Distração
A felicidade é conquistada nos raros momentos de distração. Os amigos que nos possibilitam tal experiência, estes são conquistados no cotidiano da vida. E quando verdadeiros, são pra vida toda.
A distração impediu de notar o som da voz.
O contato distante não alcançou o visual.
Frente a frente e olho no olho avassalador.
A visão de raio laser computou no minuto.
O foco se perdeu na imaginação num segundo.
Saltou da boca um sorriso largo e revelador.
Vermelho como a casca da maçã ficou o rosto.
O calor subiu como um vulcão em erupção.
A revelação a fundo não deu a solução.
O tempo estendeu aumentando o fluxo.
A sensação arrepia com o dia que aproxima.
Fofoca é apenas distração pra te dá a ciência das evoluções, são línguas de extenção que tú seguras com poderosa razão e coesão.
Se estáis com a grama da formação e não sabes remover má intenção evite a sabedoria da distração o foco nem sempre é dos então.
Sem querer
“Sem querer” é um bicho mau. Ele anda disfarçado de distração, mas é tão ruim quanto “querendo”.
Sem querer também machuca
sem querer também ofende
sem querer também humilha
E se faz de inocente
Sem querer chateia
Sem querer difama
Sem querer destrói
E tudo faz sem querer
Só que sem querer também sofre
Sem querer vão embora
Sem querer fica só
Sem querer morre dentro de si.
Morre.
EFÊMERA DISTRAÇÃO
As pegadas seguem
Pra nenhuma direção;
Ao longo dessa viagem
Encontramos a emoção.
O frio é uma miragem
Que na nossa pele colou;
Dispensamos a bagagem
E carregamos o que sobrou.
Foi uma leve distração
Que o tempo esqueceu;
O que ficou então...
Foi porque não se perdeu.
Um abraço forte agora
Neste entardecer distraído;
Você não quer que eu vá embora
E que nem esteja divido.
Guimarães Júnior
Choro seco de um homem
Choro seco é...
É curta distração
É covardia e paixão
É passar e pedir para esquecer
É esquecer a situação
Quer coisa melhor que sorrir e aceitar o não
A vida da rainha órfã
Dando-lhe o nascimento, mãe visionária.
Distração sombria do destino!
Um ano... é muito pequena para ser pária;
criança negra errada em nascer sem tino.
Então, uma senhora aceitou esse pobre ser;
A avó levou a criança nos braços
E tornou-se materna. Coisa estranha de se conhecer.
Salvar o que uma pessoa morta deixou estilhaços.
Instintivamente, o oprimido sofrimento sem encolher,
nas mãozinhas que se estendem na sombra;
Alguém deve estar lá para o dever;
deve ser bom sob o escuro céu assombra.
Teme que a lágrima nos corações seque;
É preciso alguém grande para dizer: Vamos amar!
Isso cobre a vida com doçura em xeque,
Quem é velho, quem é jovem e quem é de brigar;
É por isso que Deus, este mestre oculto,
Às vezes, substitue a mãe pela avó
E julgando o inverno sozinho capaz de indulto,
Na alma da velha choca o coração em dó.
Logo, a humilde rainha nasceu, ficou órfã,
Tinha seus grandes olhos de sombra e luz plena,
Gaguejou as palavras da linguagem cortesã,
Foi a inocência, desavergonhada da pena.
este anjo, mulher antes de ser completa;
E a avó, pelos anos, contemplou
Como se contempla um céu que se projeta.
Como esse pôr-do-sol, o amanhecer adorou!
A avó construiu um lar com parcos recursos
Nos prados, de onde se pode ver a cerração
Que uma criança sozinha inunda com sorrisos.
Planícies verdes com todos os tipos de respiração.
Teve um grande jardim e este festejo
todos esses perfumes e toda essa rasteira
Acariciou a criança; as flores não têm desejo.
Neste jardim cresceu a laranjeira, a macieira.
As margaridas, os ramos foram separados para andar;
Transparências da água tremiam sob as araucárias;
Da inocência perdida para a vida adulta afundar
face a face com o egoísmo, miséria ordinárias.
A vertigem da ganância a rainha ensurdece
O medo do sofrimento cegou seus atos medianos.
Entre a cobiça, a inveja, aos outros oferece
e desfruta o destino de ouro e prazeres mundanos.
Cuidado com a sedução das trevas. Tome cuidado!
Onde quer que chore e grite um cativo, Deus aparece.
A liberdade que tiramos dos pássaros, soldado.
O destino leva de volta ao injusto que padece.
O feitiço segura a sua valente letargia.
