Do nada
Diante do nada, vi tudo, diante do tudo, vi nada.
Perdendo-me em pensamentos, aqui estou!
Com nada e com tudo pensando no nada, diante de tudo revire-se e pense...
“Não sei de nada. Não há nada que eu saiba. Porém certas coisas se sentem com o coração. Deixa falar o teu coração, interroga os rostos, não escutes as línguas”...
(em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.)
Nada mais me surpreende.
Já vivi muito em tão pouco tempo, que o próprio tempo em si não gera mais saudades e nem lembranças. Coisas que outrora me enchiam os olhos, hoje passam desapercebidas com tal facilidade, que sinto dó de quem acha o contrário.
Mas talvez isso seja ainda necessário.
Antes a luz do sol fazia diferença na esperança.
Hoje, a ausência dela indica a presença da noite
O sadio desinteresse que acabou com nossa relação, nada mais restou, mesmo que eu implore, o relacionamento já estava ameaçado há algum tempo.
Nada comanda o coração a não ser a vontade de estar junto, entregando-se interiormente a pessoa amada, viver junto é vontade de estar junto.
Nada me fascina mais do que o silêncio de um olhar, do que as palavras do coração e os toques da emoção. Nada supera o sentir.
Um homem que não teme nada, é um homem que não ama nada, e se não ama nada, que alegria tem em sua vida.
Sim. Me recuso a viver pela metade. Sonhar pela metade, acreditar pela metade. Quero o inteiro, o todo, o completo. Quero a luz ou a escuridão. O quente ou o gelado. O muito ou o nada.