Doido
Mar menino
Ele existe dentro de nós, é um mar alvoroçado, de tudo faz onda. Puxa o que quer, devolve o que não quer. O mar menino reflete aquilo que ver, se enxerga olhos azuis devolve olhos azuis, se percebe olhos verdes o seu dia 'enverdesse' e se nada lhe favorece... Mar menino se enfurece. Ora quer se aproximar, chegar pertinho, ora se encolhe e quer distância e nem invente de se chegar, não vai querer se encalhar... O tempo passa e nada (,) muda. Enquanto isso acontece, vivo a tranquilidade de ser mais menino.
Loucos transgridem, avançam, não morrem a pensar!
Quem pode conviver com um louco cheio de paixão!
É sortudo na vida, não é para qualquer um não!
Loucos fazem surpresas, te amam na mesa, com pura destreza!
É menu à La carte, sedução e arte!
Loucos não dão rosas, te plantam um jardim inteiro!
Acordam-te noite adentro, cantando como seresteiro!
Na vida de um louco não há monotonia!
Lê teus pensamentos em pura sintonia!
Um louco é capaz de atravessar o mundo só pra te abraçar!
Desde que o motivo, seja o verbo amar!
Um louco te fará feliz como ninguém!
Mas nunca o faça se sentir aquém!
Pois todo louco é disciplinado e determinado!
Morrerá te amando, mas nunca será domado!
Eu nunca paguei e nem vou pagar, para entrar em um estádio apenas para verem "os outros se divertirem" jogando bola.
OUTRO LADO
- Oi, moço. Uma informação por favor... a loja que ficava aqui ao lado fechou?
-Não, minha senhora. Só mudou pro outro lado da rua.
-Hã? Como assim?! - perguntou enquanto olhava pro outro lado tentando enxergar o que procurava - Acho que você não entendeu a pergunta... A loja que ficava aqui ao lado fechou, não foi?
- Sim. Fechou aqui e reabriu do outro lado. Está logo ali. Bem de frente. Basta a senhora atravessar a rua.
Ela olhou mais uma vez pro outro lado. Desta vez mais demoradamente... Me pergunto se talvez o hábito, a tradição e o costume a tenham deixado desconfortável em aceitar mudanças e se isso, de certa forma, a tenha cegado (ou pelo menos limitado sua visão).
Incapaz de enxergar a realidade, não atravessou a rua. Simplesmente agradeceu e foi embora balançando a cabeça lamentando a loja ter fechado (e possivelmente ponderando a integridade de minhas funções cognitivas e estabilidade mental).
"Moço doido"
Acontece o tempo todo.
E não apenas sobre lojas.
“Ao `cidadão de bem` assiste o direito de andar armado.
Mas esse `cidadão de bem` precisa ser bem explicado.
Talvez aquele que auxilie a velhinha a atravessar na faixa ou o que paga
suas contas em dia e não tenha inadimplência na Caixa.
Quem sabe aquele que seja decente, não traia a esposa, cuide da família
e frequente a igreja semanalmente.
De bem é aquele que devolve o troco corretamente e é responsável com
o meio ambiente.
Não deve portar aquele que frequenta o bar, o que discute no trânsito ou
o que agride o seu par.
Precisa ser emocionalmente equilibrado, não tomar remédio controlado,
nem ter ficha com o delegado.
Mesmo sendo o tal `cidadão de bem` é preciso saber até que ponto assim
ele se mantém.
Tem cara bem comportado que sai da linha quando é provocado.
Tem aquele que é bipolar, do nada ele cisma em matar.
Pra não complicar mais esse tema, é melhor encerrar o poema.”