Dói
Escrever é como um parto difícil...
Demora, dói... Sofre-se...
mas que alegria! que alívio!
ter um rebento lindo
em nossos braços..
Cika Parolin
Mais um dia.
I
Abro primeiro um olho, depois o outro mas pode ser que algumas vezes eu abra os dois ao mesmo tempo.
Acordado mas não desperto, posso ter de imediato qualquer pensamento, a vaga lembrança de um sonho, de um pesadelo ou vislumbre os poucos afazeres que me aguardam.
II
Quatro ou cinco passos, até porta do banheiro, acendo a luz, escovo os dentes, lavo rosto e penteio o cabelo, nem sempre nessa ordem, mas parece que tudo está em ordem.
Até agora uns poucos sons, nenhuma palavra, só minha imagem refletida no espelho, retrato da obra destrutiva do tempo.
Tempo que às vezes é pouco, outras suficiente, que na maioria das vezes sobra.
Há certa solidão nesses movimentos quase automáticos.
III
Não uso meias, o calçado é um prático Croc. Encaixo os pés sem auxílio das mãos e nem preciso olhar.
Calça jeans, de barra cortada com o estilete, sem acabamento. Qualquer camisa polo, pego sempre a de cima, são todas idênticas, de cores neutras e sóbrias.
Não sinto nenhuma necessidade de variar o traje nem o trajeto, será mais um dia igual aos outros e isso não requer nenhuma postura diferente.
IV
Abdiquei do café da manhã com os amigos, prática de mais de quinze anos. Os assuntos interessantes se esgotaram e deram lugar a discursos de mesmices disparatadas e fofocas de homens, absurdo inaceitável na minha idade.
Antes só, comigo mesmo do que rodeado de Wikipédias ambulantes.
Ainda vou lá de vez em quando conferir e constatar.
V
Não compro mais jornais nem revistas. As notícias saltam aos meus olhos a cada clique no Google e no Facebook, com o aval das agências de notícias, umas mais, outras menos, mas todas superficiais, vendidas e parciais.
Tudo junto e misturado como é atual, moderno e perigosamente fácil.
VI
Do café da manhã até o almoço são uns tantos minutos de umas poucas horas.
Ao entrar no mesmo restaurante vejo os mesmos funcionários, alguns clientes de sempre e o almoço de R$44,90 o quilo pula no meu prato.
Uma rodela de tomate, uma de pepino, uma colher de ervilhas, outra de grão-de-bico ou feijão-branco, mais uma de milho.
Não pode faltar uma pequena porção de beterraba com cebola crua, três ou quatro vagens e um ramo de brócolis.
Sinto falta do rabanete, da erva doce e do salsão, nunca presentes.
Quando tem berinjela temperada faço uma troca. Nesse dia como até pão.
A proteína animal se resume no menor pedaço de peito de frango assado ou de uma pequena posta de pescada branca à milanesa.
São trezentos e cinquenta gramas, fora o azeite à vontade que só coloco depois de pesar. Poucas vezes erro na mão mas nunca passei dos quatrocentas e cinquenta gramas.
Tem gente que coloca sal, pimenta e outros molhos, eu não, eles não me fazem nenhuma falta, então para que colocar?
Ás quartas e sábados tem uma espécie de feijoada estilizada. Num desses dias mudo o cardápio e ela é a única opção.
VII
Sempre durmo de quinze a trinta minutos depois do almoço. Posso ter herdado o costume dos antepassados portugueses ou espanhóis e essa é única herança que eu queria. Dos portugueses não invejo a inteligência nem dos espanhóis a teimosia. Se tivéssemos sido colonizados pelos ingleses ou alemães tudo aqui seria muito diferente.
VIII
Fotografar pode ser um trabalho, um prazer ou ambas as coisas. Para mim uma alquimia para transformar luz, sombra e cores em belas imagens, que vão durar bem mais do que as próprias lembranças. Minha tarde é de luz, sombra, cores e garotas de biquíni. Nada mal.
IX
De uns tempos para cá o que era um lanche da tarde deu lugar a experiências culinárias da Amanda.
Sem grandes pretensões ela inventa, esquenta, mistura e dá sabor especial a qualquer coisa.
