Devaneio
o
que deu nos meus
desejos?
estão fora de
si!
as vezes devaneios,
as vezes
delírios...
solidão, lacunas,
lacunas,
apenas lugar vazio,
lacunas,
penso
eu,
espaço teu,
nunca ocupastes,
o encaixe...
o portal da alma,
os olhos,
decaí
e choram,
falta
brio,
falta cor,
falta
um amor....
PAUSA
Inspira.
Expira.
Desfira golpes frenéticos com sua arma branca preferida. Aquela faca de cozinha.
PAUSA.
Inspira.
Expira.
Inspira.
Expira.
Alegue autodefesa.
Disse a voz na minha cabeça.
A pandemia me proporcionou um inusitado autoencontro. Em meio a devaneios criativos, encontrei sentido e também dúvidas, mas acima de tudo descobri uma nova e evoluída versão de mim.
Algo em mim dizia, tu um dia vais ser o ponto de partida e chegada para algo mais além, do que tu tencionavas inspirar e criar um impulso na forma de ver as diferentes realidades e por conseguinte inspirar e colocar em diálogo aquilo que muitos desejavam mas tu conseguiste dar esse empurrão na subtileza de fazer acreditar e fazer acontecer nos vários estratos sociais, nas formas de idealizar ou pensar muito diferente do comum dos mortais que a partir daí te invejaram, e por conseguinte caluniaram, nunca souberam a verdade dos factos, mas mesmo assim quiseram ofuscar e apagar a tua luz inovadora e com um intuito de um bem comum, no fundo todos queriam ser como tu, mas têm medo ou são incapazes, por ventura esse eu não foi já germinado à muito tempo por mim, e tu estás desejoso de encontrar esse propósito. Afinal eu idealizei esse passo evolutivo para que as pessoas estejam num patamar em que se encontrem na maior solidariedade entre ambas, fruto de geração em geração, fizeram cumprir os meus ensinamentos, pelo facto do feminino se idealizar em mim, sei que estavam na esperança de encontrar essa oportunidade, por fim é conciliador o desafio ou a título humanista, de encontrar em mim a raiz do problema, mas na verdade foi a dádiva de muitas almas perdidas, pelo desejo de lutar e enaltecer fiz encontrar nas pessoas no ir mais além, um dia mais tarde talvez sim, talvez não vão encontrar um vazio ou sapiência mais abalasora por ainda não a terem encontrado, e isso buscam em mim, Querendo anunciar que o premeditado, o dito e o nao dito pode ser mais vantajoso para quem na sua ignorância não conseguiu alcançar mais além do que a sua própria cegueira. Agora que eu um dia diga que sei da tal demanda que me lançaram, eu digo não lançei as sementes e os frutos que inspirei, apenas sejam capazes distinguir a veracidade dos acontecimentos sem desdenhar, afrontar, caluniar ou mesmo denegrir. Sejam pessoas capazes de se sentirem enaltecidos porque por causa de mim o homem não é tão lobo do homem, e o homem que aprenda que a história se repete infinitamente para um bem em que podemos ser mais e mais e melhores uns para os outros, no sentido humanista e pacífico, e é aquilo que faço questão de me propor, sem rodeios ou artifícios. Um bem maior é ser o que poucos foram, e esses sim, ajudaram a mudar o mundo.
Ficar perto de você me deixa louco, como se cada momento ao seu lado fosse um sonho que não quero acordar. E não estar perto de você? Ah, isso me consome ainda mais, pois a saudade se torna um fogo que arde, mas não se apaga.
É uma dança entre a presença e a ausência, onde seu sorriso é a melodia que embala meu coração, e seu olhar é a luz que ilumina meus dias mais sombrios.
Você é a tempestade que agita o meu mar e a calmaria que acalma o meu porto.
Estar contigo é perder-me para me encontrar; é um doce devaneio do qual não quero acordar. E mesmo quando estamos distantes, seu amor me faz companhia, pois você está sempre presente, mesmo quando não está.
