Devaneio
MAIS UMA VEZ...
Me chamaram de louco por que amo, mas amar é um devaneio bom, é sim uma loucura comedida. Nem sempre vai ser correspondido, por que nem sempre as pessoas batem na mesma sintonia, as expectativas são diferentes! As frustrações no curso da vida também, estas fazem-nos acreditar que é o fim... até o dia em vemos de novo um sorriso que nos abre a alma e ai começamos a se perguntar se não tinha acabado tudo, se eu não estava fechado com o coração de pedra. era pra ser assim!!! O combinado era esse. Minha razão é muito linda e comportada, minha consciência organizada e metódica, porém nas entranhas da nossa alma nosso criador resolveu dosar nosso arcabouço sentimental com um coração. E pra que ele serve mesmo? pra desmanchar uma vida seca, fria e planejada e fazer surgir o que nos faz por momentos fazer loucuras e na bagunça que é o coração amar de novo.
Parte do que pensava era sonho, devaneio, (e ela sabia) mas ainda assim era forte o bastante para fazê-la seguir adiante.
Olhando a fogueira
Enquanto as chamas reluzem
O meu olhar, me devaneio
Em pequenas fatias
Do tempo, das coisas passadas
Dos momentos doces
E o que vejo à minha frente
São justamente isso
As chamas com a doce luz cintilante
Que se mistura ao vento da noite
Que me fazem pensar
Que atualmente
As coisas não são mais doces
Tudo hoje é mais rústico-agudo
Mas o que importa isso?
O que passou passou
Se os meus dias perderam
A doçura, pelo menos
Tenho essa fogueira silenciosa
E o meu espírito imortal de criança
Sempre vivo!
Que me faz mergulhar em devaneios
De cujo tempo onde as coisas
Não só eram doce, como faziam
Mais sentido!
(Doces Devaneios) 11/06/16
Alma em devaneio
Como o tempo que cavalga
Ou como uma onda que cumpre o seu rito
Assim é a minha alma em devaneio
À procura do enigma do mundo
Vai regendo nela
A solidão dos desencontros
A variação do espaço
A mudança temporal
E nessa jornada ela vai se encontrando
Vai saboreando amores imperfeitos
Que mudam a cada estação
Vivificando uma vida de prazeres
Só que a busca dela
É por plenitude
Cansou-se de aconchegar-se em vazios
Agora arde-se
A esperança de um encontro
Que reconforte as suas desilusões
Que abarque as decepções
A minha alma procura por ti
Como um jovem sedento no deserto
O medo do desencontro perpétuo
Maestrifica o agir da alma
Que violentada pelo enigma da existência
Almeja o conforto de um porto seguro
Brotam-se as dúvidas da vida:
O que procura quando procura?
O quer encontrar?
Para onde irei se eu não te alcançar?
Ò, minha alma, por que se encontra, assim tão perdida?
Para onde vais?
O que deseja conquistar?
Que sede procura suprir?
Venha para meu corpo
Ò, alma arredia!
A tua busca só funciona
Em consonância com o meu ser
Volta alma arredia
Volta alma arredia
Pois a tua ilusão
Prende o meu corpo no vazio
De teus desejos
Volta alma arredia.
16/06/2016
O ciclo da existência não pode centrar-se em um devaneio, pois o sonho só revela o que o outro não é.
De forma sucinta devaneio em seus olhos cor de uísque, quentes como o fogo lambendo a lenha seca, expressivos como uma criança em suas primeiras descobertas. Olhar que me lembra o outono, as folhas secas despencando suavemente e tocando o chão, folhas que morrem embebecidas na mais pura beleza.
Devaneio
Agora cai a chuva,
E cala a fala,
E me deixa mudo,
E eu já não escuto,
A voz que preciso ouvir.
Agora molha o chão,
E faz um barulho,
E tira o entulho,
Que impede a alegria,
De meu coração.
E agora ouço a música,
Que traz a lembrança,
Do sonho de criança,
De toda esperança,
Que agora não tenho.
