Do nada
Odeio pensar demais. Querer demais. Me importar demais. Sentir demais. E não ter nada "demais" de volta pra mim.
Meu Deus, não me deixe ficar assim sem acreditar em nada. Ou não me deixe de forma alguma querer fingir que acredito.
Não sei ser romântico sem ser ardente.
Mas sei ser ardente sem ser nada romântico.
Minha essência é de ar e de fogo,
e minha alma queima, baby...
...tinha essa inexprimível beleza que resulta da alegria, do entusiasmo, do êxito, e que nada mais é que a harmonia do temperamento com as circunstâncias. Os desejos, as tristezas, as experiências do prazer e as ilusões sempre novas, à maneira do que às flôres fazem o adubo, a chuva, os ventos e o sol, tinham-na desenvolvido gradativamente, e ela se desabrochava enfim em tôda a punjança de sua natureza.
- Eu estou bem.
- Não, está mal.
- Eu nem disse nada… (?)
- É exatamente por isso, quando você está bem, nunca para de falar.
...nada acontece por Acaso. Existe um Grande Plano e, dentro dele, um número incontável de pequenos grandes planos. Um pequeno plano para cada um de nós. Todas as coisas que nos acontecem dispensam explicações.
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue. Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Simples como um fim de tarde
Foi esperando quase nada que um quase tudo apareceu. Simples como um fim de tarde. No começo era medo, incerteza, insegurança surgindo como relâmpago no céu. Depois, uma sensação de pertencimento, de paz, de alegria por encontrar um sentimento desconhecido, mas que fazia bem. Não teve espumante, holofote, tapete vermelho. Foi simples como um fim de tarde. Algum frio na barriga, interrogações deslizando pelas mãos suadas, uma urgência em saber se aquilo era ou não pra ser. É que um dia alguém nos ensina que quando é pra ser a gente sente. Eu sempre quis que fosse pra ser, mas nunca foi. Com isso, me distanciei de mim e das minhas crenças. Mas então, o que não tinha nada, nada pra ser, foi. E eu fiquei ali, perplexa, parada, estupefata, com medo de dar certo. Porque a gente tem um medo que nos mastiga lentamente. Um medo azedo, que deixa a boca adormecida, que cutuca insistentemente. Medo da felicidade. Medo de que um sonho aconteça. Medo de enfrentar nossos sentimentos que ainda não acordaram. Então, abri os olhos. Não era sonho. Eu vivi aquilo. Eu sobrevivi ao medo. Eu encontrei o que chamam de amor.
(Posso dividir uma coisa com você? Apesar de meio bobo, às vezes chato e outras tantas maluco, ele é simples como um fim de tarde.)
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
É hora de os escritores admitirem que nada neste mundo faz sentido. Só tolos e charlatães pensam que sabem e compreendem tudo. Quanto mais estúpidos são, mais amplos supõem ser seus horizontes. E se um artista decide declarar que não entende nada do que vê — isto por si só constitui uma considerável clareza na esfera do pensamento e um grande passo adiante.
Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo.
Quando você menos espera, quem não te fazia sentir nada começa a te fazer sentir algo um tanto quanto estranho e especial.