos sempre dizia: "Faço uma ideia do que ela deve estar sentindo..." Mas eu estava enganada. Não! Eu não fazia ideia! Não é nada parecido com o que eu achava que fosse!
Pensei no desespero da mãe, da dor, da revolta. Aquela dor trucidante do momento. Mas nunca pensei que ficaria esse gosto amargo na boca, os olhos sempre perdidos e a cabeça sempre pesada, caída...
Na verdade, o amor que uma mãe tem pelo filho é algo covarde, insano, sem nexo... Não deveria ser assim... Quando os perdemos, perdemos a vontade de viver, de sorrir, e até mesmo de amar.
Isso é o que sinto, não estou julgando sentimentos de ninguém, nem menosprezando o amor que as pessoas sentem por seus familiares e amigos. Como eu disse, é como eu me sinto, é a minha dor, meu dia a dia... É tudo que passo ao me deitar e ao me levantar, todo dia, toda hora e a todo momento.

A perda de um ente amado, no primeiro momento, é uma dor que acreditamos não suportar, é como ver tudo desabar sobre nós; no segundo momento, é uma dor latente como um espinho na carne, é uma dor da saudade; num terceiro momento é uma dor da saudade, mas que é atenuada pela certeza da presença constante deste ente amado em nossos sentimentos com determinados sinais que provocam paz em nossos corações.

Certo dia me peguei desesperada, a água do chuveiro caía sobre o rosto, mas desta vez não abafava as lágrimas de dor.
Bati forte no peito, queria abri-lo e arrancar aquela dor dali.
O coração estava quebrado, a dor era sufocante.
Talvez se eu batesse mais forte arrancaria do peito está dor.
Até que no auge do desespero um pensamento racional insistiu em minha mente.
Você perdeu um filho moça, não tem como concertar isso!
Esperar que isso se ajeite é uma ilusão teimosa e persistente.
Eu sinto muito, ninguém deveria dizer adeus assim.
Mas aceite isto e talvez você possa começar a viver de novo.
E esses pedacinhos aí em seu peito podem se tornar algo inspirador no origami desta vida.
Se não dá pra concertar, faça algo belo com o que restou, talvez você ainda seja especial na vida de alguém.
Mas se você desistir, nunca vai saber. Não é mesmo?

Inserida por dayana_ribeiro
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