E agora um sorriso,
Que é apenas esboço,
Que se faz sussurro,
Que já espera a hora,
De juntar seus cacos,
E seguir seu rumo,
E agora, eu sumo.
Devaneio
Abra o coração para as grandes coisas da vida,
permita-se,
perca o controle ao menos uma vez.
Sinta-se livre,
voe o mais alto que puder.
Salte de olhos fechados.
Doe-se sem reservas.
É assim que se vive
plena e absolutamente.
É assim que se encontra a exatidão.
Sobre sonhos
Ontem à noite, em meu devaneio
Vieste me ver, meu anjo pueril
Com teus olhos infantis, misteriosos
Teus cabelos obscuros embalaram meu sono
Injustamente descansei na tua forma
Grata por estares aqui, te senti, teu todo
Fragmentos de uma metamórfica dúvida
Regada a calorosos debates entre ser e ficar
Como poderia eu conter tamanho anseio?
Teu pulso firme, teus braços frágeis
Tua alma vil, teu dorso alto
Entregue a mim, despida, rubra,
Como conter, fúria profunda
De não te ter, anjo inocente
Despida de medos, de sonho, carente
Corpo que inebria, que queima,
E como explicar esse ato,
Algo tão puro, tão doce, só sente…
Peco, perco, perto…
Querubim, quente, quero-te
Meu anjo pueril de cabelos negros
Não limpe os seus pés… não suje sua alma.
Devaneio
Quando acreditava que a vida era um sonho pra não viver e
não sonhar, não me importava como tudo podia acabar, como
acabou. Quem eu amei, quem me amou.
Por isso não preciso de mais um motivo pra acredi-
tar que nem tudo é relativo, de onde vim pra onde vou
Manifesto Geração Devaneio
Nós que amamos o devaneio, as forças-ocultas que explodem fantasia no domínio da consciência... Nós que estudamos a finco a vida, o cemitério dos ideais, a fortaleza das atitudes. Lançamo-nos trementes d’expectativa pelas estradas-obscuras da curiosidade, em uma espécie de peregrinação rumo ao desconhecido-lar dos prazeres, dos enigmas, das revelações, em busca de Bacco e todos os santos da alegria.
Nós que depredamos tudo aquilo que não compete aos nossos reais-sentimentos... Discordamos da lógica, da coerência, e fazemos uma revolução que começa com a transubstanciação de nossa própria alma-particular. Uma alma que se transmuta em vinho; um vinho que dá forças – néctar que fomenta a voz de verdades proclamadas com eloqüência-espiritual, transcendente, divinal. Uma voz que, das Trevas do Espírito, faz tremer como trovão os Firmamentos do Destino; balançando e destruindo dogmas que estão impregnados na língua da opinião – explodindo sóis!
Há uma geração de poetas que assim pensam, que assim fazem, que assim delineiam... Que assim revolucionam os domínios onde o capital ainda não comprou definitivamente a cabeça das pessoas.
O templo-budista onde a palavra desses poetas faz-se luz e escuridão são os bares espalhados pela Cidade-Perdida. Lá eles oram blasfêmias e gargalham dos ordinários conformados com uma vida de limitação, conformação e diversão controlada pela Lei.
Nós que devassamos o conceito-comum do social, aquele conceito que existe pra corromper e nos fazer seguir um caminho-determinado. Preferimos andar em ziguezague; tropeçando nos espinhos que em suas pontas brilham venenos que embriagam a alma, e elevam-na ao Nirvikalpa Samadhi das emoções.
Um brinde a todos que assim pensam, que assim fazem, que assim delineiam.
Um brinde a todos que amam a Baudelaire, a Rimbaud e todos os poetas-malditos que tanto contribuíram para formação de uma mentalidade cada vez mais forte, maciça e imortal.
Subvertemos o meio para torná-lo um meio-risível, chocante, alucinante. Viajamos pelo mundo a beber, a sorver o sonho, o delírio, a lombra.
Pulamos para cair de cabeça no duro solo dos prazeres; quase quebramos as “vértebras da sobriedade” com pulo tão ousado e perigoso.
A mor Devaneio
O amor cético não me serve.