É o amor.
Um simples misto quente se transforma num croque monsieur e qualquer massa num penne à italiana ou um lombo assado com molho madeira ou de mostarda, num quitute de dar inveja a qualquer chefe francês.
X
À noite, ninguém está livre de contrair doenças, defeitos ou vícios e eu mantenho tudo ao alcance dos dez dedos, quando martelo o teclado, num amontoado de palavras, para mim cheio de significados, para a maioria sem nenhum.
Posso estar na cama às dezoito horas ou às vinte e três. Acordo de três em três horas e serão sucessivas dormidas e passadas no computador até acordar novamente para mais um dia.
Abro primeiro um olho, depois o outro mas pode ser que algumas vezes eu abra os dois ao mesmo tempo.
Dizer adeus com o coração...
Dói muito mais do que faze-lo com palavras...
Porque é o nosso coração que se tenta afastar...
De outro que nunca nos quis...
Eu prefiro a dor passageira de uma verdade, que dói somente uma vez; do que a dor da mentira, que dói toda vez que se recorda."
Já ouviu aquela frase? "A verdade dói e quando não dói machuca a alma!" Agora entendi o que ela quer dizer, as vezes somos induzidos por atrações enquanto somos recebidos por Amor, isso é amar pela metade sentir prazer enquanto outro se dá por completo... mas talvez cada pessoa ame do seu jeito, leve o amor de um jeito, mas quem disse que essa pessoa era a ideal pra vc? Essência nem todo mundo tem, as pessoas são como perfumes alguns só dão certo em pessoas que possuam a mesma ignorância e falta de percepção que elas.
Não sou merecedor por isso Livre te deixei,me doí e é difícil falar que não chorei,sentimento padece, mas em todas as noites eu rogo lhe faço uma prece, sem caô já deixei de acreditar em contos de fadas mas não no amor,sem correntes,sem grilhões sem espinhos te trago a mais bela flor.
Doi saber o que nos afasta é alguns quilômetros sim coisas minimas, não é uma volta no Brasil e nem uma volta no continente americano e muito menos uma volta no planeta terra e sim só alguns quilômetros
amor que cala
dói
fundo
como uma pá
cavando o mundo
lembrando: hoje
fui sem fim
amar é assim
dor que dói
no ontem
e poesia em sim
ai de mim
que nasci alecrim
"A santidade as vezes vem montada no cavalo da dor."
Como doi as vezes dizer não para um desejo seu, como doi abandonar aquilo que te fez feliz por tanto tempo, como doi abrir mão de um sonho, como doi abrir mão de um bem material, como doi abrir mão da família e de tudo o que conhecemos por amor a Deus e sua santidade. "Quem muito é dado, muito será cobrado" (Lc 12.48), mas não temos noção do peso de responsabilidade desse versículo até vivermos na pele. Viver em santidade é um prazer pra quem vive, mas cada passo para próximo de Cristo é um passo para longe do mundo e existem certas coisas que nos doem para largar.
Quando ficamos tanto tempo longe de alguém que amamos, dói tanto, tanto que as vezes sentimos um aperto no coração e uma enorme vontade de chorar. Mas com o tempo não é que nos acostumamos, e sim aprendemos que quando é verdadeiro, não há distância que separe!
Não seja invejoso. Inveja dói, corrói, destrói. Faça o bem, deseje o bem e domine a natureza mesquinha dentro da gente que impulsiona a querer o que não é nosso. Se realizar naquilo que temos, somos e construímos é o melhor motivo pra se ter sorrisos fartos e riqueza humilde. Não ostente o que não tem, não queira o que não é seu, oportunidades estão aí para todos correrem atrás e buscarem seus objetivos. Seja caridoso, bondoso, amoroso, generoso, amigo. Seja tudo menos o invejoso. Dê um pouco do tudo o que possui, físico ou abstrato, compartilhe e compreenda que somente assim terá e receberá mais. Veja a vida sempre com os olhos do amor e da gratidão, reciprocidade e compaixão. Ser feliz pela felicidade dos outros é a mais pura, humana e simples demonstração de alegria, amor próprio e autoestima.