Descansar a alma
Além dos muros cinzentos
Onde a esperança se aninha
No jardim suspenso
Entre lírios perfumados
Hibiscos e trepadeiras
Eu me sentava para contemplar
A vida pulsante transformar
Vista para o mar,
Nossa tela lírica
Serena, mediterrânea
Costa em primavera
Tardes de paz, pássaros a cantar
Anunciando a noite serena
Descansar a alma
Até onde os sonhos nos levar
Bruna Nilza
É incrível como tem gente, que se diz tão inteligente, não perceber, que está sendo testado, e cai direitinho, igual uma pedra jogada no rio,e afunda.
Agora torno-me escritor, que também é criador, só que a minha criatura não é um ser, em si, e sim um texto para mim e talvez para você um pensamento que relembre um certo ser, ou uma certa sereia.
Reclama da vida quase que sempre, mas somente em dias de "feira", sábados, domingos e feriados. Os outros dias que sobram ele não reclama mais, que alívio...
E depois de um tempo, quando o luto nos dá uma trégua, de alguma forma, aparentemente ele passa, vem a verdadeira cara da vida, com toda a sua melancolia demagógica, e com o tempo, os que já se foram, vivem em nossas lembranças, seus momentos felizes e tristes aqui ao nosso lado.
Os momentos, é que realmente fica, e em nossa memória, como se fossem tangíveis, os guardamos eternamente, esses fragmentos de momentos memoráveis daqueles que já se foram nos conforta a cada dias neste plano.
RENDIÇÃO
O tempo raras vezes
Nova chance concede.
Na iminência de que ela se escape,
A gente se reconquista, aos poucos,
Todos os dias, bem devagar...
O coração se extasia, respira,
Transpira a suave magia
E a alma acolhe, traduz, se ilumina
E se deixa encantar...
Embora a distância se interponha,
Aonde quer que se vá
Barreiras não há
Que o amor não transponha:
O desejo vai buscar.
Em visitas amiúdes,
No espaço, na memória,
Vai a minha boca
Nos teus lábios e pele deslizar...
No abraço forte de almas
Os corações recontam a história,
Os sentimentos transcendem os átrios,
Buscam o futuro alcançar.
Ascensão
Eu jamais desejei a ascensão paradisíaca.
Mantive-me isoladamente no declive infernal.
Ao longo dos anos, arrojei-me nas nuvens.
Como um espectro, passei a sondar aos homens.
Descobri que enquanto uns mutilavam-se
Outros examinavam os céus em busca de salvação.
O suplício de um concebia a salvação de outro!
A cada revolutear havia uma alma padecente.
Lastimoso me declinei do heurético pedestal.
Esvoacei até ao inferno para salvá-los.
Já na terra: Cuidei das almas padecentes do universo.
Estendi os meus braços e lhes ofereci a salvação.
Mas não havia ninguém disposto a ser salvo.
Só encontrei feridas e revoltas em seus olhares.
Revoltas que encobrem as pútridas faces humanas.
Contei-lhes todas as minhas histórias inauditas!
Mistérios recônditos que a própria ciência desconhece.
Na minha literatura, a ciência não significa nada.
A minha única ciência é a de que ela em nada me serve.
Mas isso tudo foi há cem anos.
São lembranças dos meus versos arcaicos.
Do meu tinteiro inconsciente olvidado ao chão.
Eu, que há um tempo inumerável os venho acumulando.
Literatura de restos pútridos do meu passado.
Sarcófago fétido que esfossilizei na busca do enigmático.
Longínquos caminhos percorridos na soberba solidão!
Para um gênio visionário como eu: Não se há veredas.
Os caminhos de outrora foram ocupados pelos repugnantes pés humanos.
Então se um visionário for realista; os demais serão sonhadores?
E quem sou eu? – O filho pródigo da condenação?
O visionário da indolência das lembranças?
Um pusilânime a vangloriar-se dos ilusórios castelos!
Turrígero enobrecido à base de mentiras!
Logo eu, que outrora renegava a todas as mentiras.
A toda causa dá-se um nome.
Eu provei os maiores mistérios!
Hedonismos poéticos!
Palcos irrisórios
Libertinagens profanas.
Vinhos de excelentíssima qualidade!
Ópio ocidental.
Cachimbos estrangeiros.
Ervas tolhidas,
Haxixes caseiros
Todos os prazeres artificiais eu conheci.
