Distraído
Élcio José Martins
AUSÊNCIA
O distraído tropeçou,
No lapso da consciência.
Sentiu a dor da ausência,
Da total inexistência.
A apartação do distanciamento,
Foi escasso desaparecimento.
Do sumiço privativo,
Pede a carência o curativo.
A exiguidade do tempo,
Desse seu alheamento,
Fez da vida esquecimento,
Do apertado apartamento.
Esse mundo de apartação,
Unido na separação,
Traz no bojo privação,
Paz e amor, abstração.
Absentismo da carência,
Foge do raio a coerência.
Na exiguidade do tempo,
Trouxe ao indivíduo o esquecimento.
O distraído tropeçou,
No lapso da consciência.
Sentiu a dor da ausência,
Da total inexistência.
A escassez do nada,
Faz o caminho da manada.
Chama os seus de camarada,
Tenda e lona, sua morada.
O distraído tropeçou,
No lapso da consciência.
Sentiu a dor da ausência,
Da total inexistência.
Élcio José Martins
Vou pelo caminho da simplicidade.
É quando distraída...
Escuto a melodia dos pássaros e Deus florescendo a minha vida!
Gosto de melodiar minha solidão
com a clave profunda do meu silêncio .
É quando distraída e num outro mundo
toco na paz e
escuto a canção do vento.
" Ele tem andado distraído, com alguma coisa que eu ainda não consegui descobrir, talvez seja minha mania de querer achar que tem outra coisa por traz disso tudo, ou posso me iludindo com esse pensamento bobo "
Platéia distraida
"Enquanto os ricos lêem e escrevem livros,
Os pobres vivem alienados;
Enquanto os ricos estudam e estudam, os pobres vivem alienados;
Enquanto os ricos fazem novelas, filmes, documentarios, os pobres vivem alienados;
Enquanto os ricos alcançam fama e mais dinheiro, os pobres vivem alienados...
Assim como na "política do pão e circo", hoje os pobres tem sua distração "a televisão", falta só o pão na mesa"
Quanto, quanto me queres?- perguntaste
olhando para mim mas distraida;
E quando nos meus olhos te encontraste,
Eu vi nos teus a luz da minha vida.
Nas tuas mãos, as minhas apertaste.
Olhando para mim como vencida.
"quanto, quanto"- de novo murmuraste
E a tua boca deu-se-me rendida!
Os nossos beijos longos e ansiosos,
Trocavam-se frementes!-Ah! ninguém
Sabe beijar melhor que os amorosos!
Quanto te quero?! = Eu posso lá dizer!...
-Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.
barulho de avião no céu é o mesmo em qualquer lugar do mundo
se te pega de olhos fechados, distraído então, te leva pra onde quiser
Amor e sentimento
O amor, esse etéreo sentimento
Nasce quando estamos distraídos
Toma força quando menos esperamos
E nos apronta deliberadamente.
Esse amor arrebatador
Bate na gente feito chibata
Quase nos mata
Esse amor que nos impregna
Faz-nos fortes para além da vida.
Esse amor que nasceu bandido
Hoje viceja, brilha e enfeita
A nossa vida.
Foi assim
Sempre distraído estou,
um dia olhei pro lado e isso mudou o que sou.
Foi quando te encontrei,
nos degraus da escada pro segundo andar.
Eu não quis te contar,
passei anos fazendo planos sem você notar.
E numa tarde de domingo nos abraçamos e ficamos juntos até o sol se pôr.
Mas de repente as coisas mudam,
o vento sopra em outra direção.
É ai que a gente descobre se é amor de verdade ou só ilusão.
Vim aqui pra te dizer que amo mesmo, não sei esconder.
Vá, mas não demore pra voltar.
To te esperando com a porta aberta, pra te dar meu nome e te levar pro altar.
Saudades das tardes de domingo, deitados no sofa.
Ver você dormindo, te servir o jantar. Falar dos filmes e dos livros, e também dos nossos planos.
Rir das pessoas chatas e implicantes que não nos deixava em paz.
DISTRAÍDO
Não é que eu esteja distraído
Olhando pra você assim desse jeito
É que a paisagem na janela
fica bem mais bela
quando se revela
em seu olhar
Prefiro nem saber como teria sido
Viver sem você assim perto do peito
Seria como se roubassem as cores da aquarela
E secassem toda a água do mar
Fizemos de um bote salva-vidas a nossa caravela
E de um mero salto, nosso voar...
Nosso voar ao luar
Se o sol se recusa a nascer
Se a lua inibida se esconde de nós
Chegando o entardecer
Nosso amor não nos deixará a sós
Como um farol que rasga a neblina
Pra o nosso barco ancorar
Como um gigante que se inclina
Pra uma pequena flor regar
Como um instante que nos ilumina
E faz dos dois um coração
Como escalar a mais alta colina
Pra ver o céu beijar o chão
Como se o vento soprasse a cortina
E soltasse a imaginação
Como se o tempo dobrasse a esquina
E renovasse a estação
Se venço minha timidez
Rompo o silêncio que rouba minha paz
Exponho o que sinto outra vez
E deixo todos meus temores para trás