Discurso
O ser humano é assim mesmo: fala e tenta ser o que não é, como se o discurso fosse apenas o que importa.
Fragmentos de um pequeno discurso amoroso
<3
Depois de experimentar uns dois vestidos e dizer:
Que horror! Escolhe um de corte reto em tons alaranjados. Pergunta se gostou de sua escolha. Ele deitado na cama fumava devagar no prazer sutil de soprar nuvens. Tinha no rosto um leve sorriso enquanto dizia a ela que sim que gostou muito e o tom alaranjado combinava com sua pele. Puxou a pelo braço e suas bocas colaram-se num beijo úmido e intenso fazendo-a cair em seu colo...
Ficou alguns segundos olhando em seus olhos, lentamente ia lhe dar um segundo beijo, quando rapidamente ela se desvencilhou dos seus braços e disse:
Agora não, é tarde, tenho que ir...
Pudesse tornar isso uma realidade
Entrou no vagão lotado do metrô, procurou um lugar. Folheou o livro que tinha nas mãos: A lógica do cisne negro. Ficou olhando para ele sem a mínima vontade de abrir. Já sabia, era mais uma história que leva a canto nenhum.
Procurou um motivo para tornar a sua presença real, encontrou em cada um à sua fisionomia. Aquele homem ali sentado. Aquelas mãos ali cruzadas, aquela outra manuseando o celular, aquele casal que não para de se beijar. Isso deveria ser crime...
Vejo-o, vejo-o....
Sinto no corpo toda a caricia dos seus dedos, a sua carne entrando na minha
a sua pele deslizando na minha
e a alegria do silêncio nas horas de esgotamento...
Pudesse eu beijar-te os olhos...
Seus pensamentos são quebrados pela voz no alto falante:
Envie torpedo denúncia para 97509749...
As pessoas somem exceto eu – pensou
Tinha que suportar este dia, um dia a mais e mais um outro
como se fosse prisioneira do tempo....
A força de um discurso depende muito da circunstância e, sobretudo, da posição de onde ele está e quem o está proferindo...
DEMOCRATICAMENTE
É tanta pedagogia,
Sobre a correta democracia,
Uma hipocrisia,
Um discurso desconexo,
Sem nexo,
Sem rota,
Sem caminho certo.
Muita gente se dizendo possuidor do mapa,
Aquele que traça o caminho do tesouro,
E do lugar onde fica todo o ouro.
Muita gente que se diz capaz de sanar a fome,
Essa fome que mata nas ruas os desprovidos,
Os sem teto,
Os sem prato,
Os que vivem à beira do esgoto,
E que mesmo sendo humanos,
São tratados como ratos.
É tanto discurso preparado com cuidado,
Cujo tema e lema é a abolição do povo,
Que sem algemas repetem a cena da sujeição,
E da total e absoluta submissão.
Democraticamente,
Somos forçados a engolir,
A botar pra dentro da gente,
O que vomitam por ai.
-
“... Um discurso é um texto oralizado. Demétrio costumava dizer que não existe nenhum diferença entre as palavras e a voz dos inexpertos ignorantes e os sons e estrépitos causados pelo ventre repleto de supérfluo vento. E dizia isso não sem razão uma vez que não julgava haver diferença
entre a parte de onde emitiam a voz (ou escreviam), as partes inferiores ou a boca, pois tanto uma quanto outra tinham
o mesmo valor e substância...!”
Quando um intolerante diz que não suporta a intolerância, podemos perceber o quanto seu discurso é limitado, uma vez que se o mesmo diz não tolerar algo, então, não tolera a si mesmo.
Ensaiei esse discurso há algum tempo. Você e essa mania de me subjugar. Pensava realmente que eu nunca falaria a respeito? Por que sua vergonha? Não me recordo de momentos ruins entre nós, pelo contrário. Sua euforia pode ser passageira, mas lembro-me dela. Sempre.
