Do nada
Quando se vai de ladeira abaixo, não custa nada pedir uma ajudinha pros santos; entretanto, quando se tem que subir, a intensão será a sua única Fé.
Quem busca frenéticamente não encontra quase nada.
Quem segue com leveza e consciência encontra tudo.
Quando nada está bom e tudo não é suficiente, sabemos que o problema não são os outros, mas a própria pessoa.
A poesia, por quebrar a linearidade do que é tido como lógico, nos coloca em contato com outros mundos. Uma experiência individual imersa em universos filosóficos, religiosos, alquímicos etc. A poesia tem o poder de ser Tudo e Nada ao mesmo tempo.
O "leproso" vai passando! Só os velhos gostam dos velhos, por que vão perdendo juntamente e, por igual, o gosto por tudo, e, por outro lado, vão gostando mais do nada até chegar ao desprezo de si mesmo. Deus seria injusto demais se não nos preparasse para o retorno ao pó.
Acostumado ao desprezo, ainda sofro, porque também e até o meu espelho me nega o amor devido, de algum jeito. Pois insiste em me dizer que não sou nenhum perigo a ninguém, nem ameaça e nem nada. Aqui estou eu "nonada" de mim mesmo.
Não importa
Primeiro, eu lhe dei meu sorriso.
Eu queria que você ficasse feliz.
Depois, eu lhe dei meus favores que você pedia.
Eu ainda só queria que você ficasse feliz.
Em seguida, eu lhe dei meu tempo.
Eu continuava querendo que você ficasse feliz.
E então, eu lhe dei minha atenção.
Dessa vez eu queria que você não desistisse de mim.
Dessa vez, eu lhe dei meu tudo.
Eu queria que você não cansasse de mim.
Hoje, eu lhe dei meu coração.
Eu queria que você me olhasse como eu olhei para você.
Eu lhe dei tudo o que eu tinha.
Mas parece que o meu tudo
Não é o bastante
Para você.
Não importa se lhe dei meu maior bem.
Você não consegue ver como é importante.
Você não se importa como eu me importei.
Somente só
Jogo o baralho, sem naipe, sem número… o jogo do nada absoluto…
Jogo a incerteza na frente! Ao túmulo… todavia, não contava com um certo moribundo…
Jogo então a certeza irrefutável! De que tal moribundo ajoelhado, é certo do incerto em seu estado...
Quem eu sou?
Sou mais do que
Os olhos podem ver:
Sou acerto;
Mas também, erro.
Sou fúria;
Mas também, calmaria.
Sou sussurro;
Mas também, algazarra.
Sou coragem;
Mas também, covardia.
Sou paixão;
Mas também, desapego.
Sou brisa leve;
Mas também, ventania.
Sou complexo;
Mas também, simplicidade.
Sou timidez;
Mas também, confiança.
Sou angústia;
Mas também, consolo.
Sou felicidade;
Mas também, sofrimento.
Sou paciência;
Mas também, agonia.
Sou de tudo um pouco
E de tudo quase nada.
Nem quadrado
Nem redondo
Apenas eu
Nada mais.
Nada como começar mais uma semana com esperança.
Acreditando na minha força interior.
Deixando de lado os obstáculos e fazendo da minha vida um espetáculo onde Deus é o autor.