Devir
Quando olho para baixo, vejo criaturas ínfimas; olho à frente, vejo o horizonte. Quando olho para cima, vejo o infinito de possibilidades que me aguardam para desvendá-las. Precisaria de muitas vidas para entender o que está acima, e apenas alguns anos par entender tudo que está abaixo. Enquanto isso, caminho em direção ao devir.
O calo do teu pé ou a impossibilidade de comprar algo inútil te dói mais do que a fome de outros, do que a morte de milhares, do que a miséria do mundo e o sofrimento de outros seres e isso tem que mudar.
Quem, um dia, observou o meu olhar sobre o horizonte saberá:
as minhas saudades não têm calmaria
estão sempre em devir
E dói
tanto que não caibo em casa,
fico acostado no limiar da porta
desejando algo mais.
Quantas vezes a raiva que emana de um ser
enfurecido, é tão inconsciente a si, que não o deixa perceber que está perdido?
Por vezes, é no reflexo de seus devaneios no espelho dos ressentidos, que ele nota estar corrompido.
Mas mesmo ao perceber, deixa seguir!
Pois vale mais para si o momento, do que todo
o tempo a devir.
Busco o que é conhecido procurando encontrar algo totalmente novo, não porque sou louco, mas por ser diferente de você e do "eu" de ontem.