Máxime Papaver, afável Somniferum.
Findado os prazeres, adestrei-me na compreensão dos homens.
Depois de tê-los compreendidos; – Instrui-me a odiá-los!
Os homens! Esta raça deplorável que conheço por completo.
Sou o grande mestre das descobertas do espírito humano.
Incansavelmente cruzei os portões do desconhecido.
Penetrei avante dos rochedos dos bosques da alma humana.
Os abismos ensangüentados dos homens são desagradáveis.
Jamais me descerá a máscara de forte!
Envergonhar-me-ia se vissem o meu rosto assemelhado ao deles.
Protejo-me com os espelhos cegos da humanidade!
As cordas espirituais precisam de novos exercícios.
O relógio eclesiástico diz-me unicamente às horas da escravidão.
Renego a toda escravidão de espírito.
O evangelho desregrou-se do altruísmo há milhares de anos.
Indolente! Encontro-me no mais frenético devaneio.
As minhas alucinações me fazem um homem agradável.
Mas o instinto faz com que o agradável seja rejeitado.
Sou um nefelibático inesgotável de concepções e vontades.
Transformo-me em corvo levípede com longos olhos.
Alífugo o suficiente para avistar a terra dos homens errantes.
Seca-me ao rosto lágrimas de toda uma geração.
Lágrimas que não são somente minhas.
Desarmo-me a favor do sacrilégio.
Tornei-me o grande senhor dos vermes.
São meus escravos: Mando-os e obedecem-me agora.
Limpo o meu corpo; minhas axilas estão limpas.
Defectíveis pensamentos.
- Aspirações tornam-se idéias reais.
Ó imaginações! Qual véu não encobre a face aos olhos humanos?
O cérebro tece; ébrio, inebrio! - A dança das palavras saltitantes.
A minha cólera conduz-me a admiração pelas formas.
Formas insolúveis são depressivas ao espírito criador. Jamais deformarei o nada.
Ao fim, parece-me tudo morto como sempre. Sanam formam uitae tenete!
Pirata de Sonhos
Sou um pirata de sonhos
Navegando pelos meus pensamentos
Pelas águas de devaneios
Pelas angustias e anseios
Pelo mar revolto de tormentos.
Içando as velas brancas de paz
Segurando firme no leme de madeira
Atravesso o mar de tal maneira
De uma forma que ninguém mais faz.
Por que meus sonhos são apenas meus
São águas que somente eu tenho conhecimento
Não preciso navegar contra o vento
Pois nesse mar sou como deus.
No entanto, o mar nem sempre é calmo
Há tempos em que as tempestades dominam o céu
Em que a angustia me envolve com seu véu
E só me resta continuar navegando para ficar a salvo.
Aí me lembro de que sou um pirata de sonhos
E de que tudo é apenas ilusão
Então me seguro novamente e sigo a direção
A direção de um mundo novo
Que se choca como ovo
E se aconchega em meu coração.
A esperança renasce quando o céu fica mais claro
Agora no meu pequeno barco, me sento à mesa
Com palavras eu moldo meus sonhos com destreza
Como estátua de pedra, escultura de barro.
Nesse tempo de sonhar
Me questiono
Se é melhor o mundo governar
Ou de mim mesmo ser o dono
Independência ou morte
Paz ou guerra
Me prendo à minha sorte
E me atiro nesse mar sem terra.
Perdido no acaso, louco te encontro. Nem mesmo sóbrio ainda fico, quando ouço o teu canto. Céus, quando poderei te encontrar? Se o acaso me permite, eu não hei de hesitar.
A energia mais pura, o sentimento mais profundo que uma pessoa possa sentir é através de uma amizade veraz, a tempos somos ensinados que o amor é a coisa mais importante, que você terá que viver em prol disso, essa busca do amor resulta em tantas mortes, há como vocês são ingênuos.
Permiti que minha mente divagasse. Achava essa uma maneira bem eficaz de passar o tempo; você pega uma situação ou uma pessoa e começa a imaginar coisas boas que podiam acontecer. Você pode fazer qualquer coisa acontecer, qualquer coisa mesmo, dentro de um devaneio.