Devaneio
No devaneio das ideias
muitas emoções emergem
Na esperança incontida
os anseios se perdem
Nos crescentes pensamentos
o passado regressa
No atormento da intuição
daquilo que é promessa
Na fala insípida
o olhar sedento
o futuro é argumento
No olhar trivial da vida
o presente é a ação
do afeio do coração.
DEVANEIO!!!
Onde estava Deus quando das guerras e
carnificinas?
Onde estava Deus por não perceber a criança recém nascido ao relento e até sua morte?
Onde estava Deus, onde ao cair da noite veio também o feminicida, o atentador de todas as atrocidades?
Onde estava Deus? ... que não barrou a tragédia, o caos, os holocaustos diversos, as pandemias, e os idealizadores de algo que morreram sem vivenciar suas epopeias.
Onde esteve Deus o tempo todo que parece não ouvir os acometidos de canceres e todo tipo de enfermidade e suas agonias?
Onde está minha consciência em indagar a ausência de Deus?
Com tantas perguntas, e tantas inconsciências em apenas um molecular ser, feito eu, num intestino cósmico enraigado nesse algo que só ver valor, por um imaginário estúpido e tolo.
Onde estava Deus que me gerou sem que eu pedisse e que veio mudar um quebra cabeça particular e ainda buscá-lo e, justifica-lo.
Aquele doce devaneio
Meus pensamentos não são ameaçadores ou úteis
Por que é que eu penso tanto?
Tráfegos de pensamentos constantes
Que coisa mais agonizante
Até que tento uma relação amigável
Afinal, eles moram em mim
Será só parte de minha tagarelice?
Alguns, eu admito, são apenas burrices
São tantos que tive que cataloga-los
Encontrei um tolo por si próprio
Então um fenômeno raro aconteceu
Foi no meio dele que você apareceu
Você é grande demais pra um catálogo
Hooo... mas que caráleo
Um grilo verde grilou na minha mente
Será que estou demente
Cabelos às vezes lisos
E sempre lindamente enrolados
Sorriso doce, tentando esconder os dentes
Olhar meigo, bem diferente
Fiquei grilada
Formiguinhas enfileiradas
Por um instante paralisei
Até na cor do seu esmalte reparei
Eu disse que às vezes é burrice
"Que pensamento tonto", alguns diriam
Sem minha plena atenção
Jamais existiriam
Se algum dia, por um instante de devaneio eu me conceber, tal qual, como uma pétala esverdeada da pequena flor na vasta Grande Floresta colorida da vida, humildemente já me darei por satisfeito e em lagrimas sorrirei na janela, eu murmurarei bem baixinho, em pensamento. Valeu a pena.
Tudo isso pode ser devaneio, pode ser um sonho, um sonho que torço para nunca ter fim, porque o que mais importa é você pertinho de mim.
Se não tenho você como vou viver? Andando de um lado para o outro, bêbado de saudade, simplesmente porque você é minha luz, minha felicidade.
E o que mais quero é estar com você!
Porque quando estou com você não é eu e você, somos nós, embalados um nos braços do outro, entrelaçados em pele, sorriso, desejos...
Desejos de estar sempre junto, perto, mãos dadas e o coração batendo no mesmo ritmo, rimando a cada batida, dando mais vida e mais cor no mundo, no nosso mundo!
Um mundo só nosso, onde a lei maior é amar!
E amar é o que sabemos fazer de melhor, porque eu amo te fazer sorrir, pular, gritar e se apaixonar todos os dias, porque a minha missão é te enamorar!
É te fazer feliz!
E te vendo feliz, eu serei grato a Deus e eternamente feliz!
O que vou dizer a seguir
tem um possível exagero,
um devaneio inoportuno,
entretanto, o fato é que
um dia senti-me semelhante
a um anjo caído
por eu ter ficado sem o zelo dela
como se tivesse sido expulso do paraíso
e perdido parte da minha alegria,
pois provocar o seu riso
conquistar os seus beijos,
ter o seu respeito e a sua atenção eram coisas de bastante valia,
queria tê-la sempre por perto,
mas na verdade, estava cego de amor,
havia o desgaste de ambos,
os sinais do desastre se continuássemos juntos
já estavam evidentes,
todavia, preferidegustar o dissabor
de uma insensata teimosia.
Considero prudente ressaltar
que não sou nenhum inocente,
cometi alguns erros,
logo, mereci e precisava
passar por isso
para amadurecer e despertar
ainda mais o amor por mim mesmo
e graças aos planos do Senhor,
aos poucos tenho restaurado
as minhas asas para voltar a voar
e, quiçá, alcançar um outro paraíso.
Em um devaneio emocionante,
o tempo nublado com muitas nuvens no céu, sobrevoei um lindo mar imenso, o qual estava agitado, mas estranhamente fui tomado por uma tranquilidade, até os ventos que estavam expressivos, não me incomodaram, aumentaram a minha sensação liberdade num raro equilíbrio.
