Dói
A vida é assim a gente cai, levanta, bate, apanha, machuca, se machuca, dói, aí dói mais um pouco, mas a gente vai tentando até dar certo e é lá no fim que tudo se justiça, é lá que passamos a valorizar as cicatrizes que o tempo nos tatua não na pele, mas na alma.
A pessoa que inventou esse lance, de cuidar do jardim pra atrair borboleta, sabia o quanto dói fazer depilação?
Gente Arrogante
Ai G-zuis dói no dedinho mindinho do pé esquerdo observar pessoas arrogantes.
Rapara bem, os arrogantes adoram julgar, são bons em tudo, Sr. e Sra. Perfeitos. São talentos natos, se pudessem não pisavam no chão. Em seu dicionário não existe as palavras: humildade, generosidade e gratidão.
Na maioria das vezes o mundo gravita em torno deles, pelo menos em suas cabeças.
Pessoas arrogantes não funcionam comigo, dá choque, atrito, nem florais de bach, nem maracugina ou qualquer tranquilizante do gênero me faz aguentar. De onde você saiu?
É grande amor, não lhe tirei do coração
Mas se aqui ainda estas, porque dói tanto então?
Sinto-me vazio, mas vazio de quê?
Eu tanto lhe tenho aqui dentro, e tenho tanto a lhe oferecer.
É vazio, mas vazio de quê?
Amar também dói porque você fica vulnerável aquela pessoa, e tudo te afeta, te fazendo bem ou mal e na mesma intensidade.
Sei lá
Sei que pesa
Também dói
Machuca
Fere bem profundo
A alma reclama
Seu cérebro
Apita
Sinal verde
Tenta passar
Permanece intacto
Sem sucesso
Numa lama
Tão malcheirosa
Se transforma
Saudades; às vezes ela dói e até nos fazem chorar, mas as boas lembranças traz alívio.
A nostalgia não, você sente evidentemente o coração chorar e dói tanto que a vontade é de arrancar o coração do peito.
TOCAIA (soneto)
Dói-me esta constante tal espera
do que já não mais tem donde vir
que o desejo insiste em querer ir
aguardando na ravina da quimera
Doí-me uma dor insana, há existir
a cada alvorecer duma primavera
da ausência, da saudade, sem era
e do que não se tem, e quer pedir
Dói! O tempo a passar, eu quisera
poder nele estar e ali então devir
chorar, alegrar... ah! se eu pudera!
Como eu não sei como conseguir
a tocaia no peito se torna megera
e a alma romântica se põe a fingir
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 15 de julho
Cerrado goiano