Do nada
Você vai rir se lhe disser que estou cheio de flor e passarinho...
Que nada do que amei na vida se acabou: e mal consigo andar tanto isso pesa
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Quando a gente não tem nada pra fazer, a gente abre a geladeira pra ver se a vida está mais interessante lá dentro.
A única historia
No começo eu era vazio, frio, calculista e encantador. Não me importava com nada não tinha sentimentos. Depois eu encontrei alguém que mudou minha cabeça, o meu jeito de agir e a minha forma de pensar.
Ela era surpreendente me fazia sentir algo que eu nunca sentira antes me fez sentir alem de mim mesmo. Aquele olhar me deixava paralisado, saber que eu tinha ela me fazia capaz de poder tudo. Lembro que pra mim não existia nada mais belo que o sorriso dela e o jeito dela falar baixinho que me amava ao meu ouvido. Foi com ela que aprendi a chorar, era o brilho dela que me guiava na escuridão, foi ela quem me deu a mão para eu me levantar e segui caminhando comigo. Mas o castelo de sonhos começou a desmoronar, foram brigas incessantes, promessas quebradas, ofensas e mais brigas, mas, sempre dávamos a volta por cima. Até que chegou um momento que não deu mais para suportar...
E tudo acabou. Primeiro eu e depois ela. Até que o fim chegou.
Eu não sofri mais do que ela e ela não sofreu mais do que eu. Magoamos-nos muito, mas eu achava que era passageiro e que voltaríamos, mas eu estava enganado foi minha vez de conhecer o inferno. Ela não queria mais e não sabia o que fazer sem ela.
No lugar dela eu faria o mesmo, eu a magoei muito. E a perdi, foi difícil aceitar, cada momento que tínhamos vivido juntos não saia da minha mente as lembranças esmagavam meu coração. As noites eram sombrias o tempo não passava e ela não voltava. Senti uma dor que gritava dentro de mim que gelava meu coração e queimava na minha garganta eu não conseguia me imaginar sem ela, nem mesmo ela ouvia minha dor o amor que sentíamos acabou ficando em mim e eu não conseguia para de sofrer.
Foram tantas loucuras que fiz, senti minha vida fazer sentido quando cheguei perto da morte, mas ela não quis me levar. Sangrei até vê onde a dor podia chegar, mas os cortes não doíam nada eu me sentia pesado preso em exílio de sofrimento onde eu carregava o peso das promessas que não cumpri e paguei caro pelo meu orgulho...
Nada doía mais do que lembrar ela dizer que seria pra sempre. Eu chorava feito uma criança eu queria esquecê-la, mas não era assim tão fácil eu acreditei que seria pra sempre eu a prometi que seria e essa promessa eu mantive ate ela quebrá-la.
Cada vez ela se distanciava mais e ia sumindo do meu alcance e eu ia me desesperando ficando louco sem saber que direção seguir se era ela quem me guiava.
Mas ela foi tão longe que não consegui mais alcançá-la e levou junto com ela meus sonhos, minha calma, minhas lagrimas e meu coração.
Então tive que seguir sozinho, começar de novo. Mas até hoje não foi assim...
Eu não tenho mais sentimentos, lagrimas ou coração tudo que eu tenho é um bloco de gelo vazio que parece uma bomba relógio que qualquer momento quando apertarem o botão vai explodir e não vou morrer por que não tenho mais vida.
Há muito tempo não amo mais ela nem se quer vejo a sombra do que vivemos, mas ela foi à única historia que eu tive pra poder contar por que antes dela eu nunca tinha amado ninguém e depois dela...
Também não...
(20/04/11)
"Estou muito feliz. Por nada em especial. Por tudo que é especial. Mas, principalmente, porque sou uma ótima companhia para mim mesma… Cuido do meu tempo, respeito meus sentimentos e sei perceber aprendizados em situações aparentemente negativas. Aprendi a ousar e escolher rotinas novas, ritualizo fins e começos e, sobretudo, amo pessoas com transparência e verdade. Porque amo como quem não necessita, apenas porque escolhi que fosse assim."
Nem as estrelas do céu, nem as do mar, nem o raiar do dia, nem o entardecer da noite, nada é capaz de me satisfazer como o seu sorriso.
Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos.
Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos – ou precauções — úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade… Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques — tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas – coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.
Paz, um dia inteirinho de paz: nada de brigas, nada de decepções, nada de mágoas. Só paz, é tudo o que eu quero.
O que aconteceu depois? Nada. Por quê? Não sei, na verdade. Sabe como são esses contatos físicos. A coisa começa de um jeito, meio sem nome, como apenas uma brincadeira, e no fim acaba ficando meio sério porque esse tipo de coisa adulta não deveria ser praticada por duas crianças no quesito “romance”. Não nos apaixonamos, foi isso. Nos demos fantasticamente bem na parte física e mesmo assim decepcionamos nossas almas.
O grande professor indiano Nisargadatta Maharaj disse uma vez: “A sabedoria me diz que não sou nada. O amor me diz que sou tudo. Entre os dois, minha vida flui”. “Não sou nada” não significa que há uma árida terra de ninguém interior. Mas sim que, com estado desperto, estamos abertos para um espaço limpo, desimpedido, sem centro ou periferia — em nada separado.
