Diálogo
Um simples espaço dado a um sincero e direto diálogo, resolve situações reversíveis. Porém se não houver mais brechas e condições é melhor optar pelo silencio, pois a melhor resposta é a que não se dá.
Um diálogo entre amigos...
-Mas porquê você quer saber?
-Porque eu quero!
-Sim, eu sei que você quer, mas por quê?
-Não sei, talvez por que a verdade me faz bem!
-Mas como pode dizer que a verdade te faz bem sem saber que a mesma pode não ser boa?
-Porque a verdade me prepara para a vida!
-Como te prepara para a vida?
-Abrindo meus olhos!
-Mas em certas situações, você não acharia melhor continuar de olhos fechados?
-Não! Eu não acho!
-Então me diz por quê?
-Por quê?! Te digo agora! Imagina você de olhos fechados vivendo algo que lhe foi predeterminado, na ilusão de que você está em jardim lindo e seguro, onde nada pode te atingir, pois bem, na verdade você está em uma floresta escura repleta de inseguranças e falhas; ainda assim, gostaria de continuar de olhos fechados?
-Não sei, talvez sim, talvez não!
-Pois bem, se continuasse de olhos fechados estaria entregue ao destino, o que viesse você teria que aceitar, não teria como se proteger; agora, se estivesse de olhos abertos poderia interferir e se defender das desavenças que esse ambiente te proporciona!
-De fato, isso faz sentido!
-Sim, para mim, isso faz todo sentido do mundo!
Corpo e almas
Travo diálogo e luta
Pergunto e respondo
Grito e silencio
Batalha interior
Corpo e alma
Um só corpo
E almas exaustas
Buscando verdades
Sanando mentiras
Lutando entre si
Vencidas sem vencer
Num turbilhão de conflitos
Identidade perdida
Corpo fragilizado
Mente perturbada
Inquietude insana
Já não sei quem mora em mim
Se sou eu ou outro ser
Que doma e nem sempre é domado
Causando confusão
Tento me impor
Mas já não sei onde
Nem mesmo, como
Só sei que é assim
Estou perdida em mim
(Nane-01/04/2012)
Quero alguém que, no final de um diálogo, diga tchau, pelo menos umas 5 vezes, e depois de tudo, apenas, esqueça de ir embora.
Necessário é o diálogo
“O simples fato de viver em solidão não isola o homem, como o simples fato de viver com outros homens não leva os homens à comunhão. A vida em comum pode tornar alguém mais 'pessoa' ou menos 'pessoa'; isso depende de que seja de fato vida em comum ou apenas vida no seio da multidão.”
Certo dia enquanto navegava iniciei um diálogo com o mar.
- Mar, por que não consigo ver o seu fim? És realmente infinito como dizem?
Ao que ele com muita calma me respondeu:
- Na verdade, não sou infinito, como a maioria das coisas não são. Contudo, sou grande o suficiente para que ninguém nesse mundo consiga me parar, ou ser maior do que eu.
Então lhe fiz outra pergunta:
- Está me dizendo que nada nesse mundo é maior que você?
E com um belo sorriso o mar me respondeu:
- Existe sim, algo muito maior do que eu, esse é o amor.
- Mas o amor eu não consigo ver, e em ti minha visão se perde sem que eu consiga ver o fim.
- Mas as coisas são assim mesmo, nem tudo foi feito para se ver ou tocar, mas o que você sente quando está amando nem toda minha extensão consegue ser maior, e se não fosse o amor nem eu estaria aqui.
- Então só o amor é maior que você?
- Meu caro, o amor é maior que tudo!
A falta de capacidade de reflexão e de diálogo com nós próprios, é a principal causa do nosso sofrimento.
É que eu afasto as pessoas, entende? Eu não sei ser legal. Eu me sinto como um diálogo que não começou. Eu sou deslocado, desastrado, me perco com facilidade nas coisas. Vez ou outra me pergunto se estou agradando, porque é tão ruim ter essa sensação! Tipo, eu não quero parecer forçado para as pessoas, entendeu? Não sei bancar o amigo de todo mundo e ser o descolado. Ficar rindo o tempo inteiro não é bem a minha. Não sei inventar uma moda que não me agrade. Eu não sei gostar do que os outros gostam. Não sei viver paradoxos. Não sei fingir. Eu sou isso, e eu já nem sei o que sou direito, porque ninguém se parece comigo. É como se eu só existisse dentro de mim, ou, sei lá, talvez não exista.
Quando converso com as águas, proseio com os ventos, confabulo com a areia, dialogo com o imenso céu que me cobre, heis que exalto a natureza e sou eu mesmo que enalteço !
O diálogo nas relações humanas está morrendo. Quase se falam mais médicos e pacientes, professores e alunos, pais e filhos. Há uma grande preferência em ficar ligado na TV, plugado nas redes sociais e viajar pela internet. O problema de tudo isso é que, apesar de tantas coisas modernas ao seu alcance, o ser humano está cada vez mais só e depressivo.
"Não haverá entendimento e nem dialogo convincente, enquanto a oposição tiver como objetivo, apenas ser oposição".
Diálogo com Fernando Pessoa.
Mote
Quanto do sal que há no mar
São lágrimas de Portugal?
Voltas
Pessoa li o teu versar
Da quantidade de sal
Que há nas águas do mar.
Um pouco era natural
Um pouco era lacrimejar.
Era dor, saudade e tal.
Quanto do sal que há no mar
São lágrimas de Portugal?
Porque é preciso lembrar
Do negro a chorar na nau.
Da viúva em pranto a fitar
Seu homem arrancado do local.
Podemos então concordar
Nesta questão crucial
Que nem todo o sal do mar
São lágrimas de Portugal.
Fernando é preciso falar
Do indígena tropical.
Que muito esteve a prantear
Por ser tratado tão mal.
Então se pode afirmar
De modo justo e imparcial
Muito pouco do sal do mar
São lágrimas de Portugal.
Diálogo
A importância do diálogo está mais que clara em todas as esferas da vida, em todos os quesitos. É essencial saber ser direto e aberto, ainda que com delicadeza para não causar algum tipo de mal estar desnecessário. Medir as palavras, fazer uma seleção apurada de termos e adjetivos, é essencial; é melhorar o discurso, aprimorar a crítica ou o debate. Se calar, fechar a cara e acreditar que seu ódio ou insatisfação irão solucionar o problema, traduz grande ingenuidade. Isso pode, aliás, ser um reflexo da incapacidade de lidar com momentos difíceis, com horas de crise. Dar a cara a tapa, se colocar no limbo, é uma maneira de agilizar a descoberta para a solução de problemas, evitando que ruídos externos compliquem ainda mais algum tipo de situação já crítica. É preciso parar, pensar, medir o que ficou em aberto e, assim, ir em busca de melhorias. Acredite, ou não, a atitude infantil e imatura de dar as costas ao diálogo, e se calar, pode ser trágica com o passar do tempo. Se veste de imaturidade quem não quer correr os riscos e os desafios de uma discussão. Com isso, pessoas se afastam e oportunidades passam.
Em vão busco acender um diálogo contigo: a alma sem tom da tua boca de água e vento despede cinza, névoa e tempo no que digo, devolve ao chão o meu mais longo pensamento...
e entre cactos estira esse desertos ambíguo que vem da tua altura ao vale onde me assento, procurando teu verbo.