Diário
à rotina
todos os dias
o mesmo cerrado
as mesmas cortesias
bons-dias!... diário
nas mesmas heresias
dum mesmo cenário
e nestas galimatias
rotina é meu rosário
minúcias e alegorias
pra ornar o obituário!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
09/10/2019
Cerrado goiano
Desamores
Li teu diário de “amores delirantes”!
Também não fui para ti a felicidade...
Fui mais outro alívioàs tuas dores angustiantes,
Furtivas sensações de um amor de verdade!
Fui paixão repetidade teus antigos amantes
Descendo correntezasrequintadas de magias,
Águas passadasem leitos ofegantes
Regressadas em pulsõesde nostalgias!
O nosso amor tambémacabou em fantasias
Transbordantesde efêmeras alegrias...
— sou resquícioDos teus sonhos infantis...
Dos teus traumasdilemáticos recalcados
Agora sou vontadee desejos insaciados
— sou página viradado teu “livro infeliz”!
A vida do policial constitui um exercício diário de bravura e abnegação. Ele parte para o serviço sem a garantia de retorno, expõe-se a riscos iminentes para resguardar a ordem pública e proteger cidadãos que, muitas vezes, não reconhecem sua atuação. Seu sacrifício opera de forma silenciosa, suas lutas permanecem invisíveis e, por vezes, sua morte é relegada ao esquecimento. Enquanto a sociedade repousa em segurança, ele se mantém vigilante. Quando tomba em serviço, não há grande comoção social, apenas o vazio deixado pelo rádio que não mais responderá. Não por ele, mas por seu substituto, pois, para o Estado e a coletividade, sua identidade se reduz a um número prontamente reposto e, com o tempo, inevitavelmente esquecido.
Meu pequeno diário: Hoje sentir uma enorme vontade de esquecer o passado, deletar ás lembranças e matar a saudade...
Poder abrir os olhos e acordar,
É um milagre diário, de uma importância vital...
No entanto, ninguém parece entender isso e valorizar,
Infelizmente, é a materialidade que é considerada fundamental...
Nascer do dia
Levantei, aspirei
A arte de ser
Comtemplando
Em êxtase
Respirei o ar
Diario intenso
De Apreciar a graça
De viver mais um dia.
Viver muitas vezes para mim é o desafio diário de passar a perceber, outros maiores e melhores ensinamentos das coisas bem simples que passam por nós o tempo todo mas quase insignificantemente. As entre linhas que espelham a face nítida da alma.
Folha seca no vendaval
Sempre igual, normal
Ora bem, ora mal
Diário escrito semanal
Baixo estima, alto astral
Como seus ouvidos pudessem respirar
A melodia se encaixava como areia e mar
Trilha sonora da solidão
Fone de ouvidos cala a multidão
Sob o céu cinza prata
Sob o chão cinza chumbo
Sob rejeição e criticas
Erga a cabeça, ninguém nasceu pra ser vitima
Apanhei, cai
Levantei, eis me aqui
Tico e teco batem sem coordenação
Tic tac rouba minha atenção
Tire-se o número e o mês
e o ano
a este clarão diário.
Tire-se a manhã
que o arremessa
- parábola no olho,
as horas fogem de si mesmas.
Sem as paredes noturnas
onde as tardes se acomodam
vencidas.
Sem o impulso de ontem e amanhã
a girar-lhe o eixo:
Tire-se o número e o mês
e o ano
ao que é vertente
Sempre
_________ agora.
Diário de uma pessoa com FIBROMIALGIA.
Estou me sentindo em uma viagem
Longa, nossa !
Parece que tem anos
O cansaço virou ressaca
E não passa por nada
Quando chega o dia
Parede que o inferno
É um pouco maior
Muito calor
O sol que queima meus olhos
Dói muito, ao ponto de me levar ao cansaço mórbido
As dores
Sinto no corpo todo
Quando a água bate na minha pele
Sinto a mesma sensação
Que sinto quando é o sol
Parecem agulhas entrando em mim
O ato do banho
Me descarrega de um jeito
Além das dores
Tem o suor excessivo
Um calor que parece que tomei banho com larvas
O ar quer faltar
Meu coração parece que vai sair pela boca
Aí corro para o ventilador
Aí fico lá até todas as sensações ruins "passarem"
...
EXÍCIO DIÁRIO
Pode alguém dizer que é sorte
Pra que se tenha boa morte
Buscando vida em próprio corte
Lasca o vício em deporte
Não é finito nesse norte
E onde quer que se aporte
Algum exemplo te reporte.
Do que morremos?
Será do gotejar do veneno expelido por nós mesmos no caminhar diário?
Nossas invejas, ódios, amarguras, mágoas, fofocas e tantos outros ácidos contaminantes de nossos egos facineros...?!
Possivelmente que sim.
Precisamos está em trabalho de parto constantemente para percebermos este diário reencontro consigo mesmo, pra nos entender quando precisarmos conectar o outro.
Aos nossos genitores, vizinhos, falecidos, e até outros idosos de convívio diário.
Nos dá uma impotência um saudosismo, e até uma vontade de um possível retroceder, um regresso no tempo pleno dessas senhoras e senhores, onde olhavamos todos por igual e com potencia no agir.