Devagar
Maciez
Beijo esses teus lábios sinto essa
língua molhada e a maciez desse rosto.
Devagar vou te sentindo, o beijo mais
longo fica e teu corpo aperto junto ao meu.
Momentos em que os dois se sentem como
um do outro sendo.
Os minutos passam e te tenho só minha,
e me tens como um amor único, e só teu.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
As flores que caiam devagar, o momento que se tornava mais pequeno, as atitudes que nos levaram a nos separar. Tudo que eu posso dizer é que eu fiz o que podia fazer, e você fez tudo que queria fazer.
Tarde cinza...
Gosto desse ar de nostalgia gris
que devora as horas bem devagar,
até encontrar a noite e seu breu.
Cika Parolin
O TEMPO
Não ande muito devagar
Você pode se atrasar.
Não corra desesperado
Você pode tombar.
Não apresse o tempo
Ele é o senhor da razão.
O tempo e a disciplina
Faz de ti um campeão.
Aprendi que devagar se vai ao longe.. Mas, por que tanta pressa? É claro, que não posso deixar o tempo passar, assim, despercebido, contudo, também não posso querer que ele acelere de acordo com as minhas vontades... Para tudo há um tempo necessário e para cada etapa desse tempo, existe um ciclo que se renova em nós a cada nova experiência.
CONTAR OS DIAS
Se conto os dias, eles passam devagar;
Se não os contos, perco-me nos atos,
Não percebo os fatos...
Dormi no ponto.
Se olhar para o tempo,
Tropeço nas pedras pelo caminho.
O perigo não reside no tempo,
Não está nas pedras...
A maldade não está nas horas que passam,
A ruína não habita nas estrada que passo...
Mas nas pessoas insanas, estão todas as coisas podres.
Não pensam para o bem...
Vale tudo...
No fim
Vida que passa... tal qual fumaça.
Amanhã... quem sabe... amanhã
O tempo passe mais devagar.
Consiga eu sentir o sol me abraçar.
O perfume das flores sentir no ar...
Colocar a tristeza no seu lugar...
Bem longe de mim.
Encontrar a luz que todos dizem estar no túnel... no fim.
Você sabe que independente de onde esteja tudo fica meio que em câmera lenta, bem devagar, como se estivéssemos no espaço; flutuando na gravidade apenas para apreciar e admirar toda esta beleza tão evidente em você.
Ricardo Baeta.
Mais devagar
Se eu soubesse...
Que a vida passa tão rápido...
Que amizades vêm e vão...
Que amores são fugazes...
Que a morte chega...
Se eu soubesse...
Teria vivido mais devagar.
Teria olhado intensamente pro tempo...
Pedido a ele: vai mais devagar.
Os dias correm devagar.
Nem tudo que buscamos está ao nosso alcance, e talvez nunca esteja.
No entanto a dádiva concedida a nós
É algo o qual devemos ser gratos.
A vida as vezes parece um labirinto
E o Minotauro são nossos medos.
Os únicos que podem alimentá-lo
Somos nós.
O fruto de nossa insegurança
De nossas incertezas
Vai fazendo do labirinto
Um lugar maior e o monstro
Fica cada vez mais forte.
O sol com toda sua plenitude
Jamais deixa de brilhar
Acredito que assim como nós
Ele também sofre com a maldição
A solidão
A tristeza
O medo
A insegurança
De não ser forte e cintilante
O suficiente para dar vitalidade
Aos nosso dias.
O sol sempre nasce apesar de tudo.
Não deixe de admirar.
Deus está nos detalhes.
EU PASSARINHO
Desolada, sofre o pobre ser.
A dor teima e queima devagar aquela alma.
O sofrimento adentra os sonhos e os desarruma,
De novo, impregna-lhe as narinas, quando já é dia.
E assim, como num vício, a tristeza a acompanha pela repetição enfadonha das horas.
De longe, assiste tudo o amor amigo.
Pensa: é dor de amor apaixonado, é dor de perda, é dor de luto, é dor...seja que dor for, ele conclui, é grande a dor.
Não há o que fazer, reflete consigo consternado.
Já se ía dando as costas, quando resolveu voltar.
Nada tendo o que dizer, sorriu encabulado.
Estendeu os braços e a abraçou bem apertado.
O ser sofrido chorou...chorou...chorou.
Enquanto isso, o abraço amigo a envolvia mais e mais e mais.
Na esperança que não lhe esvaísse a vida, permaneceu o amigo ali parado.
Sem dar conta das horas, pode perceber qdo ela aprumou a fronte.
O que viu foi um rostinho amassado, olhos vermelhos em semblante pálido.
Porém, tudo parecia mais leve agora.
Na boca trêmula do serzinho envergonhado, um ensaio de sorriso. A voz dócil, quase inaudível, deixa escapar, com dificuldade, um muito obrigada bastante atrapalhado.
Despediu-se o amor amigo e se foi.
Naquela noite, ela adormece tranquila.
Sonha com braços lhe envolvendo os ombros.
Protegida naquele abraço, vê um casulo que se rompe numa linda borboleta multicolorida.
A borboleta ganha o céu.
Seus olhos... distraídos... acompanham o vôo do bichinho, enquanto seu corpo se aninha naquele abraço afetuoso.
De repente, a voz a chama pelo nome e diz: --Aquela borboleta é vc.
Ela sequer estranha a afirmativa. De fato, aquele abraço lhe fez voar.
-E vc, quem é? - Ela pergunta.