Quero o amor devaneio constante.
Quero gorjeios sublimes
pela madrugada escutar.
''
Que triste que é não acreditar
no amor fugas eterno;
no amor libertino.
''
O amor dura uma eternidade.
O amor é um sentimento incansável;
Devanear noites e noites sem parar.
Mais um devaneio
Sim, eram tantos sonhos,
Eu acabei por esquecer,
Agora, não fazem parte dos planos,
Planos, quem dera sem eles, poder viver,
Ei, Já ouviu falar do vazio¿
Sim! Todos conhecem,
Mas, ninguém quer enfrentar,
Que seja!
Eu falava sobre os sonhos,
Desses que me esqueci de lembrar...
Eis, o ser normal,
E o medo de acreditar!
Agora, sentiu o vazio¿
Eu falei de medo, de sonhos, de acreditar,
Se confundi, serei claro,
Eu não sou nada daquilo que quando criança,
Conseguia imaginar.
Adulto¿ não...
Maduro¿ não...
Mas sim, se eu não mudar,
Mais um,
Como tantos que hoje,
Ouço reclamar.
E como uma leve brisa,
Sente-se de tão sensível riso
acomodo prazeroso, devaneio das sensações
Inquietudes do seu próprio ego.
E assim passam-se as coisas, e,
ficam-se as inquietações.
Não é devaneio. Eu senti antes de escrever; eu morri, eu lambi, eu atirei... não fale que é devaneio o que poetizei.
Devaneio
Não sei se é loucura ou um simples devaneio,
Como alguém, tão pouco tempo, pode me tomar dessa forma.
Tomar meus pensamentos, tomar minha atenção, tomar o meu desejo.
Pode ser um simples devaneio, pode ser só ilusão,
Pode ser algo de verdade, também pode ser que não.
Claro que quero sua amizade, você é boa de coração.
Sendo ou não sendo, não é essa a questão.
Eu só te quero presente, sendo amizade, amor ou paixão.
Pode ser só carnal, isso ninguém sabe dizer se sim ou não.
Pode ser um simples devaneio, pode ser só ilusão.
Pode ser algo de verdade, também pode ser que não.
Mas uma coisa é real, não é só minha essa atração.
Nos demos bem desde o começo, só conversando até então.
Mas quando te olhei nos olhos, eu escutei um grito.
Algo me dizia “ é agora ” mas resolvi que melhor não.
Confesso que meu corpo me empurrava pra perto de você,
Uma vontade maluca e o coração quase saindo pela boca
Querendo sentir o gosto da sua...
O seu cheiro ficou em mim até o dia clarear,
Mas como prometi, não ia te agarrar.
Pode ser um simples devaneio, pode ser só ilusão,
Pode ser algo de verdade, também pode ser que não.
Mas uma coisa é real, não é só minha essa atração.
E se o sol escurecer o pensamento?
E se a noite esclarecer o devaneio?
Como as flores ficarão em seu solo?
Como as manhãs brilharão em seus olhos?
Quantos argumentos terão a tristeza?
Quantos invernos terão a estação?
E quantos momentos aquecerão a frieza?
Quantos tormentos serão Solidão?
A chuva alisa o rosto frio
Como aquece o mesmo febril
As velas escondem a escuridão
D’alma cansada de ilusão
E os vultos voltam e atormentam
Acalmam a ferida aberta
Desolam a inquietude severa
E enfraquece os sonhos que sangram
E ainda temos tempo
P’ra perceber que não há mais tempo
E chorar nunca resolveu a sede
Nem mesmo o rumo da correnteza
O devaneio faz com as pessoas crie esperança que é capaz de tudo.Pena que o mundo faz com que estes sonhos tornem-se tão cruéis.
Tu es devaneio em meu coração, veraneio de paixões, eu sou o avesso de tudo aquilo que te convém, mas mesmo assim não esmoreço, pois não me é cabido esbravejar estarrecido por seu coração pusilânime, pérfido, entorpecido... Mas não vou queixar minha própria sorte, nem tão pouco ditar aquilo que nem mesmo sou.