Fiquei tão entusiasmado que cheguei esquecer por um momento que nada daquilo era verdade, entretanto, quando percebi, não me veio a tristeza, pelo contrário, fiquei feliz por ter pensado em algo daquela natureza.
Graças a Deus, é fantástico a capacidade de criar na mente uma linda imagem, viva que transcende os limites do pensamento proporcionando um avivamento que inspira e alegra em vários aspectos.
Embarcando agora em um devaneio da minha mente, estou sobrevoando as águas de um mar fortemente expressivo, parte de um cenário fascinante, quiçá, saído de um livro, que faz cada momento ser emocionante e consequentemente inesquecível.
Um vôo muito entusiasmante com uma emoção gradativa, impulsionado pela liberdade, sentindo pouco a pouco um fôlego de vida de muita singularidade, logo, sem dúvida, traz uma sensação maravilhosa que rejeita a banalidade e viver intensamente é o que importa.
Por conseguinte, poder voar neste exato instante sobre este lugar incrível, ainda que seja em pensamentos, permite alcançar um ânimo cativante, um alívio muito verdadeiro que rapidamente acende-me o semblante, causando-me assim, um grato sentimento.
Dentro de um devaneio poético, vejo os meus versos se transformarem em lindos pássaros por causa do poder do teu apreço e sem perder tempo, agradecidos por terem sido avivados, voam na tua direção, então, ficam voando ao teu redor como se estivessem dançando sincronizados uma linda dança aérea, um vôo no tom de gratidão e amor, pois suas existências ganharam um novo significado, preservando a mesma essência, cujo valor é imensurável.
E durante este momento, de certo modo, mágico, estás mavilhada com os teu olhos exultantes e surpresos por este acontecimento tão inusitado e belo de se ver, trazendo de imediato um sorriso sincero no teu rosto, o que me faz sentir um grande entusiasmo pelo impacto profundamente satisfatório causado em ti, tendo em vista que isso comprova que a minha poesia não é feita somente de palavras, mas também possuem uma natureza vívida, ou seja, tem corpo e alma.
Eu tenho a dádiva de ter esta cena muito empolgante na minha mente, na qual, partilhas o protagonismo com os meus versos, um cenário encantador, detalhamento expressivo, criado por meus pensamentos inspirados, um forte realismo, que me permite observar cada fragmento, parece até que estou neste lugar de verdade, porém, mesmo que não esteja, não deixa de ser significativo e o teu apoio não passa a ser menos importante, muito pelo contrário, sendo um incentivo certamente necessário.
Vagando pelos pensamentos, influenciado por uma canção empolgante, adentro em um devaneio que nos envolve e durante alguns fragmentos da nossa convivência, seríamos transportados para uma época medieval, numa frequência de sentimentos, tranquilos e agitados, de artes, de experiências, unidos num ideal de cumplicidade, seguindo por uma viagem emocionante no tempo,
avivando imensamente a nossa realidade.
Seria às vezes um Soldado, batalhando para conquistar e manter o teu amor, provocando o teu riso com algo engraçado, dando valor a cada vitória, compensando meu suor derramado, os teus beijos seriam meus ricos instantes de glória, fomentando um empenho bastante determinado, construindo ao teu lado, histórias das nossas aventuras, parte singular do nosso legado, nossa dose saudável de loucura.
Seria também com uma certa frequência, o teu Poeta particular, reuniria determinadas palavras com fim de melhorar o teu dia, serias a minha inspiração mais frequente, ficarias eternizada nos meus preciosos versos, meu coração ficaria profusamente alegre, graças a ti, uma linda poesia de grande significado contendo a essência amável da tua alma, deixando o meu lado poético fortemente inspirado.
Teria meus momentos de Rei com a parte cômica e esperta de um bobo da corte para trater-te como uma Rainha esplêndida, de muita graciosidade, demonstrando a liberdade muito apaixonante de uma plebéia, um reinado felizmente baseado na reciprocidade, nós nos amando realmente sem as rígidas formalidades, partilhando uma felicidade abundante por vários encontros memoráveis.
As nossas vidas não seriam perfeitas, é evidente, mas seria uma das melhores maneiras de adocá-las, uma relação sincera, abençoada, Deus presente, nossas almas abraçadas, nossos corpos contentes, abrasados, portanto, serias muito bem vinda nesta fábula que criei com tanto entusiasmo "Soldado, Poeta, Rei", laços reais e lúdicos, algumas cenas especiais da junção dos nossos mundos.
Na madrugada escura, um poeta inquieto,
Toma seu café, com a mente em seu devaneio,
Envolto em paranoias, em um mundo secreto,
Fuma seu cigarro, num vício sem receio.
As sombras dançam, conspirações no ar,
No fulgor da fumaça, surgem temores,
A mente do poeta, em seu solitário lar,
Vagueia por estradas de loucuras e horrores.