A voz responde:
-Sou quem te quer bem.
Então, a moça desmonta em desabafo:
- Estou tão decepcionada e com a alma aflita...Foi-se embora o meu amor.
-Quem ama, não abandona. Nunca foste por ele amada - argumenta a voz com convicção.
Percebendo que os braços se distanciam, a menina se desespera.
-Não me deixe vc tbm. Como poderei ter de novo esta sensação tão boa do seu calor? Onde poderei sentir novamente esse seu amor? - Ela pergunta ansiosa.
Já longe, mas tão nítida, a voz revela:
_O meu amor nunca encontrarás em mil beijos apaixonados, mas sempre o terás em um abraço amigo.
O serzinho acordou radiante, sonhou algo, mas não lembrava o quê. Apenas sentia-se amada naquela manhã.
O coração estava aquecido por um calor diferente, não lhe parecia passageiro, como das outras vezes.
De repente, se viu cantarolando uma música que nem é do seu tempo:.. são as águas de março, fechando o verão, é promessa de vida no seu coração…
Ao longo da manhã, vieram à lembrança flashes do sonho que teve. Eram partes desconexas de um todo que não conseguia juntar. Acha que sonhou com uma borboleta colorida. E sonhou com a voz firme, disso tinha certeza. Dizia algo belo e importante. Mas o quê? O quê???
Como se busca uma fresta de luz em túnel escuro, ela franzia a testa e forçava a memória. Percorria alucinada o tempo num giro anti horário, para reviver a sensação do melhor sonho de sua vida. Até que…pufttt...um clarão eclodiu na desejada anamnese. Lembrou, enfim. A voz era um amor amigo!
Naquela manhã, descobriu quanto tempo perdemos, insistindo em pessoas, situações ou coisas que só nos abrem feridas. Quantos braços e abraços são cárceres...Contudo, o mais interessante foi descobrir que somos nós quem nos aprisionamos ali e, não, o outro, porque é nossa a escolha de permanecer.
Já o calor de quem ama de verdade é diferente, não queima, não arde. É um bem-querer comprometido, em cujos braços vc se sente protegido, no aconchego de um abraço que só lhe traz a paz. Um abraço tão apertado e ao mesmo tempo tão libertador, do tipo que te permite voar, ir e voltar, para sentir de novo, e mais uma vez, e novamente, e sempre, o mesmo amor. É um abraço de um amor respeitoso, que considera o que você quer e quem você é, considera a sua forma e admira o colorido das suas asas.
Já o amor apaixonado é criatura efêmera, é intenso e louco, porém tão raso. Por ser quente e voraz, está sempre sedento de mais e mais calor. Nada nunca o satisfaz. E no êxtase dessa busca, ele se auto consome, se dissipa e morre, deixando um rastro de decepção por onde passa.
Então a menina, enriquecida em suas reflexões, antes mesmo de tomar o café da manhã, passou a mão no celular e ligou para o amor amigo:
-Quer almoçar comigo hj?
O rapaz aceita prontamente, mas percebe q a moça está diferente, tem vida na sua voz. Por curiosidade pergunta:
-O que deu em vc para se lembrar de mim?
Ela riu:
-É que, acredite vc ou não, dormindo, eu acordei!
Enfim, a vida é mesmo assim, nem tudo que reluz é ouro, já diziam nossos avós. Uma hora a gente acorda e reconhece o a(braço) certo.
Num diálogo à moda Mario Quintana, diria o amor amigo ao rival apaixonado (numa gargalhada que beira a vingança):
Vc passará e EU PASSARINHO!!!
Mônica Arêas
Cada passo tem que ser minimamente pensado pois aquele que é rápido pode atropelar, o devagar pode ser atropelado e o sem pensar, cair.
RIOS E FONTES
Os rios correm
depressa ou devagar
em direção ao mar...
As águas que desfilam
são sonhos e cansaços
prestes a desaguar!...
Três mil rios passarão,
condenados a ser mar...
Três mil fontes nascerão,
sem sair do seu lugar!
Os rios morrem
depressa ou devagar
quando os vemos passar...
Mas as fontes,
que não saem do lugar,
inundam a sequidão
e não param de jorrar!...
Três mil rios passarão,
condenados a ser mar...
Três mil fontes nascerão,
sem sair do seu lugar!
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03/07/2015
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📜© Pedro Abreu Simões ✍
facebook.com/pedro.abreu.simoes
Meu amor!
No meu desespero sinto o brilho do teu olhar
A penetrar-me fundo e devagar...
Sinto flutuar entre os meus lábios o teu sabor.
Meu amor!
Sinto o teu irresistível aroma de flor
Espalhado pela solidão do meu estar
Mesmo quando me ponho a sonhar.
Sinto o perfume duma flor cheirosa;
Flor que por vezes é perigosa,
Mas sempre com a suavidade das rosas...
Sinto a macies e conforto quando me deixo tocar
Pelas pétalas do teu jardim, lindas e formosas;
Suavidade que só me faz te amar...
NOS MEUS GUARDADOS
Estava juntando minhas bujigangas
limpando e separando devagar
cortando em partes o plástico bolha
para tudo cuidadosamente embrulhar.
Numa dessas gavetas encontrei uma folha
dobrada em quatro já a amarelar
ao abri-las li escrito com missangas:
"para sempre vou te amar"
Senti tanta felicidade
que parei de trabalhar
com os dedos em velocidade
as bolhas comecei a estourar...
mel - ((*_*))