Não adianta desviar o pensamento, fingir desentendimento. Conheço suas intenções. Nossa partilha íntima não será revelada a ninguém, despreocupe-se. Meu único anseio é percepção. Reconhecimento pode ser demais para você. Portanto notar-me é um grande avanço.
Cansei dos seus pronomes de presente. Nunca pedi qualquer um deles. Essa indiferença também me incomoda. Quanta presunção. Lavei todas as suas roupas. Expurguei as manchas da culpa, ensaboei as fibras do medo. Separei os tecidos por cor: pardos, brancos e escuros. Inundei minhas ondas na sua pilha têxtil. Ajustei o tempo, adequei-me às suas necessidades higiênicas.
Satisfiz sua rotação com meu movimento duplo. Alvejei seus desejos. Deixei nosso êxtase de molho, aguardei o momento certo. Repeti o processo. Seus fios de algodão arrepiaram. Seda, lã, poliéster. Viramos um só. Misturamos as texturas, permanecemos em timing. Enxaguamos nossas amarras. Expeli meu jato d’água.
Atendi sua vontade de centrifugação. Giramos no imaginário, perdemos os sentidos. Secamos nossos prazeres, retiramos o excesso de líquido. Minha fragrância amaciada perfumou seu suor. Programamos mais duas horas. Fizemos de novo. Você enfiou suas mãos em minhas entranhas, retirou meu conteúdo. Armazenou no seu balaio, dirigiu-se ao varal da vergonha. Fechou minha tampa, ignorou minha presença. Desligou-me. Descobri, então, ser apenas o alívio da sua atribulada rotina. Desculpe, precisava falar.
Com amor, sua Máquina de Lavar.
O discurso do Felipão estava pronto, perdêssemos por um, por dois, na prorrogação ou nos pênaltis.
Perdemos um jogo depois de ganharmos todos os anteriores ou a maioria, disse ele e não mentiu.
Não é disso que falamos, não é essa a recriminação nem essa desculpa serve para essa derrota, que não foi por um, por dois nem por seis.
Foram sete gols que mostraram não só a diferença técnica e tática mas a mentira que nos pregaram de que estávamos à altura dos contendores.
Foram sete, conta de mentirosos como diz o ditado, mais uma das várias mentiras do Felipão.
Vale mais aquele que usa poucas palavras e ganha do que o que faz um longo discurso e deixa os ouvintes sonolentos!
A força da Palavra
Não é apenas um discurso
Não é apenas um personagem bonito
Não é apenas por dinheiro;
Existe algo intrigante
O homem em construção
Quando construido
Não tem medo
Ousa
Desafia
Cria
Se reinventa
Como em uma análise cinematográfica
Me paralisou
Inerte em minha vida acadêmica
Senti que devia...
Repetira de ano
Repetira na vida
Mas o sopro não acabou
Apenas as lágrimas foram derramadas
Não pela derrota
Mas pela pureza com que algumas pessoas
Ainda gritam a nossa existência
Você não está sozinho
Parto do descontrole
Aqui intercala o nosso intercurso
Dispensando qualquer discurso
Apenas uma maneira de pensar
Rejeitando quem possa segurar
Falamos um pouco de futebol
Descansamos no nosso lençol
Uma tirania devassa e cruel
Tumba no eterno mausoléu
Estranhamente me aguarde
Mesmo que os dias parem
Estou cansado de esperar
Pela noite que me agrade
Um caso em diversos caos
Sujeito bom dentre maus
A menina que se diverte
Na lembrança das Chacretes
Estaremos na área de novo
Para tentar socorrer o povo
Esta sensatez está perversa
E a paranoia assim dispersa
Quero cantar em pleno torpor
Como em um coma induzido
Livre, leve, em um total vapor
O descontrole foi assim parido.
O passado contemporâneo é o presente recordado, do exílio percuso, no curso desse discurso, permissionado pelo desvelo selvagem de um antropófago vegetariano transcendente.
O passado é uma presente trovoada do incansável.
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