Doenças
Ensaio sobre o tempo e o corpo: entre ocupar e preencher
O tema era as doenças da alma. O psicanalista declara: a alma se coloca no espaço do sintoma, que longe de ser um substantivo, é uma ação. É o corpo gritando o que nos planos mais sutis já é claro: onde está meu conteúdo interior?
A alma preenche o corpo daquele que lhe confere tempo.
Mas...quem tem tempo hoje?
Einstein compreendeu que medimos o tempo em função do espaço. Vivemos nosso tempo para conquistar espaços externos: trabalho, casa e carro. E, de fato, conquistamos todos eles. Percorremos distâncias cada vez maiores e, cada vez mais, dizemos: eu não tenho tempo. Paradoxalmente, quando os espaços e o tempo estão completamente ocupados, estamos vazios.
Utilizamos a lógica do ocupar em lugar de preencher. Ocupamos um corpo, mas não o preenchemos. Nossos corpos são tratados como carcaças. Os alimentamos e exercitamos como forma de obrigações para que continuem nos levando até onde precisamos. Em linguagem bruta, tratamos como um carro que abastecemos para que leve para o shopping. O objetivo é manter funcionando. Quando não quer pegar, nos irritamos. Nossos corpos são utilizados como meio, sem perceber que ele é o próprio fim. Pense bem, você só é considerado existente nesse mundo porque está em um corpo, seja lá qual for a condição dele.
A relação que mantemos com nossos corpos reflete a relação que temos com o nossos tempo. Apenas ocupamos, mas não preenchemos.
Mas o que é preencher?
Enquanto a ocupação dialoga com espaços externos, o preenchimento é amigo íntimo. Ou seja, é do espaço interno. Aqui, o tempo se torna eterno. Já ouviu a expressão “parecia uma eternidade”? Ou “eu nem percebi o tempo passar”? Como se vê, a eternidade do tempo existe tanto para experiências ruins quanto boas. Em todas, você esteva imerso em algo muito bom ou muito ruim. Percebemos, então, que o tempo existe enquanto percepção.
Fazemos exercícios porque disseram que teríamos que fazer, mas não procuramos uma atividade que nos traga prazer. A academia se torna, claro, uma tortura. Buscamos trabalhos para pagar nossas contas sem nos perguntar quais são, de fato, nossas habilidades que transcendem a percepção do tempo. Passamos de atividade em atividade dando “check” em obrigações e implorando para que o tempo, por favor, passe. E rápido!
Inconscientemente, pedimos: vida, por favor, passe. E rápido!
Nossos corpos são veículos que nos permitem preencher nosso tempo. Quando começamos a olhar para ele, começamos a dialogar com nossas almas.
Hoje eu acordei e, antes de comer, sentei para escrever. O tempo passou, eu sequer percebi. Um amigo esses dias contou que estava fazendo o bolo de aniversário da sobrinha e, quando viu, já era madrugada. São apenas dois exemplos em que corpo e mente estão no mesmo lugar e o tempo foi esquecido.
Tempo preenchido é tempo esquecido.
O preenchimento está onde você, de fato, está. Quando você está em um lugar, pensando em outro, realmente, falta algo. E pior, você está querendo fugir de onde o seu corpo está. Comece a perceber as contradições entre seu corpo (onde estou?) e sua mente (onde eu gostaria de estar?).
No tempo, você percebe que o preenchimento é mais da ordem do estar. Estar em nós. Enfrentar o tédio e descobrir qual melodia somos capazes de criar quando estamos a sós. Normalmente, fugimos de nós. Buscamos o outro. Ou buscamos lugares. Tudo é desculpa para ocupar e não preencher.
Estar em nós é saber exatamente o que nos faz esquecer o tempo quanto estamos sozinhos. Para esquecer, é necessário perceber que ele, de fato, existe. Precisamos sentir a sua finitude para o corpo e sua eternidade para a alma, comunicá-los, para, então, transformar o tempo em preciosidade.
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.
Dificilmente as doenças originam na ampla dimensão patológica! É o restrito e estreito campo psicológico que hospeda e difunde tudo aquilo que, mais tarde afetará a estrutura física.
As pessoas gastam muito dinheiro na compra de remédios que curem suas doenças, porém se esquecem de que gastaram mais dinheiro ainda para adquirir as doenças que elas têm.
Tenho incontáveis doenças. De terminais no contexto sentimental, sofro de um problema chamado: ''preocupação com pessoa errada''. Ou POP ( Problema de Outra Pessoa, de acordo com o Guia do Mochileiro).
Eu já superei ausencias, falta de filhos..rejeições, perdas, distanciamentos, doenças, dores e muitas aflições. Aprendi a ser só, sem me sentir na solidão. Portanto, não duvide do que sou capaz, sou mais forte do que você pensa..mais contente com a minha vida do que você imagina! .Pois eu posso todas as coisas Naquele que me fortalece, Jesus. Simples assim!"
As doenças sexualmente transmissíveis no seculo XXI aniquilaram por vez o então frágil franco amor sincero e a confiança solidaria pactual no amor carnal, livre prazer e encontro espiritual entre os pares.
A saudade, a solidão, a indecisão e a tristeza não são doenças e nem comportamentos sócio-psicológicos doentios. A população urbana das grandes cidades do mundo inteiro devem sim resgatarem a observação e o aprendizado saudável da vida selvagem animal e dos ciclos naturais das águas e das matas.Com sorte reaprenderão a serem humanos e relativos.
Conspirações, genética, amor
Medicina, doenças, qual a causa da sua dor?
Psicologia, isso e aquilo, tente se acostumar
Será que um dia o mundo irá mudar?
Vivemos hoje num mundo com muitas doenças e epidemias. Ainda bem que a doença do preconceito não é contagiosa.
"O ciclo da vida se encerra ou deveria se encerrar por velhice ou por doenças de causas naturais. Nunca por morte no trânsito. Nunca por assassinatos em via pública que não são reconhecidos como tal e tratados com tamanha indolência e aceitação pela sociedade que para tais crimes atribui penas brandas que não intimidam mais. As vidas dessas pessoas acabam sendo trocadas por cestas básicas. Por uma latinha de óleo, arroz e feijão. Isso não mata a nossa fome de justiça, senhores homens das leis."
As doenças da mente, chamadas psicossomáticas, prejudicam sua saúde tornando as condições do corpo e da alma precárias.
Dinheiro não compra a cura de doenças incuráveis e não trás a vida pessoas que já morreram, todas as outras coisas o dinheiro consegue comprar!
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