Se somos nada, não há realmente nada para servir como barreira para nossa ilimitada expressão do amor. Sendo nada, assim, também somos, inevitavelmente, tudo. “Tudo” não significa auto-engrandecimento, mas um reconhecimento decisivo de interconexão; não somos separados.
Tanto o espaço limpo e aberto do “nada” quando a interdependência de “tudo” nos desperta para nossa verdadeira natureza. Essa é a verdade que tocamos quando meditamos, um sentido de unidade além do sofrimento. Está sempre presente; precisamos, meramente, ser capazes de acessá-lo.
Amigos de verdade não se afastam de você por nada. Se eles se afastam é por algum motivo, mas só o amigo de verdade vai te dizer o motivo.
Uma breve Indefinição do Eu
I
Nada pior, afirmo nada menos importante do quê, o deixar-se enganar pelas idéias de toda gente, não é mesmo? E cujas debilidades dos nossos pensamentos são como velhos sapatos furados, por onde entram desagradáveis pedrinhas.
II
Embora eu não seja depositário de palavras delicadas para com as pessoas cuja mediocridade sobrepuja as montanhas, e não possua nenhum escrúpulo se não aquele de não agradar a ordinária gente, e quase que insuportavelmente falando para não agradar a vaidade alheia; penso: - em não mostrar-me a vós, gratuitamente.
III
Pois, para não relevar aqueles segredos que todo mundo esconde: - a nojeira de nossa própria personalidade; agradeço enfim, o intuito daqueles que lêem minhas palavras com olhos de um Judas.
Se me entendes ou não, a traição da consciência é o pensamento pré-concebido. E muito pensamos por antecipação, sem nos apercebermos, não é mesmo?
IV
Aliás, evito pouco “tornar-me” claro no palavreado monográfico, pois, deixar-se enganar pela falsa noção de que as idéias que temos a respeito de uma dada coisa são verdadeiras, já é prova de tamanha estultice. Não é verdade?
V
E se és tu, “amigo” leitor, que “ais” de ler o que te escrevo agora; como um curioso: - deve-me suportar todos os perigos, se me queres conhecer.
VI
Garanto, pois; e não confiai tanto em mim!... não sejas mais um tolo no mundo; mas, assim mesmo, garanto não magoar-te nas chagas menos dolorosas. Sou bastante incauto para não tocar nas feridas da alma, quando estas ainda estão tão inflamadas.
VII
Sou como o tubarão a comer os cardumes do pensamento desprevenido.
E custo a ser diferente de uma idéia que se faz de um ácido e da sua corrosão.
VIII
Embora novamente, isso pareça ser um mal, eu assim tão braviamente instável e corrosivo; e de não ter deixado nada de sólido e entendido em teus pensamentos; sabes, pois: - que “o Sábio sem conceito”, sabe quê, igual ao fogo a acender as madeiras mortas, servindo de aconchego na noite fria ao valdevino passante, ou igual ao tubarão a equilibrar os ecossistemas marinhos, às vezes, o que te feres demasiadamente levar-te-á a compreender como manusear aquele ácido corrosivo e desentupir as valas da ignorância.
Amor incondicional: não há nada que façamos de melhor ou pior, que faça Deus nos amar mais ou menos.
Nada é igual sem você
(...)Nada mais é igual desde que você entrou na minha vida. Aos poucos eu fui entendendo que não importava onde eu trabalharia nem qual seria o meu salário se eu não tivesse a certeza de que você estaria em casa me esperando pra jantar. Percebi que por melhor que fosse meu emprego ou promoção, nenhuma alegria seria completa se não fosse dividida com você. Nada mais faz sentido se eu não tenho a certeza de que você estará comigo.
Sempre acreditei que as coisas deveriam acontecer naturalmente, que seria um erro forçar situações ou possíveis entendimentos. De repente me sinto de mãos atadas por sentir que estou te perdendo, por não poder fazer nada além de esperar. Quero te olhar, te tocar, te abraçar. Quero que você saiba nunca senti algo tão forte, que nada do que te falei foi em vão. Nossos planos estão todos aqui na minha cabeça, ansiosos pra se concretizarem, e eu não vou permitir que nenhum deles escape do meu pensamento.
Sinto tua falta. Preciso ouvir o teu bom dia antes de sair de casa. Não consigo dormir sem seu beijo de boa noite. As horas passam devagar, minha mente voa, não consigo me concentrar em nada. Penso em você mesmo que involuntariamente, sonho com o longo caminho que planejamos juntos e mal iniciamos a percorrer. Não me restam muitas certezas desde que não te tenho mais ao alcance dos meus dedos, mas uma coisa eu te digo com convicção: eu não vou ficar parada assistindo você partir. Você não vai sair tão fácil da minha vida. Não sem antes a gente ter vivido tudo o que temos para viver.
Palavras não valem nada, o mundo te quer esmagado, o passado não volta e um dia você irá morrer e eu aqui só querendo te fazer feliz....