Os versos fluem, mas as dúvidas persistem,
No eco das palavras, o medo se instala,
Será a genialidade um dom que o assiste?
Ou apenas ilusão, que à mente se iguala?
A fumaça se desfaz, em volutas no ar,
Enquanto o café esfria em sua xícara,
O poeta se perde, em teias a conspirar,
Entre o genial e o insano, numa linha tão rara.
As palavras são suas armas, suas aliadas,
Mas também suas inimigas, suas prisões,
Na mente do poeta, as paranoias elevadas,
Desvendam mistérios ou criam ilusões?
Em meio à névoa densa, surgem figuras sombrias,
Personagens dos versos, em sua insanidade,
O poeta observa, confuso em suas ideias,
Entre a realidade e a ilusão, sem clareza ou verdade.
No silêncio da madrugada, sua mente vagueia,
Emaranhada em teias de pensamentos inquietos,
O poeta, entre o café e o cigarro, ideias freia,
Nesse eterno conflito, entre sanidade e seus dilemas secretos.
Assim, ele escreve, nas linhas tortas do papel,
Suas paranoias, suas angústias, seus anseios,
Um poeta em busca de um significado cruel,
Na madrugada escura, onde se perde em devaneios.
Que o café e o cigarro o acompanhem nessa jornada,
Que suas paranoias sejam apenas tintas na tela,
E que a poesia o acalme, traga luz à sua estrada,
Enquanto a madrugada testemunha sua mente tão bela
"" Não sei se o amor é um pouco de loucura, ou se o devaneio faz parte do amor. O fato é que quem ama perde um pouco do juízo e da razão...Fazer o que, quando amamos vivemos a melhor parte da vida...""
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que são iguais ao cerrado
Disse: vai, e pelo devaneio seja absorto
(Luciano Spagnol
poeta mineiro do cerrado)
*parodiando Carlos Drummond de Andrade
MINHA PESSOA (soneto )
Eu sou o do fio da meada perdido
O que poeta devaneio e quimera
Verão ou inverno é só primavera
Neste fado, sonhar, é permitido
Emaranhado, pensado, eu quisera
Em exequível gratulação ter vivido
Mas olhar amargo me foi servido
E tal refutado, tive sorte megera
Aos olhares um quase despercebido
Impelido pra muito além da biosfera
Espírito enlutado, dum senso sofrido
Nas tiranias, choro, sou pessoa sincera
Áspero, sem ser, de amor sou provido
E no querer mais, me tenho em espera
Novembro, 2016
Cerrado goiano
REMENDO
Foi o devaneio que guilhotinou
os sonhos. Os fez sem aparato
E se estão intactos, aqui estou
invisível no evidente anonimato
Desenhei quimeras com giz
sem tronco, cabeça e braços
Colhi amor que ninguém quis
pra remendar os meus pedaços
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
RECÔNDITO
Falei tanto de solidão, de devaneio
De sonhos, galanteios e desgraça
Em tudo fugaz, que vem e passa
No piscar de olhos, com que veio
Tal desventura e ventura e graça
Choro e riso, a liberdade e o freio
Tão pouca a sorte tive no sorteio
Tudo agridoce tal fogo e fumaça
O autêntico senso, é de mansinho
Penetra na alma, no amor orgulho
Tem olhar manso e melhor carinho
Se vem e devassa, é um engulho
Silencia, no doce poetar, definho
Suspiro, perfurando sem barulho
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2018, 06 de outubro - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CONTEXTO
Não sei o que se passa com meu versar
E nem sei por que tanto nele devaneio
Sei que preciso ter o poético imaginar
O que me faz ter n’alma o doce gorjeio
No sentimento está tudo o que preciso
Na emoção tenho aquele gostoso olhar
E nos românticos versos o largo sorriso
Então, porque estou sempre a vitimar?
Me vi perdido nos sonhos espalhados
Mas cá no coração ainda pulsa o amor
E os propósitos emocionais acoimados
Sou como um bardo cheio de carinho
Um trovador que canta com o ardor
O contexto, tal o canto do passarinho!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 agosto, 2022, 20’16” – Araguari, MG
CONSTRUÇÃO
Dentre tudo eleito, põe-se o devaneio:
Ilusão por ilusão, embora tão recatada
No sentimento só sensação é traçada
Criando uma etérea emoção sem freio
Dentre tudo eleito, põe-se o anseio:
Forte, sussurrante, a ventura alada
Da alma, querendo ser apaixonada
Opondo a pluralidade, forte gorjeio!
E a poética é um versejar ondeado
Variado, tão cheio de rima por rima
Loucura, mas que traz a pura razão
Sobranceiro ao acaso, o amor estima
Lima, fazendo do coração enamorado
Numa terna e embaraçosa construção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 18’28” – Araguari, MG