Este condenado, lança-te uma sombra escrava.
A consciência humana está morta; na orgia,
Ela se ajoelhou; no cadáver que lhe deprava;
A prostituição do juiz é o recurso.
Os clérigos fazem o honesto estremecer;
Eu não vou recuar! Sem queixa no decurso,
Luto no coração, despreza o rebanho desfalecer,
Eu vou te abraçar no meu amável exílio
Eu aceito o amargo retiro, se não tivesse fim,
Sem tentar saber e sem considerar auxílio
Pensando mais firme ajoelhados, Senhor do Bonfim?
E se muitos forem embora, quem deve ficar?
Se somos apenas cem com a espada da Justiça,
Eles são mil com maldade na nação mestiça,
eu ainda tenho coragem de lutar!
E a gaiola pendurada nos sonhos da sua casa
Viva, cante e tire as algemas da prisão.
Fusca, 67 ou 69
Setenta ou Itamar
É certa a distração
Vermelho, azul, branco ou bege
Você vai amar
Ou não.
“Num momento de distração, decidi me tornar um escritor. Quando me peguei com este sonho na mão, disse a mim mesmo: se o senhor quer ser escritor, certifique-se de que vai escrever coisas que te darão dinheiro. Mas o estrago estava feito: sentei-me para escrever depois de anos, com uma responsabilidade nova em mãos, e o que saiu não foi uma coisa fácil e ampla: foi um soco no papel. Descontada a raiva, o preço veio. Não consegui mais parar de escrever. Na tentativa de estancar o sangramento, tentei pensar o processo, buscando me enganar e me convencer de que aquilo não era para mim. Ergui barreiras através de inveja e de obstáculos fictícios. O desprezo pelas palavras que saíram, no entanto, só alimentou o fogo. A escrita suavizou e abriu as portas de uma coisa muito funda e pesada, e, ao mesmo tempo, cristã. Aquele momento de distração me fez tomar esta tarefa cedo demais, quando eu ainda estava tentando me descobrir. Tornei-me um soldado raso incumbido de comandar um exército à batalha, sem soldo ou respeito dos meus comandados. Em tese, tudo que eu precisaria fazer seria dar ouvidos aos que falam comigo, mas eu já tinha visto coisa demais para fazê-lo. Aprendi a olhar para as pessoas no processo, então descobri que elas são terapeutas mal qualificados. Num momento de distração, respondi à pergunta que eu deveria ter passado uma vida inteira carregando em minha bagagem, temendo e ansiando pela resposta, engendrando-me no vício de esperar um amanhã melhor ao invés de viver hoje.”
Distração
Distante
quando no instante
sou conduzido a tração
de sair do mundo real
na ação variável de dispersar.
Minha oração
A distração que condena
A mente que vagueia, no caráter pernicioso, o flerte com a vaidade, a amizade com o devaneio, e de repente o coração escandaliza.
Oh pai de misericórdia, tenho minhas indagações, insatisfações, é verdade, talvez reclamações indevidas, pois é senhor o que mede com exatidão a balança da justiça, porém eu, eu sou este carne que lateja, sou matéria que apodrece pela ignorância.
Mas eu sei que há uma realidade consistente, existe um prazer em uma conquista singular, aqueles que gozam de penetrar na intimidade do senhor, eu despenco do picadeiro e não acho a rede, os montes e os alpes oferecem perigo, chegar ao topo talvez seja loucura, e essa eloquente busca é que meu anseio procura, porém longe estou, meus braços são curtos e minhas pernas não alcançam.
Ofereço a ti senhor este meu coração, a que toda honra e glória que venha trabalhar e manifestar teu poder, seja dada a ti, ao que o madeiro abraçou a maldição e aquele sangue poderoso oferece a piedade e todo amor, eu pulo, a mente sacode, grito na tentativa de alcançar a ti, porém eu sei que existe bloqueios e empecilhos.
Ao que os prantos estão jorrando a tempos, sinta meu Deus sinceridade nesse teu filho que busca, clama, chama a ti, desça com teu espírito e alimente esta fome que minha intimidade almeja.
És tu capaz senhor de tomar minhas fraquezas, defeitos, pecados, incapacidades e toda tormenta acrescentada pelo inimigo, e nessa quebra de medos fervorosos eu me aquieto e rendo a gratidão, pois mesmo através do rebento de minha dor, continuas tu sendo Deus maior.
Giovane Silva Santos
Perdeu-se a paciência ao criticar figuras públicas. Assim, com o barulho e distração coletiva que isto causa entre defensores e acusadores, tudo transcorre na mais perfeita desordem política.
Reinam...
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